CAPÍTULO 31 - Festa no ap. - Versão Kiko

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Aqui está um pouquinho do motivo que o Bola andava tão p... da vida com o Kiko!

E vamos combinar que o Bola, apesar do jeito escroto, tava mais que coberto de razão, né? 

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**Cristiano**

Um mês de namoro e eu tava no céu. Minha vida se resumia a Camila. E a dela, a mim.

Tudo bem que a rotina de se ver só a noite, depois da aula, e dormir junto, ajudava pra caramba, já que a gente nem tinha forças pra mais nada além do sexo.

O surpreendente era o tesão que me dava essa vidinha aparentemente sem a menor graça.

É sério mesmo... Nunca pensei que esse ciclo repetitivo e aparentemente insosso de sair da aula, jantar, trepar, tomar banho junto, trepar mais um pouco, depois cair na cama esgotados e dormir agarrados até o despertador nos arrancar daquele sono gostoso, dia seguinte, pudesse ser tão foda.

Eu contava os segundos pra aula acabar e eu poder voltar pra ela.

O complicado foi lidar com a meu anjinho quando ela começou a dar pressão pra sair, com os amigos ou não, pegar uma balada, um barzinho ou só passear num shopping mesmo, assistir um lançamento no cinema... Coisa normal de qualquer casal na nossa idade e mais do que esperado ela sentir vontade.

Mas eu não podia. Não dava. Sem condições. Eu tinha que controlar a Camila e planejar muito bem cada saída de casa, senão, eu ia me ferrar de verdade. E era tudo o que eu não precisava... Me ferrar e correr o risco de perder a minha linda de vez.

***

Fizemos três meses de namoro e a coisa ficou insustentável do lado "pressão para uma vida minimamente social". Eu não ia segurar meu anjinho mais, que já tava de beicinho comigo, mal humorado e me colocando contra a parede na menor oportunidade.

Foi aí que tive a ideia de chamar os brothers pra uma cerveja no cafofo.

Eles sempre me deram uma puta força com a Camila.

Não iam me deixar na mão uma hora dessas...

Consegui juntar uns doze caras naquela lata de sardinha. Não podia ter mulher no meio pra não melar o esquema, até porque namorando sério mesmo era só eu.

O cafofo é realmente o ap. do Cesar, o cara que estuda comigo na JK, e ele divide com o Lucio, o outro cara que também participava da festa do ap., junto com os brothers. E, pra encurtar a história toda, eu negociei com o Cesar que pagaria a parte dele no aluguel quando precisasse "emprestar" sua casa.

Era foda ter que enganar meu anjinho daquele jeito, mentindo que morava lá, mas a Mila não ia me dar sossego enquanto eu não apresentasse o cafofo pra ela.

Confesso que fiquei incomodado de por meu anjinho no meio daqueles doze cuecas, mas não teve outro jeito. E também, tava borrando as calças de alguém dar algum fora com a Camila. Coisa que não aconteceu, já que o Bola ou o Cabeça sempre tavam por perto pra moderar o assunto em qualquer rodinha que ela tivesse no meio. Além de mim, é claro, que fiquei quase o tempo inteiro grudado nela.

Num certo momento que eu tava vacilando, sozinho, o Bola colou na minha bota...

— Vai resolver essa merda quando? — e me pôs na parede outra vez.

Ele já vinha dando pressão pra caralho pra eu por um fim no nosso plano.

— Não dá, cara. Olha lá... Como é que eu vou arriscar perder isso? Ela é a minha vida, brother.

— Tu brincando com fogo, meu irmão.... sabe disso. Quanto mais enrolar, pior vai ser.

— Eu vou pensar como.

— Te dou um mês.

— E o que você tem com isso??! — fiquei puto do Bola se intrometer.

— Eu te ajudei entrar. Posso te ajudar a sair se você quiser. Mas não vou deixar enganar sua princesinha mais... Olha essa espelunca, brother... Como é que tem coragem de trazer o anjinho pra passar uma noite num antro pulguento desse aqui...? Cada vagabunda que já comeu na vida, que deu tudo do melhor... Por que justo com a mãe dos seus filhos tá fazendo um troço desses?

— VAI-SE-FODER!

— Não adianta ficar putinho, não. Eu já falei que tem um mês pra desenrolar essa parada. Se não, quem vai tomar a frente sou eu!

Minha vontade era jogar aquele gordo escroto pela janela. Mas ele tinha razão. Eu não podia mais levar a situação do jeito que tava. Era insustentável. Por outro lado, eu sei que a Camila não ia entender. Eu conheço o meu anjo. Ela não ia aceitar. O risco de perdê-la era noventa por cento no cenário mais otimista. 

Que cilada eu fui me enfiar...

— Se ela não te largar, ponto-e-vírgula, você na merda desse jeito, vai por mim...  O anjinho não te larga mais...

Eu forjei um sorriso e não disse nada.

O Bola sabia que o risco dela pirar, quando eu me revelasse, era enorme. O que ele não sabia era o que a Camila representa pra mim.

Ele nunca se amarrou em alguém de verdade...

É difícil explicar pra um cara como ele, que não tem conhecimento de causa, o que é amar pra valer, a ponto de se atirar na frente do carro, se for pra poupar a vida dela.

***

Confesso que planejei dizer várias vezes, depois daquela festa no cafofo. Até porque o Bola me cobrava diariamente, quando a gente se topava na facu.

Mas não havia meios. Eu não encontrava como.

Tava atolado na merda até o pescoço...


(COMPLETO) Meu mundo é dela! - A história da Mila e do Kiko...Onde histórias criam vida. Descubra agora