(COMPLETO) Meu mundo é dela! - A história da Mila e do Kiko...

PARTE II - Prólogo

Finalmente chegou a hora da gente saber quem é esse Cristiano Nunes de verdade... E porque, afinal de contas, ele fez o que fez com a Camila. 

Simbora dar uma chance pro garotão se explicar!

E não esqueçam de comentar, curtir e dividir suas opiniões comigo... ;-) Obrigada!!! bjs

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**Cristiano**

Isso é foda. Eu reconheço. Mas preciso ter a chance de explicar a minha versão do que aconteceu.

Eu juro que se pudesse voltar atrás, jamais teria escolhido isso pra gente.

Me apaixonei perdidamente pela mulher mais linda, mais perfeita que já tinha cruzado meu caminho. E isso desde o primeiro segundo que a vi.

Como diz o velho ditado... Tudo tem sua primeira vez...

E diante dessa situação inédita, eu não consegui ser corajoso o suficiente pra mergulhar de cabeça na nossa relação, sem ter certeza se seria correspondido pelo que sou ou por tudo que sempre tive ao meu redor... Fácil, disponível, abundante... É muito tentador pra qualquer uma, afinal, somos seres humanos.

E o meu "femur de aquiles", então... Ahh... essa merda de defeito na perna que nunca me deixou dormir tranquilo. Quem convive com um problema desses, sabe do que tô falando...

Mas eu fui covarde. Eu sei.

Por conta de uma insegurança idiota, eu menti e expus a situações horríveis e embaraçosas a pessoa mais importante da minha vida.

E agora tô aqui... na merda... tentando achar um jeito de por um fim a essa confusão e ter meu anjinho de volta pra mim.

***

Tudo começou naquela festa dos Jogos de Administração.

Não sou injusto de colocar a culpa no Bola, por ter me aparecido com o plano que parecia infalível.

Não...

A responsabilidade sempre foi minha por aceitar fazer parte dele.

Mas meu maior erro não foi o plano em si.

Foi eu não ter confiado nos sinais que a Camila me deu, desde a primeira vez que a gente ficou.

Era mais do que óbvio que ela gostava de mim a valer.

Mas, quem disse que um cabeça-dura como eu, acreditaria que uma deusa perfeita como ela poderia se apaixonar por um aleijado...?

Pra quem passa o dia lidando com números e projeções (o meu caso), é estatisticamente improvável tal fenômeno.

A Mila se apaixonando genuinamente pelo Kiko "aleijado-não-tem-onde-cair-morto"...?

... Improvável e racionalmente inexplicável.

Mas quem falou que o amor é racional...?

Acho que ninguém em sã consciência contestaria a subjetividade desse sentimento. A não ser eu, que desafiei o amor e infelizmente fui descobrir a dádiva da sua irracionalidade da pior forma possível.

E assim como em "n" histórias contadas e recontadas ao longo dos séculos, o amor, outra vez, se confirmava como a ciência mais ilógica que se tem conhecimento até hoje.

Reconheço que foi foda não contar com aquilo que sempre me ajudou com as mulheres. Ao mesmo tempo que era o que mais me impressionava na Camila. Meu anjinho se apaixonando por mim na essência, sem que eu precisasse dispor dos "acessórios" que as mulheres que andavam comigo sempre se amarraram — os carros bacanas, o cartão de crédito ilimitado, o status e todos lugares que eu podia levá-las.

Confesso que fiquei surpreso com a minha própria capacidade de conquistar alguém como a Camila, só pelo que eu sou.

É sério... Nunca me achei capaz dessa proeza e nem o psicanalista mais foda de São Paulo seria bom o suficiente pra me convencer que conseguiria um feito desses por conta própria.

Quando dei por mim, eu tinha me deslumbrado por ela, do mesmo jeito que me deslumbrei por esse meu lado que eu desconhecia.

Mas era aí que começava meu problema de fato.

A Mila, a essa altura, já tava completamente envolvida com esse "eu" versão simplificada.

Toda a nossa confiança já tinha sido estabelecida — uma ligação surpreendentemente sólida e deliciosa. A gente tava conectado de um jeito que não cabia abalo. Qualquer coisa poderia romper esse vínculo, a confiança plena que estabelecemos um no outro, e era isso que me afastava cada dia mais de dividir a verdade com ela.

Por isso... Por mim e por ela, eu adiei tanto essa revelação e fui levando... levando... até que aquilo tudo aconteceu...

A Mila sofreu o acidente horrível que poderia tê-la tirado de mim pelo resto dos dias.

Foi aí que a ficha caiu. Eu não podia mais adiar a conversa, mesmo ciente dos riscos que corria.