CAPÍTULO 44 - Outra tentativa desesperada de aproximação

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Surpresas...? Nem tanto, né? Afinal... já era de se esperar algo do tipo desse lado master-power do Cristiano Nunes...

E o desfecho pra essa nova investida dele... Não vou dizer mais nada... ;-)

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**Camila**

Quando cheguei, as persianas da sala tavam fechadas, não me permitindo enxergar nada que estivesse dentro. Me aproximei da porta com a intenção de bater. No mesmo segundo, o Michel surgiu inexplicavelmente atrás de mim.

— Pode entrar direto. — e me autorizou.

— Mesmo?! — eu assustei!

As únicas duas vezes que entrei naquele "templo" foi praticamente de joelhos fazendo reverência, numa reunião que a lambisgóia da minha chefe resolveu me levar de apêndice, pra apanhar feito gato-no-saco do seu Milton, diretor de vendas, junto com ela.

— Pode confiar. — o Michel me lançou um sorrisinho suspeito, que me incomodou por demais.

Obediente, girei a maçaneta e quando estendi a porta...

— Oi, linda.

Aquele desalmado se conjurava ali, na minha frente, outra vez...

Ele tava com o ombro recostado na parede, as duas mãos no bolso, portando o sorriso mais perfeito do mundo pra mim. Era difícil demais dividir o mesmo ambiente que ele. Ainda mais sozinhos.

Eu nem sabia como reagir.

— Entra aqui. — ele me convidou.

— Que... ... — eu queria entender o que significava aquilo, mas não consegui nem começar a frase.

Ele percebeu meu estado entorpecido e se aproximou.

— Queria saber como você , Mila. — e começou a se explicar, alisando meu cabelo. — Ver você...

Eu fui me afastando dele lentamente, mas ele foi mais esperto! E me encurralou contra a parede.

— Quando você vai parar de fugir de mim, linda? — e seguia com os dedos deslizando pela minha face e cabelos.

Eu tava acuada, com o quadril apoiado sobre as mãos encostadas na parede. Não conseguia olhar pra ele.

A estagiária-vaso-atrás-da-porta e o pica-das-galáxias... Era o tudo e o nada... Os extremos... Os opostos... O contraste... O que fazia eu me sentir ainda mais insignificante.

— Hein, Mila? — e subiu meu rosto pelo queixo pra me olhar dentro dos olhos, já que eu não reagi. — Quando, linda? Quando vamo por um fim nessa tortura?

Logicamente, eu começava a vazar pelos olhos.

— Por que você fez isso comigo, Kiko?

— Eu já disse, linda...

— E ainda veio aqui... Por quê? — mal conseguia conjurar as palavras do tanto que eu chorava.

— Eu precisava chegar perto de você... Preciso de você, Camila. Sentir seu cheiro... Conversar... Pára de fazer isso com a gente, linda. Eu não consigo mais aguentar. — e deslizava os lábios pelo meu rosto banhado em lágrimas, enquanto pronunciava aquele monte de coisas, eriçando cada pelo do corpo.

Era mil vezes pior que a tortura mais macabra que um ser-humano fosse capaz de inventar...

Perdi a força nas pernas brevemente e ele me segurou no ato.

tudo bem? — perguntou, preocupado.

— Tudo... — eu devolvi. — Foi só um lapso. — e me esforçava pra manter a lucidez.

— Senta aqui. — puxou a cadeira e me ajeitou nela, se ajoelhando em frente a mim.

se sentindo bem?

Eu balancei a cabeça confirmando, sem olhar pra ele, acuada.

Não tinha ambiente pra diálogo, nem qualquer outra coisa.

— Eu vou voltar pra minha mesa. — finalmente consegui tomar uma atitude.

— Posso te pegar aqui no banco quando você sair?

— Não! — devolvi, taxativa.

— Tudo bem... — ele se afastou e se levantou do chão.

Eu me levantei logo depois e caminhei até porta.

— Tchau, Kiko. — ainda incapaz de encará-lo. Minha voz quase não saiu.

Ele continuou em silêncio.

Quando abri a porta...

— Amo você, Camila. Até o fim da vida... — e me levou a nocaute outra vez, com aquela declaração.

Atravessei o escritório feito um velocista e me enfiei no banheiro pra chorar.

Foram cinco, dez, quinze minutos... uma eternidade, e eu não conseguia conter o choro. Acho que levei uma meia hora pra retomar o mínimo do controle e poder voltar pra minha mesa.

Saí do banheiro e aquela sensação de estar sendo observava não me abandonava. Pelo contrário, só aumentava, provocando uma angústia ainda maior. A cada passo, parecia haver um amontoado de olhos atentos, presos a mim...

Finalmente de volta a baia, por sorte, minha gerente não tava ali.

O Vitor me disse que ela foi pra uma reunião com os outros chefes do banco. Os mesmos que bajularam o tal do investidor que, no final, era meu ex-namorado.

Eu tinha certeza que as pessoas das áreas ao redor cochichavam sobre mim, mas eu não sabia o que fazer. Nem onde me enfiar.

Queria me trancar de volta no banheiro e ficar lá, sentada no vaso chorando litros, mas não podia. Minha chefe tava em cima de mim feito urubu na carniça e devia voltar a qualquer instante.

Além de eu ter me afastado dias por conta do acidente, a menos de duas semanas, ainda me acontece todo esse episódio com o sem-noção do meu ex.

Depois de um tempo, o telefone da minha mesa tocou outra vez...

Ai, Meu Deus!

— Camila... — eu atendi.

— Camila, é o Michael. Você pode dar um pulo aqui na Dois de novo?

— Claro... — e mal consegui que a voz saísse.

Quando coloquei o telefone no gancho, meu coração parecia que ia sair pela boca. Eu tinha certeza que minha pele tava pálida. Aquela cor pré-desmaio. Além dos olhos inchados do tanto que tinha chorado.

(COMPLETO) Meu mundo é dela! - A história da Mila e do Kiko...Onde histórias criam vida. Descubra agora