E vejam só a bomba que aguarda a Camila... Uma hora tinha que acontecer... Será que é o fim do mundo, como ela tá acreditando que seja...?
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**Camila**
Na sexta-feira, conforme combinado, minha sogra e o sogro eram os convidados do almoço no ap. do Kiko.
Nem preciso dizer que o estômago dava cambalhotas de apreensão.
Não sabia direito o que fazer, o que dizer, onde colocava as mãos, se ficava em pé, sentada...
Quando a porta do apartamento abriu, quase arrumei um desmaio ali mesmo. Pelo menos, taria livre do momento formalidades de conhecer a família ultra-mega-power do meu gatinho.
Assim que a "master-famous" dona Valentina se aproximou de mim e me lançou um sorriso caloroso, confesso que meu corpo inteiro formigou de alívio.
— O quê é essa preciosidade que você escondeu da mamãe, filho...? Vem cá me dar um abraço, meu amor. — e se enroscou em mim, deixando marcas dos beijos carinhosos por todo meu rosto com seu batom caríssimo.
— Prazer, dona Valentina.
— Ah... Que isso, minha querida? Vamos deixar o "dona" de lado, está bem...?
Eu sorri amarelo.
— Que menina linda. Parece uma princesa, filho. — e apertou minhas bochechas, com aqueles dedos cobertos de anéis de diamantes e sei lá mais o quê, ainda me admirando com um olhar maternal.
— É o meu anjinho, mãe. — meu namorado corrige a mãe, não disfarçando a risada com a reação dela.
— Ou um anjinho... Tem razão... Ela se parece mesmo com um anjinho. — certeza que dona Valentina é daquelas mães que concordam com tudo que o filho diz. — E conta um pouco da sua história para a sogrinha, aqui. Quero saber tudo de você, minha linda. — e sai me puxando pela mão, rumo ao sofá.
No caminho, passamos pelo sogro pra eu cumprimentá-lo formalmente, já que dona Valentina tinha claras intenções de me monopolizar.
E lá fui eu, sendo arrastada pela minha ultra-fashion-sogra até o sofá da sala, prestes a dar todos os detalhes da minha vida pra ela, deixando meu gatinho com o pai.
Eu até imaginei dona Valentina reagindo dessa maneira. Fiquei um pouco constrangida, mas percebi que ela não fazia por mal... É o jeito dela.
Pra minha surpresa, a conversa fluiu de forma muito agradável. Era notável o esforço da minha super-power-sogra em parecer acessível e, principalmente, em querer me agradar.
Minhas mãos suavam frio e o estômago ainda tava cheio de nós, impulsionando o suco gástrico garganta acima de vez em quando, mas até que consegui administrar o nervosismo com a contribuição mais do que lisonjeira da dona Valentina.
Almoçamos os quatro, depois da meia hora no "intensivão" da sogra, e a conversa seguiu de forma mais amena à mesa.
Meu namorado, que tinha se sentado ao meu lado, segurava minha mão suada debaixo da mesa e, de vez em quando, um sorrisinho debochado escapava por entre os lábios.
Certeza que ria das minhas reações, principalmente do nervosismo exagerado. Eu nem precisava de legenda pra sacar...
Fiquei furiosa, é claro, e certamente que aquele deboche velado teria seu troco, assim que as visitas ilustres fossem embora.
Logo depois que dona Valentina e seu Alberto se despediram da gente...
— Meu anjinho tenso.
— Nem me fala, Kiko. Queria matar você com aquele sorrisinho cínico.
— Você percebeu??? Juro que tentei disfarçar...
— É claro, né???! Pensa que eu sou tonta???!
— Anjinho bravo... — e vem tentando se enroscar em mim, mas eu dou um pulo, saindo da rota dele.
— Eu lá, quase morrendo do coração de ter que enfrentar seus pais e você rindo de mim... — cruzei os braços e armei meu costumeiro beiço tenebroso.
— Que bobagem, linda... Você viu como eles são tranquilos?
— Pra quem!!!???
Ele riu de novo, finalmente conseguindo me dobrar e me colocar debaixo dos braços dele.
— Eles te adoraram. Fica tranquila...
— Como você sabe...???!
— Eles são meus pais...
E não pude deixar de expirar um riso sem-graça.
Disso... certeza que ele entende mais que eu.
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**Cristiano**
— E essa semana? — o Bola cola em mim, antes de entrarmos pra aula, querendo saber da Camila.
— Tensa...
— Já passou pela dona Valentina?
— Hoje no almoço.
— E como foi?
— Perfeita, cara. Minha mãe gamou na Mila.
— Tal mãe... tal filho...
— Com certeza. — nem disfarcei o sorriso idiota.
— E o dr.? — esse é o jeito do Bola tratar meu pai entre a gente.
— Foi lá almoçar também. Mas nem se falaram direito.
— E...?
— Não embaçou... Na real, ele já tinha colocado o pau-mandado do Jair pra correr atrás das informações dela, quando eu contei que tava namorando.
— E o quê deu...?
— Quê cê acha?
— Clean*...?
— Completamente, né, brother?! Eu já conhecia a família da Mila também, quando contei do namoro pro velho. Sabia que não ia dar treta.
— Importante é o dr. não embaçar.
— Com certeza... Mas eu tenho pé atrás com ele sempre.
— Literalmente... — e tira uma com a minha cara, se referindo ao problema na perna.
— Gordo-do-caralho!!!!!! — e errei o tapão na cabeça desse puto outra vez.
— Você acha que pode dar merda?
— Não sei... Mas, cê conhece meu velho melhor que ninguém. Nunca dá pra saber o que ele tá pensando... achando... tramando...
— É foda mesmo. Mas acho que não vai dar nada.
— Eu tenho certeza que não, Bola... Se ele começar a criar caso, te juro que eu cato a Camila e sumo com ela no mundo.
— Eu sei.
— Não vou perder ela depois do que a gente passou, por causa das babaquices do velho.
— Pode crer... No que precisar, tô aqui.
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Significado das gírias e expressões do texto
Clean - palavra em inglês que significa limpo/a
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(COMPLETO) Meu mundo é dela! - A história da Mila e do Kiko...
RomanceEm meio a um ginásio lotado e duas torcidas adversárias em guerra, surge uma visão inebriante atrás do gol. Algo inexplicável, que mexe com todos os sentidos... Impossível de definir ou... descrever. Sem pensar duas vezes, Cristiano abandona os co...