CAPÍTULO 125 - Dr. Alberto insistindo em se meter na minha vida

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**Cristiano**

Fui chamado na sala do meu velho, assim que pus o pé no escritório, perto das onze da manhã. Entrei, ele falava no telefone.

Já dava meia volta, quando ele me pede pra esperar. Encostei no batente da porta com o pé pra fora já. Se ele demorasse mais dez segundos na ligação, eu zarpava dali sem esforço.

E não levou nem cinco... Claro sinal que o foco dele tá em mim. O que não necessariamente é bom...

— A cara está melhor.

— Fala, dr. Alberto... Em que posso ser útil?

— Não quer se sentar?

— Depende. Qual o assunto...?

— Saber de você. Sua esposa...

Bufei. Parecia até piada meu pai se metendo na minha vida depois de tudo.

— Esteve com ela?

— Tive.

— E como foi?

— Bem...

— Especifique.

— A gente saiu.

— Na balada? — esse é o lado divertido do dr. Alberto usando o linguajar da moçada.

— Isso aí... Na balada.

— E?

— Fiquei com ela, levei pra casa, transamos...

— Hum... E ela já está em casa?

— Não.

— Quando vai?

— Sem previsão.

— E você vai levar desse jeito...?

— Não existe outro possível.

— Será que não...?

— Não se mete na minha vida com ela, pai! Já te pedi isso!

— Não vou.

— Quero ver...

— Leve-a em casa hoje à noite.

— Sem condições...

— Por quê?

— Vocês são excludentes, pai. E nem sei se isso muda um dia.

— Não estou tão certo.

— Pois esteja... E eu não vou culpar ela, nem condenar, se ela não quiser mais contato com você.

— Essa escolha é pessoal.

Dr. Alberto conivente?

— Mas... — nem tanto assim... — Ela vai ser a mãe dos meus netos.

— Se você não estragar mais nada, ainda tenho alguma chance. — impressionante o quanto eu posso jogar de verdade na cara, que ele não se altera.

— E eu preciso ter uma convivência aceitável com a minha nora.

— Defina aceitável.

— Fique tranquilo que isso a Camila pode me oferecer.

— Seja específico.

— Ela não vai me tratar mal, filho. Não é da natureza dela.

— O problema é se ela vai ter alguma coisa a ver com você. Porque, do jeito que tá, é capaz que ela nem volte pra mim.

— Essa decisão é só sua.

— Não existe outra opção, a não ser por vontade própria! Quantas vezes vou ter que repetir?!

Ele não reagiu.

Retomei o controle.

— Pra mim e pra ela só existe por bem. Outro jeito, que não por bem, tá fora de cogitação.

— A escolha é sua.

— Só não me atrapalha com ela de novo, pai.

— Não vou. E se precisar de ajuda...

— A sua?! A última no mundo. — até ri.

— Você é quem sabe.

— Mais alguma coisa?

— Do meu lado?

— Isso.

— Tente resolver sua vida logo para voltar a ser você.

Lógico que, em se tratando do dr. Alberto, eu não podia passar sem essa.

— A gente combinou esse tempo, pai. Posso levar dez anos no processo. Já que o estrago, como você sabe, foi bem grande.

— Eu não me referi à Performer. Eu me refiro a você, filho.

Por essa eu não esperava...

— Isso aqui eu toco sozinho. O tempo que for necessário. O que eu quero é você bem.

— Você sabia que ia ser difícil, depois do que me obrigou a fazer.

— Eu sei.

— Agora, só o tempo vai resolver.

— O tempo pode ser trabalhado.

— Fora de questão! — tava puto do dr. Alberto insistir nessa merda. — Não adianta forçar a barra, que a Camila não cai. Pelo contrário. Aí que eu perco ela de vez. Promete que não vai se meter na minha vida?

— Como quiser...

— Promete?!

— Prometo.

— Beleza. — e o deixei pra trás.

Era só o que faltava, depois de tudo, dr. Alberto ainda querer cagar na saída.

Não dava nem pra calcular o estrago se ele resolvesse se intrometer na minha relação com ela...

(COMPLETO) Meu mundo é dela! - A história da Mila e do Kiko...Onde histórias criam vida. Descubra agora