CAPÍTULO 15 - Visita aos sogros

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Esse Kiko já tá sofrendo a dor na consciência por causa do plano "perfeito" em que o Bola meteu ele! Agora já era, né...? 

Já se enrolou até o pescoço, sem ter como voltar atrás... 

Onde será que isso vai dar, hein? 

Alguém arrisca um palpite...?

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Espero vocês!

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**Cristiano**

Por ser tão desencanada, eu pensei que a Mila fosse de origem mais simples.

Que nada! Os pais dela têm uma vida boa no interior.

Moram numa casa grande, bem cuidada, dentro de um condomínio fechado, dois carros legais na garagem.

Ambos são bem instruídos. Fizeram faculdade e trabalham em suas respectivas áreas.

Os irmãos dela também são super "gente-boa". O Luca, de dezessete anos, é sossegado, mas tem um "puta" ciúmes da irmã, assim como o sogrão. Ficou bem arisco comigo e não baixou a guarda nenhuma vez.

E nem tiro a razão dele, não... Minha Mila é tão única, que se eu tivesse no lugar dele, talvez reagisse até pior.

Já o Guigo é bem mais tranquilo. O caçula da casa tem doze anos e é "um figura"... Ficou trocando ideia comigo o tempo inteiro, me perguntando das coisas, pedindo opinião. Ele é muito esperto. Me amarrei de verdade naquele pirralho... Aliás, adorei a família dela.

Seu Miguel é mais arredio também, assim como o Luca. Mas nada diferente do que eu tava esperando.

Como era de se prever, acabei passando por uma entrevista rigorosa com o sogrão. Respostas curtas, diretas, precisas, sem me enrolar e, principalmente, sem tentar enrolar o seu Miguel... e acho que não decepcionei.

Domingo à noite, fui embora de São José, com o sentimento de missão comprida, agora que conhecia as origens da Camila.

É um fato que não faltava mais nada do lado dela.

Já do meu...

A Mila, no final, tava sendo muito mais pra mim, do que eu pra ela.

Eu tracei um plano no gabarito, contando que ela fosse uma garota normal. Mas ela não é normal. Ele é mais que perfeita... E isso é o que me destruía.

O Bola, assim que eu completei um mês de namoro, me botou contra a parede e não deu mais sossego. Queria que eu resolvesse minha vida com ela de qualquer jeito.

Não tinha ocasião que a gente tivesse junto, que ele não me "torrasse o saco", cobrando um desfecho pro nosso plano, que já tinha entregue um resultado muito além do esperado.

Eu não via muito como fazer o que ele queria. Na real, o que precisava ser feito...

Eu tava tão bem com ela, que tinha medo de estragar a afinidade; aquela cumplicidade que conquistamos um com o outro, e acabar por decepcioná-la.

Que merda eu fui fazer!!!

Me senti o cara mais estúpido do mundo por não acreditar que era capaz de fazer uma mulher como ela gostar de mim à valer.

Independentemente da circunstância...

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**Camila**

Dias após a consulta com a doutora Elba, o anticoncepcional já funcionava a pleno vapor. O Kiko sempre dizia que fazia os exames preventivos. Ou seja, o risco de nossa farra ter conseqüências irreparáveis tava reduzido a zero.

No sábado, preparei um climinha aqui no ap. mesmo. Algo bem intimista. Velas... Meia-luz... Um bom vinho... Lanchinho especial... Morangos... chatilly... Huuum... Modéstia parte, tava melhor que lua-de-mel de filme clichê de Hollywood.

E como era de se prever... caímos na farra, sem receios de que qualquer vacilada pudesse colocar um baby em nosso caminho.

Não que eu não quisesse constituir uma família com ele. Sinceramente, o Kiko é o pai que eu pedi a Deus pros meus filhos. Mas que, nesse momento da vida, aumentar a família era queimar a largada... Disso eu não tinha dúvida...

E se eu disser que ele amou é pouco.

Me lançava cada olhar tarado e fazia cada coisa comigo, que eu juro que se não o conhecesse tão bem, confesso que ia ter medo dele.

Pra resumir a história... Aquele homem passava mais tempo dentro que fora de mim...

O fogo nas ventas que ele tem é algo que não dá pra descrever, se eu tiver uma pingo de decência ainda habitando o meu ser.

Àquela altura também, ele já tava praticamente morando em casa. Tinha umas duas noites por semana que ele não dormia aqui e em alguns raros fins de semana, que eu voltava pra São José sem que ele fosse junto.

Confesso que eu tava me mordendo de vontade de chamá-lo pra se mudar pra cá de uma vez. Mas sempre me dava a insegurança se meus pais topariam. E, sendo eu "paitrocinada" por eles, é um fato que seu Miguel principalmente teria que concordar.

Além disso, não sei se seria precipitado. Afinal de contas, não faz nada de tempo que a gente se conheceu. É assustador, pois realmente parece uma vida. Mas no calendário mesmo não deu nem três meses.

Se não fosse a tal da limitação de orçamento, nosso relacionamento seria mais que perfeito.

Mas eu tava resolvida! Depois das férias de Julho, ia procurar um estágio. Era uma questão de honra (e de sobrevivência!) pra mim, melhorar a vida social com o meu gatinho.




(COMPLETO) Meu mundo é dela! - A história da Mila e do Kiko...Onde histórias criam vida. Descubra agora