CAPÍTULO 100 - Vuco-vuco na delegacia

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Meus amores! A partir de agora, tem mais cinco capítulos extras-experimentais, que só ficarão na história se vocês gostarem.

Leiam, entendam e depois me contem o que acharam...

E já antecipo que tem muita surpresa por aí... Preparem-se!

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**Camila**

Na delegacia, assim que chegamos, meu sogro já nos aguardava.

Dez minutos depois, apareceu o tal do Arthur, pai da sem-noção.

Augusto, o investigador, colocou o sequestrador frente à frente com a Samara. E ele não levou segundos pra começar a abrir o bico.

O Kiko contou pra mim a parte que ele conhecia do envolvimento dela com meu sequestro, no percurso entre o "cativeiro" e a delegacia, assim como eu disse a ele toda a baixaria que a doida deu comigo.

Mas, escutar o relato do sequestrador, me deu uma raiva dela como nunca senti por ninguém na vida. Juro... Ali, eu perdi a referência de até onde o ser-humano pode ir com uma obsessão.

— É mentira!!! Isso é mentira!!! — Samara cuspia as palavras na cara do sequestrador, enlouquecida.

— Fica quieta, filha! — Arthur exigia. — Você só fala depois que o advogado chegar!

— Maldita!! Desgraçada!!! A culpa é sua!! Se não fosse você, minha vida tava resolvida!! — e ainda berrava comigo, esperneando. Dá pra acreditar? Justo eu que me ferrei sozinha nessa bizarrice de sequestro.

— Cala a boca, Samara! — Arthur seguia tentando controlar a filha.

Que baixaria... E que pepino esse homem tem nas mãos! Pobre pai... Fiquei até com dó dele de por uma sem-noção dessa no mundo.

— Leva a senhorita Samara daqui, Josué, e enjaula lá do lado do comparça dela. — Augusto dá a ordem pro policial que vigiava a sem-noção.

— Eu não vou ser presa! Paizinho! Por favor!! Não deixa eles me levarem...

Nessa hora, vi seu Arthur chorar, o que me cortou o coração de uma vez.

Devia sentir ódio dele por ter criado um ser detestável como a Samara. Mas ele não tinha culpa pela índole da filha. Além disso, sei que tudo que os pais fazem pelos filhos é na melhor das intenções.

O delegado, que se chamava Osvaldo, comovido com a situação ou sei lá por qual motivo, autorizou que o policial levasse a sem-noção pra uma sala e ficasse lá com ela.

Ainda bem que tiraram essa coisa de perto da gente, pelo menos! Não ia aguentar olhar pra cara lavada dela mais meio segundo.

Mas, infelizmente, ainda não foi o momento de vê-la atrás das grades, como o investigador ordenou e ela mais do que merecia.


Nesse ínterim prende-não-prende, chegou o advogado de defesa da sem-noção.

Seu Arthur pediu ao delegado que concedesse meia-hora pra uma reunião a sós com o advogado e a filha, antes dela depor.

Meus nervos já queimavam a pele, essa hora. Se ela tá envolvida no meu sequestro, o que é óbvio, isso é indefensável, caramba!

Confesso que eu mal podia contar os segundos pra ver aquele advogado idiota, defensor da bandido, nocauteado e a sem-noção, condenada, mofando na cadeia.

Deixa de ser boba e se compadecer de quem não merece, Camila!! Eu já tava me odiando por ter sentido pena do seu Arthur, depois de tudo.

***

Mas o pior ainda nem tinha dado as caras por ali...

Quando olho pra porta da sala, onde a Samara tava detida, meu sogro entrava junto com seu Arthur pra participar da reunião com a doida e o advogado dela.

Dá pra crer... ? Pois é...

Era só o que me faltava dr. Alberto, o meu sogro, apoiando essa bandida, sem-noção.

Meus olhos pulsavam e a cabeça doía de nervoso essa hora.

— Que tá havendo, hein? — eu questiono o Kiko. Nem conseguia respirar direito.

— Sei lá... — ele, com a pior cara de indigestão que eu já testemunhei, não sabia o que responder. Acho que tava tão ou mais indignado com o pai, que eu.

A partir daí, eu não quis ver mais nada. Ajeitei-me no corpo do meu marido e fiquei recebendo carinho, até cochilar sem perceber. Aquele cafuné dele é um calmante pra mim... 

Ainda bem que pelo menos eu tenho o Kiko do meu lado. Incondicionalmente... Sempre...

***

Assim que a reunião acabou, dr. Alberto, seu Arthur e o advogado deixaram a sala e pediram uma reunião com o delegado Osvaldo e o investigador Augusto. Acordei bem nessa hora.

— Será que a gente pode ir embora, Kiko? — eu queria sumir dali.

— Não, linda... A gente ainda tem que depor.

O lugar horroroso, aquela gente, a situação... Tudo me dava uma angústia descontrolada. Eu louca pra ir pra casa, tomar um banho, dormir abraçada no meu gatinho e nunca chegava minha hora.

***

Seu Arthur, dr. Alberto e o advogado da sem-noção, pra ampliar meu desespero, ficaram uma hora trancados na sala com Osvaldo e Augusto.

Enquanto isso, Cardoso providenciou um lanche pra gente. Salgadinhos, refrigerante entre outras guloseimas de uma lanchonete ali perto, que mandei pra dentro sem sentir o gosto. A fome era tanta, que devorei as tranqueiras como se fosse a melhor refeição da vida.

Assim que a reunião deles acabou, o delegado decidiu colher o depoimento dela antes do meu. E mais outra hora jogada no banco desconfortável, deglutindo a angústia interminável.

***

Depois de uma infinidade, finalmente chegou a minha vez de depor.

Entrei na sala sozinha, pois dr. Alberto pediu que o Kiko ficasse com ele, do lado de fora.

Osvaldo e Augusto, durante o interrogatório, insistiram muito em entender a participação da Samara no sequestro.

Por mais raiva que eu sentisse dela, não podia mentir. Honestamente, nem sabia que ela tava envolvida, até o Kiko me contar.

(COMPLETO) Meu mundo é dela! - A história da Mila e do Kiko...Onde histórias criam vida. Descubra agora