Olha só o que esse Cristiano descobriu... A parte boa é que desencadeou em um compromisso que tava faltando entre os dois. Confira como foi...
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**Camila**
Saindo do banho enrolada na toalha, passo pela sala pra buscar a calcinha na área de serviço.
— Quem é Marcelo? — a voz ríspida e um olhar assustador, fixo em mim.
— Como?
— Marcelo?
— Como assim? Por quê?
— Só responde.
Nunca tinha visto o Kiko tão sério. E puto... Parecia que ia explodir, vermelho feito um pimentão.
— Um amigo do colégio.
— Amigo?!
— Um cara de São José que eu fiquei quando estudava no mesmo colégio que ele. E que reencontrei naquele dia que saí com a Gabi e a Melissa. Fazia uns quatro anos que eu não via. A gente conversou...
— Você ficou com ele? — e interrompe minhas justificativas em série, já em pé, na minha frente, as mãos na cintura. Tipo pra me intimidar mesmo...
— Não.
— Ele tentou. — não foi uma pergunta.
— Tentou.
— E você quer que eu acredite?
— Kiko, eu não fiquei com ele.
— Por quê? Nada te impedia.
— Porque eu amo um desgraçado que mentiu pra mim que era pobre, depois mentiu pro delegado pra acobertar a bandida biscateira que me sequestrou e, não contente, ainda me fez o favor de transar com ela sei lá quantas vezes, pra completar minha passagem pelo inferno com honras ao mérito.
Ele sorriu amarelo, tirando os olhos dos meus e esfregou os dedos na cabeça de nervoso.
— E a trouxa masoquista aqui ainda ama o safado cafajeste, apesar de tudo... Dá pra acreditar?
— Acha isso mesmo?
— Não. Tô só dramatizando pra dar emoção.
Ele riu com gosto.
— Posso acreditar em você? — e retomou a seriedade.
— Do mesmo jeito que eu continuo acreditando em você, Cristiano. Apesar de tudo...
— Nem um beijinho?
— Nenhum.
— Nem vontade?
— Nem se eu quisesse, Kiko... Você tá encalacrado na minha alma. Eu não consigo me imaginar nem por um segundo com outro ser-humano que não seja você.
— Jura pra mim?
— Pelo que quiser...
Sem surpresas, outro daqueles sorrisos que ele só tem pra mim. Depois, um beijo perfeito que tomou conta dos meus lábios, já arrancando minha toalha e se apossando do meu corpo com pressa, ali no sofá mesmo.
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**Cristiano**
Logo depois do sexo...
— Sem mentiras? — insisto. Nada me deixa mais puto que um gavião chegando nela, quando eu não tô perto.
— Completamente sem mentiras.
— É um pacto?
— Um pacto de sangue. Algo a declarar antes da gente reafirmar o pacto? — essa é a Camila me ponto na parede.
Eu calei minha boca, me sentindo o próprio idiota. Por que fui acordar esse monstro...?
— Hein, Kiko?!
Não queria conversas indigestas estragando o nosso momento. Mas, se é pra passar o risco no chão, acho que vale o sacrifício.
Respirei fundo pra tomar coragem e comecei a contar tudo sobre meu pai. A relação dele com Arthur; o noivado com a doida da Samara que ele quase me fez firmar; alguns detalhes do meu passado com ela.
Relatei também as ameaças que o doutor me fez, na delegacia, caso eu não mudasse meu depoimento a favor da maluca.
A Mila tava assustada pra caralho. A vida descomplicada que ela teve em São José não passou nem perto de pessoas no perfil do meu pai. Mas ela precisava saber. Precisava ter a noção que pessoas como dr. Alberto, Arthur, Samara existem por aí, em cada esquina. E que, vez ou outra, vão cruzar o caminho dela. O nosso caminho...
Me deu vergonha escancarar minha vida pra ela desse jeito. Derrubar a cortina que disfarçava o monstro que dr. Alberto pode ser, quando algo vai contra o que ele planejou.
— Meu pai é um crápula, "filha-da-puta", quase acabou com o nosso casamento, mas é meu pai, Mila. Do jeito que for... É ele.
— E meu sogro...
— Pois é... E seu sogro ainda por cima.
— Você contou pra sua mãe?
— Não tudo.
— Acho que deveria.
— Eu vou. Mas não sei se adianta alguma coisa. Ela gosta dele pra caramba. Já segurou cada bronca por causa do doutor...
A Mila virou os olhos pro teto, pensativa.
— Me aceita mesmo assim? Com uma sogra bacana e um sogro "filha-da-mãe" a tira colo?
Ela riu.
— Eu aceito um gatinho lindo a tira-colo. Se o resto vem no pacote...
— O que você vai fazer.?
— Vou engolir com farinha e ainda achar bom. — ela sempre tira uma piadinha dos momentos tensos. — Apesar de, se depender só de mim, eu não olho pra cara dele pelo resto da vida.
Agora, foi minha vez de rir.
— Isso vai ser impossível, Camila. Cê sabe, né?
— Eu sei... — deu um suspiro triste.
— Concorda em manter um mínimo de convivência necessária?
— Um mínimo do mínimo se for... — e sorriu, malandra. Ela é fora da curva mesmo...
— Faz isso por mim?
— Isso e o que for necessário, Cristiano. — e olhou dentro dos meus olhos. — Eu só quero você... No final de tudo... Só você, gatinho... Do jeito que for.
***
Dia seguinte, sábado, juntamos as tralhas e fomos embora pra casa.
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E agora, meus amores? Será que a vida desses dois volta ao normal em definitivo...? Felizes para sempre...?
Aguardem as cenas dos próximos capítulos... ;-)
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(COMPLETO) Meu mundo é dela! - A história da Mila e do Kiko...
RomanceEm meio a um ginásio lotado e duas torcidas adversárias em guerra, surge uma visão inebriante atrás do gol. Algo inexplicável, que mexe com todos os sentidos... Impossível de definir ou... descrever. Sem pensar duas vezes, Cristiano abandona os co...