CAPÍTULO 133 - Crise de ciúmes e pacto de sangue

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Olha só o que esse Cristiano descobriu... A parte boa é que desencadeou em um compromisso que tava faltando entre os dois. Confira como foi... 

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**Camila**

Saindo do banho enrolada na toalha, passo pela sala pra buscar a calcinha na área de serviço. 

— Quem é Marcelo? — a voz ríspida e um olhar assustador, fixo em mim.

— Como?

— Marcelo?

— Como assim? Por quê?

— Só responde.

Nunca tinha visto o Kiko tão sério. E puto... Parecia que ia explodir, vermelho feito um pimentão.

— Um amigo do colégio.

— Amigo?!

— Um cara de São José que eu fiquei quando estudava no mesmo colégio que ele. E que reencontrei naquele dia que saí com a Gabi e a Melissa. Fazia uns quatro anos que eu não via. A gente conversou...

— Você ficou com ele? — e interrompe minhas justificativas em série, já em pé, na minha frente, as mãos na cintura. Tipo pra me intimidar mesmo...

— Não.

— Ele tentou. — não foi uma pergunta.

— Tentou.

— E você quer que eu acredite?

— Kiko, eu não fiquei com ele. 

— Por quê? Nada te impedia.

— Porque eu amo um desgraçado que mentiu pra mim que era pobre, depois mentiu pro delegado pra acobertar a bandida biscateira que me sequestrou e, não contente, ainda me fez o favor de transar com ela sei lá quantas vezes, pra completar minha passagem pelo inferno com honras ao mérito. 

Ele sorriu amarelo, tirando os olhos dos meus e esfregou os dedos na cabeça de nervoso.

— E a trouxa masoquista aqui ainda ama o safado cafajeste, apesar de tudo... Dá pra acreditar?

— Acha isso mesmo?

— Não. Tô só dramatizando pra dar emoção.

Ele riu com gosto.

— Posso acreditar em você? — e retomou a seriedade.

— Do mesmo jeito que eu continuo acreditando em você, Cristiano. Apesar de tudo...

— Nem um beijinho?

— Nenhum.

— Nem vontade?

— Nem se eu quisesse, Kiko... Você tá encalacrado na minha alma. Eu não consigo me imaginar nem por um segundo com outro ser-humano que não seja você.

— Jura pra mim?

— Pelo que quiser...

Sem surpresas, outro daqueles sorrisos que ele só tem pra mim. Depois, um beijo perfeito que tomou conta dos meus lábios, já arrancando minha toalha e se apossando do meu corpo com pressa, ali no sofá mesmo.


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**Cristiano**

Logo depois do sexo...

— Sem mentiras? — insisto. Nada me deixa mais puto que um gavião chegando nela, quando eu não tô perto.

— Completamente sem mentiras.

— É um pacto?

— Um pacto de sangue. Algo a declarar antes da gente reafirmar o pacto? — essa é a Camila me ponto na parede.

Eu calei minha boca, me sentindo o próprio idiota. Por que fui acordar esse monstro...?

— Hein, Kiko?!

Não queria conversas indigestas estragando o nosso momento. Mas, se é pra passar o risco no chão, acho que vale o sacrifício.

Respirei fundo pra tomar coragem e comecei a contar tudo sobre meu pai. A relação dele com Arthur; o noivado com a doida da Samara que ele quase me fez firmar; alguns detalhes do meu passado com ela.

Relatei também as ameaças que o doutor me fez, na delegacia, caso eu não mudasse meu depoimento a favor da maluca.

A Mila tava assustada pra caralho. A vida descomplicada que ela teve em São José não passou nem perto de pessoas no perfil do meu pai. Mas ela precisava saber. Precisava ter a noção que pessoas como dr. Alberto, Arthur, Samara existem por aí, em cada esquina. E que, vez ou outra, vão cruzar o caminho dela. O nosso caminho...

Me deu vergonha escancarar minha vida pra ela desse jeito. Derrubar a cortina que disfarçava o monstro que dr. Alberto pode ser, quando algo vai contra o que ele planejou.

— Meu pai é um crápula, "filha-da-puta", quase acabou com o nosso casamento, mas é meu pai, Mila. Do jeito que for... É ele.

— E meu sogro...

— Pois é... E seu sogro ainda por cima.

— Você contou pra sua mãe?

— Não tudo.

— Acho que deveria.

— Eu vou. Mas não sei se adianta alguma coisa. Ela gosta dele pra caramba. Já segurou cada bronca por causa do doutor...

A Mila virou os olhos pro teto, pensativa.

— Me aceita mesmo assim? Com uma sogra bacana e um sogro "filha-da-mãe" a tira colo?

Ela riu.

— Eu aceito um gatinho lindo a tira-colo. Se o resto vem no pacote...

— O que você vai fazer.?

— Vou engolir com farinha e ainda achar bom. — ela sempre tira uma piadinha dos momentos tensos. — Apesar de, se depender só de mim, eu não olho pra cara dele pelo resto da vida.

Agora, foi minha vez de rir.

— Isso vai ser impossível, Camila. Cê sabe, né?

— Eu sei... — deu um suspiro triste.

— Concorda em manter um mínimo de convivência necessária?

— Um mínimo do mínimo se for... — e sorriu, malandra. Ela é fora da curva mesmo...

— Faz isso por mim?

— Isso e o que for necessário, Cristiano. — e olhou dentro dos meus olhos. — Eu só quero você... No final de tudo... Só você, gatinho... Do jeito que for.

***

Dia seguinte, sábado, juntamos as tralhas e fomos embora pra casa.

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E agora, meus amores? Será que a vida desses dois volta ao normal em definitivo...? Felizes para sempre...?

Aguardem as cenas dos próximos capítulos... ;-)

(COMPLETO) Meu mundo é dela! - A história da Mila e do Kiko...Onde histórias criam vida. Descubra agora