EPÍLOGO - Parte II

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E a Mila, hein? O que será que ela tem? Só faltava, depois de tudo que enfrentaram, ela me surgir com uma doença... :-/

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**Camila**

Sábado de manhã, meu marido me intimou a sair pra rua com ele. Tinha agendado a revisão da "nave espacial" na concessionária e precisava levar o carro até lá. Os outros carros, ele deixa na mão do Chico e dos seguranças. Mas, quando se trata da nave espacial de cavalinho amarelo, ele faz questão de ir pessoalmente.

Eu tava indisposta pra caramba, verde já de tanto passar mal.

Mas, quem disse que eu convenci meu marido a me deixar em casa, quietinha, no meu canto, até que melhorasse?

Não houve meios de fazê-lo desistir. E olha que tentei de tudo! Eu também não podia contar o tanto que eu tava ruim. Por isso, reuni forças e lá fui, quase rastejando, acompanhar o Kiko nessa função ultra-pentelha.

Mas... Boba por natureza, acreditei nele piamente. De olhos fechados.

Eu nunca tinha ido naquele prédio antes. Nem quando o Kiko embicou na garagem, eu me toquei do que tava pra acontecer.

Entramos sem ser questionados. O segurança parecia conhecer meu marido. Ou já esperava pela gente. Sei lá...

Pegamos o elevador.

— Onde a gente tá indo? — eu transbordava incômodo. — Não era na concessionária?

Ele tava sério, que poucas vezes o vi com aquela cara fechada. Era de dar medo. Sob um olhar intimidante que me reduzia a um montinho de pó, parei de insistir.

O elevador chegou ao décimo quarto andar.

— Onde você tá me levando, Cristiano?!

— A gente já tá chegando. — grudado no meu braço, como se achasse que eu fosse escapar, ele me arrastava corredor a dentro.

Paramos diante da porta dupla de vidro, ao final do corredor. E, sobre ela, uma placa metálica com o nome "Dr. Inácio R. Guimarães" escrito em letras garrafais.

— Eu não vou entrar aí!! — finquei o pé no chão, revoltada.

— Camila. Eu não tô pra brincadeira. Só fiz isso, porque você não toma uma atitude.

— Eu não vou fazer nada à força, Cristiano!

— Eu te cobrei já faz três semanas pra você procurar o médico. E nada...

— Não interessa! EU-NÃO-VOU!!!

— Você precisa se consultar, linda... Sua boca tá roxa, sua pele pálida, você vive com frio. Acha que eu não percebi?! É lógico que tem alguma coisa estranha. Vamo lá comigo e a gente tira isso a limpo. Se não for nada, ótimo.

— E se for???!!! — tava apavorada com a possibilidade.

— Se for, dr. Inácio ajuda a descobrir o que é e a gente corre atrás.

— Eu tenho medo, Kiko.

— Eu sei, linda. — e me abraçou, apertado, já falando mansinho. — Mas fugir é pior... Quanto antes souber, mais tempo a gente tem de corrigir.

— Eu não quero.

— Eu tô com você, Camila. Confia em mim. Sempre vou tar... Em qualquer situação.

Eu me calei, os olhos mareados. Ele me manteve acolhida dentro dos braços.

— Eu preciso de você comigo, linda. De qualquer jeito... Me ajuda a te ajudar...

Era nítido que ele tava apreensivo também. Em pânico, na verdade. Mas tentou se mostrar forte o tempo todo pra me passar segurança.

Ele segurou firme a minha mão.

Assim que atravessamos a porta de vidro, dei de cara com uma sala de espera linda, um balcão imponente e dentro dele, a secretária com seu melhor sorriso, nos aguardando.

Entrei na sala de consultas. Sem surpresas, fui assolada por inúmeras perguntas do doutor Inácio. O Kiko segurava minha mão o tempo todo.

Depois, o médico me encaminhou a uma salinha de exames.

No final, voltamos a sentar na mesa do doutor.

Ai, meu Deus! Meu coração tava na boca já, de medo e apreensão.

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O que vocês acham que a Mila tem, hein? Me contem... ;-)

(COMPLETO) Meu mundo é dela! - A história da Mila e do Kiko...Onde histórias criam vida. Descubra agora