Surpresas...? Nem tanto, né? Afinal... já era de se esperar algo do tipo desse lado master-power do Cristiano Nunes...
E o desfecho pra essa nova investida dele... Não vou dizer mais nada... ;-)
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**Camila**
Quando cheguei, as persianas da sala tavam fechadas, não me permitindo enxergar nada que estivesse dentro. Me aproximei da porta com a intenção de bater. No mesmo segundo, o Michel surgiu inexplicavelmente atrás de mim.
— Pode entrar direto. — e me autorizou.
— Mesmo?! — eu assustei!
As únicas duas vezes que entrei naquele "templo" foi praticamente de joelhos fazendo reverência, numa reunião que a lambisgóia da minha chefe resolveu me levar de apêndice, pra apanhar feito gato-no-saco do seu Milton, diretor de vendas, junto com ela.
— Pode confiar. — o Michel me lançou um sorrisinho suspeito, que me incomodou por demais.
Obediente, girei a maçaneta e quando estendi a porta...
— Oi, linda.
Aquele desalmado se conjurava ali, na minha frente, outra vez...
Ele tava com o ombro recostado na parede, as duas mãos no bolso, portando o sorriso mais perfeito do mundo pra mim. Era difícil demais dividir o mesmo ambiente que ele. Ainda mais sozinhos.
Eu nem sabia como reagir.
— Entra aqui. — ele me convidou.
— Que... tá... — eu queria entender o que significava aquilo, mas não consegui nem começar a frase.
Ele percebeu meu estado entorpecido e se aproximou.
— Queria saber como você tá, Mila. — e começou a se explicar, alisando meu cabelo. — Ver você...
Eu fui me afastando dele lentamente, mas ele foi mais esperto! E me encurralou contra a parede.
— Quando você vai parar de fugir de mim, linda? — e seguia com os dedos deslizando pela minha face e cabelos.
Eu tava acuada, com o quadril apoiado sobre as mãos encostadas na parede. Não conseguia olhar pra ele.
A estagiária-vaso-atrás-da-porta e o pica-das-galáxias... Era o tudo e o nada... Os extremos... Os opostos... O contraste... O que fazia eu me sentir ainda mais insignificante.
— Hein, Mila? — e subiu meu rosto pelo queixo pra me olhar dentro dos olhos, já que eu não reagi. — Quando, linda? Quando vamo por um fim nessa tortura?
Logicamente, eu começava a vazar pelos olhos.
— Por que você fez isso comigo, Kiko?
— Eu já disse, linda...
— E ainda veio aqui... Por quê? — mal conseguia conjurar as palavras do tanto que eu chorava.
— Eu precisava chegar perto de você... Preciso de você, Camila. Sentir seu cheiro... Conversar... Pára de fazer isso com a gente, linda. Eu não consigo mais aguentar. — e deslizava os lábios pelo meu rosto banhado em lágrimas, enquanto pronunciava aquele monte de coisas, eriçando cada pelo do corpo.
Era mil vezes pior que a tortura mais macabra que um ser-humano fosse capaz de inventar...
Perdi a força nas pernas brevemente e ele me segurou no ato.
— Tá tudo bem? — perguntou, preocupado.
— Tudo... — eu devolvi. — Foi só um lapso. — e me esforçava pra manter a lucidez.
— Senta aqui. — puxou a cadeira e me ajeitou nela, se ajoelhando em frente a mim.
— Tá se sentindo bem?
Eu balancei a cabeça confirmando, sem olhar pra ele, acuada.
Não tinha ambiente pra diálogo, nem qualquer outra coisa.
— Eu vou voltar pra minha mesa. — finalmente consegui tomar uma atitude.
— Posso te pegar aqui no banco quando você sair?
— Não! — devolvi, taxativa.
— Tudo bem... — ele se afastou e se levantou do chão.
Eu me levantei logo depois e caminhei até porta.
— Tchau, Kiko. — ainda incapaz de encará-lo. Minha voz quase não saiu.
Ele continuou em silêncio.
Quando abri a porta...
— Amo você, Camila. Até o fim da vida... — e me levou a nocaute outra vez, com aquela declaração.
Atravessei o escritório feito um velocista e me enfiei no banheiro pra chorar.
Foram cinco, dez, quinze minutos... uma eternidade, e eu não conseguia conter o choro. Acho que levei uma meia hora pra retomar o mínimo do controle e poder voltar pra minha mesa.
Saí do banheiro e aquela sensação de estar sendo observava não me abandonava. Pelo contrário, só aumentava, provocando uma angústia ainda maior. A cada passo, parecia haver um amontoado de olhos atentos, presos a mim...
Finalmente de volta a baia, por sorte, minha gerente não tava ali.
O Vitor me disse que ela foi pra uma reunião com os outros chefes do banco. Os mesmos que bajularam o tal do investidor que, no final, era meu ex-namorado.
Eu tinha certeza que as pessoas das áreas ao redor cochichavam sobre mim, mas eu não sabia o que fazer. Nem onde me enfiar.
Queria me trancar de volta no banheiro e ficar lá, sentada no vaso chorando litros, mas não podia. Minha chefe tava em cima de mim feito urubu na carniça e devia voltar a qualquer instante.
Além de eu ter me afastado dias por conta do acidente, a menos de duas semanas, ainda me acontece todo esse episódio com o sem-noção do meu ex.
Depois de um tempo, o telefone da minha mesa tocou outra vez...
Ai, Meu Deus!
— Camila... — eu atendi.
— Camila, é o Michael. Você pode dar um pulo aqui na Dois de novo?
— Claro... — e mal consegui que a voz saísse.
Quando coloquei o telefone no gancho, meu coração parecia que ia sair pela boca. Eu tinha certeza que minha pele tava pálida. Aquela cor pré-desmaio. Além dos olhos inchados do tanto que tinha chorado.
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(COMPLETO) Meu mundo é dela! - A história da Mila e do Kiko...
RomanceEm meio a um ginásio lotado e duas torcidas adversárias em guerra, surge uma visão inebriante atrás do gol. Algo inexplicável, que mexe com todos os sentidos... Impossível de definir ou... descrever. Sem pensar duas vezes, Cristiano abandona os co...