E as justificativas continuam... Será que o Kiko vai convencer a gente? E pior? Será que vai convencer a Camila que ele vale a pena, apesar de tudo...?
Isso é o que vamos descobrir logo, logo... ;-)
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**Cristiano**
De tudo que passamos juntos, o mais difícil dessa situação em que eu meti a gente, foi ter que mentir pra Camila sucessivas vezes, falsear situações, inventar desculpas, sem enxergar uma oportunidade sequer de por um fim à farsa.
E não tinha jeito mesmo... Eu tava sem saída. Era sustentar essa mentira absurda ou eu ficar sem o meu anjo. A mulher da minha vida.
E eu não conseguia me imaginar sem ela. Nem por um segundo.
Além das mentiras, o fato de eu não poder levá-la aos lugares que ela me pedia — às festas de faculdade, cervejadas, barzinhos legais, ou até mesmo a uma pizzaria de bairro, num domingo à noite — fazia minha consciência pesar ainda mais.
Eu sempre a convencia a desistir das saídas, argumentando que a grana tava curta. Mas... era foda fazer isso, sabendo que eu podia proporcionar a ela tudo que ela merecia.
Nesse ponto, o plano do Bola falhou feio.
Sempre gastei grana sem me preocupar com a quantidade de dígitos que vinham na conta, seja com os amigos, conhecidos ou até com quem eu nunca troquei uma palavra na vida.
Com mulher então... Era o momento que meu cartão de crédito não conhecia limites. Qualquer uma que tivesse comigo, ficante ou de rolo, legal ou não, vadia, puritana, doida, amiga, sexo ocasional... Qualquer uma mesmo, tava bem amparada do meu lado.
Isso sempre me ajudou a me enturmar e, de uma forma ou outra, camuflar a insegurança com o defeito na perna.
E justo pra mulher da minha vida acabei ficando preso ao personagem de conto de fadas às avessas, sem ver meios de por um fim a essa história de fantasia.
***
Por outro lado... Como nem tudo tem só o lado ruim... Nossa limitação de orçamento também trouxe suas vantagens.
O tempo inteiro, era a Camila inventando coisas pra gente fazer. Às vezes, uma mesa bem posta como num restaurante, pra comermos a pizza que pedimos pelo telefone. Algumas ocasiões especiais, velas, perfumadas ou não, dependendo do momento e da intenção. Era lindo de ver como ela é animada. E admirável o entusiasmo com o nosso relacionamento e o tanto que ela se empenhava pra que a gente desse certo.
Como eu pude algum dia duvidar do que ela sentia por mim? Meu Deus... Cada vez que penso nisso, me sinto o cara mais estúpido desse planeta.
Mas, mesmo com todo esforço, no cenário contenção de gastos em que eu meti a gente, até a mente fértil da Camila encontrava seus limites. Independentemente de qualquer coisa, eu adorava tudo. De coração. Elogiava o tempo inteiro. Pedia mais...
Bom, pedia mais daquelas atividades que nos deixavam juntos, grudados, só nos dois.
Vez ou outra, ela dava uma pirada e implorava por uma saidinha. Mas isso implicava riscos pra mim, incluindo o pior deles — eu perder a Camila.
Por isso, não dava. Eu não podia. Simples assim.
Mas, além do "não poder", eu a queria pra mim... E só pra mim. E por isso não ligava de ficar dia e noite trancado com ela, utilizando todas as possibilidades de diversão que havia dentre quatro paredes. E, pra completar os benefícios da vida a dois com restrição orçamentária, grande parte dessas possibilidades, senão todas, envolvia sexo.
Eu amo sexo com a minha linda.
Algo inexplicável acontece com a gente ali, na horizontal, debaixo dos lençóis (ou não!).
Eu ensinei a ela tudo que ela sabe, o que me dá um puta orgulho, e confesso que ela foi a melhor aluna que eu poderia ter. Surpreendeu até mesmo a própria expectativa que eu criei, que sempre foi enorme pelo alto potencial da Camila... Linda como ninguém, angelical, fogosa, misteriosa, meiga, sensual, ingênua, mulherão quando precisa ser.
Uma completa contradição... Indecifrável...
Mas, por trás de todos esses adjetivos intermináveis, tá o amor que eu sinto por ela. Algo que nunca senti, nem de perto, por qualquer outra pessoa na vida.
O amor que tenho por meus pais é enorme, mas é um amor diferente.
O que sinto pela Camila é algo visceral, onipotente, que domina e dói até de tão incontrolável. Eu nunca subestimei meus sentimentos por ela. Mas custei a assumir que tudo o que tava por trás da vontade de me integrar a ela, era esse amor absurdo, simples, absoluto, em sua mais pura essência. E quanto mais nos apegávamos um ao outro, mais distante eu ficava de contar a ela quem era esse Kiko de verdade.
Ela sempre confiou em mim. Muito. Colocaria a mão no fogo por mim, se alguém exigisse. Por isso, eu sabia que o dia que revelasse quem eu era, o risco de perder o que conquistamos seria enorme.
***
Apesar de todas as limitações, os meses que passei com a Camila foram os melhores da minha vida.
Mas... Por outro lado... manter essa vida dupla não foi nada fácil.
Eu vivi pra ela todos os dias, desde que a gente se cruzou naqueles jogos, e não tinha dúvida que era isso que eu queria. Que a Camila foi e continua sendo tudo o que eu quero pra mim.
Com essa de eu deixar minha vida de verdade de lado, acabei me afastando de todo mundo. Desde os meus brothers, que conheci antes de aprender a falar, até a turma da facu, passando inevitavelmente pela minha família.
Meu pai, por trabalharmos juntos, eu até topava no escritório.
Já minha mãe... Coitada. Fiquei praticamente seis meses sem dar notícias da minha vida pra ela.
Dia desses ligou chorando pro meu pai no escritório, perguntando de mim.
Foi mancada, eu sei, mas eu não tinha condição de dar trela pra dona Valentina. Não naquela hora.
Certeza que a mulher ia colar na minha bota e não largar do meu pé, até que eu apresentasse meu anjinho pra ela.
E não dava ainda.
Eu não tava achando jeito nem de contar pra Camila sobre a minha vida de verdade. Quanto mais trazê-la pra conhecer minha mãe.
Nossa! Nem fodendo! Isso tava fora de cogitação.
Primeiro, eu precisava revelar meu segredo. Depois, apresentar meu mundo pra minha linda. Minha mãe, com sorte, seria o estágio três.
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E... se estiver curtindo... obrigada desde já pelo seu voto! É um ato simples, mas de enorme valor para nós, autoras... ;-)
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(COMPLETO) Meu mundo é dela! - A história da Mila e do Kiko...
RomanceEm meio a um ginásio lotado e duas torcidas adversárias em guerra, surge uma visão inebriante atrás do gol. Algo inexplicável, que mexe com todos os sentidos... Impossível de definir ou... descrever. Sem pensar duas vezes, Cristiano abandona os co...