(COMPLETO) Meu mundo é dela! - A história da Mila e do Kiko...

CAPÍTULO 126 - De brother pra brother

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**Cristiano**

Dez dias no inferno e finalmente eu conseguia respirar, agora que meu anjo pelo menos abria a porta de casa pra mim.

Troquei uma ideia com o Bola na facu umas vezes durante "o período das trevas dois - O Retorno".

Nem tinha tocado na assunto, mas ele se ligou da cara de bosta que eu chegava todo dia pra aula e me apertou até saber o que tava rolando.

Mesmo a contragosto, contei do sequestro, da Samara, meu pai...

Ele detesta a Samara. Isso desde que a gente era criança. Ela nunca foi flor que se cheire e ele, nunca mandou recado.

Saía cada pau entre os dois, a ponto dos pais de ambos tomarem as dores dos filhos e manterem distância, só se aturando e trocando cordialidades como meros colegas. Mesmo com a insistência do meu pai, no meio, que sempre forçou a barra pra aproximar tio Edmmond, pai do Bola, do idiota do Arthur, pai da doida. Afinal, ambos são bem chegados do dr. Alberto.

Tio Edmmond, ao contrário do Arthur, em regra se deu muito bem nos negócios, assim como meu pai. Mas não duvido nada que dr. Alberto se disporia a socorrê-lo, se ele passasse por algum perrengue, como aconteceu com o Arthur.

Mas, conhecendo o pai do meu brother como eu conheço, ele não chegaria nem perto de passar aperto de grana. Só mesmo tio Arthur, que a vida inteira foi um frouxo, capacho da mulher e da filha. Um cara com esse perfil em casa não tinha chance de ser diferente nos negócios.

Eu achava tio Edmmond meio duro com o Arthur sem necessidade as vezes. Mas depois do rolo, nem tiro a razão do pai do Bola em querer distância do babaca do Arthur.

Assim que dei a fita inteira pro Bola, ele ficou cabreiro com meu pai. Do mesmo jeito que eu, nem imaginou a que ponto dr. Alberto chegaria pra defender um caso perdido como a doida e o pai frouxo dela.

— Que fita, brother... Mas eu não esperava nada diferente da vagabunda.

— Eu não achei que ela fosse tão longe, cara.

— Cristiano inocente... Já se enfia em roubada pra caralho. Imagina sem o seu brother aqui pra te dar a retaguarda...?

Eu ri. Verdade incontestável o que esse cara já me socorreu...

— E como é que fica o anjinho com o dr. depois dessa?

— Não fica, cara.

— Dr. vai jogar pesado até trazer a nora pro time dele.

— Se precisar...

— Deixa quieto. Dessa vez é comigo, Bola.

— Cê que sabe... Mas, se já tá tudo cagado, vê se pelo menos não cai na besteira de sentar em cima e espalhar a merda ainda mais.

— Pode deixar... — só podia rir do jeito do Bola dar o recado.

Comparado a outra vez, até que eu tava me virando bem com a Mila.

Apesar da dificuldade de reatar nosso casamento, a gente se fala todo dia, se pega de vez em sempre... Nada a ver com a primeira briga, que ela fechou a porta da vida dela pra mim, de uma vez.

Dona Valentina é outra que tive que passar reporte diário do que tava rolando entre eu e minha esposa.

Ela chegou a ligar pra Mila semana passada. Nem sei se fez isso outras vezes. Só sei que dona Valentina é ligeira. Ao contrário do meu velho, que acha que tem que resolver tudo à base da forçada de barra, minha mãe sempre escolhe o lado da paz.

E não foi diferente com a Mila. Dona Valentina não atrapalhou em nada, além de, se eu conheço bem, ter colocado meu pai contra a parede.

Afinal, esse papinho dele em querer saber como eu tô com a minha esposa, se já voltamos, oferecer ajuda, pagar de conselheiro amoroso... Posso apostar um dedo meu que tem influência direta da minha mãe, apesar de ela não ter me confessado abertamente. Nem quando eu perguntei.

Dona Valentina, em regra, corta um dobrado pra não tretar com meu pai, nem me jogar contra ele e vice-versa. Mesmo com a personalidade forte de ambos. Afinal de contas, a família somos nós três.

Lógico, tem os avós. Meu pai tem um irmão, bem distante por sinal, mas tem. Minha mãe, duas irmãs, um irmão mais os sobrinhos. Mas, nossa família mesmo, enquanto meus filhotes não tiverem por aqui, se resume a eu, ela, o dr. e, se tudo correr bem, meu anjinho também.