E olha quem está dando as caras... Será que alguém faria dona Valentina desistir de dar uma festa de casamento para seu único filho? Essa até eu DU-VI-DO... ;-)
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**Cristiano**
Segunda-feira, de volta à Automatique, liguei pro Jeff.
Conversamos por um bom tempo, em termos profissionais. Contei que acabei descobrindo o envolvimento do meu pai na empresa.
Jeff me pediu desculpas pro-forma. Mas a real é que ele tá cagando pros meus problemas com o dr. Alberto. Eu também nem entrei nesse mérito. Afinal, pra um típico americano, negócios são negócios, dinheiro é dinheiro, acima de tudo. E o resto é o resto.
Eu me comprometi a tocar a implantação da Automatique até encontrar uma pessoa pra me substituir. Jeff lamentou minha decisão, mas, no fim, a grana era praticamente inteira do meu pai. Então, o CEO tava bem tranquilo que eu não faria merda nessa transição. E mesmo se fizesse, dr. Alberto sempre tava por perto pra limpar a minha barra.
É tragicômico cada vez que me dou conta disso...
Meu pai me ligou no fim do dia perguntando se a decisão era essa mesma.
Confirmei. Ele me pediu ajuda pra encontrar meu substituto. Não seria moleque de jogar tudo pro alto. Apesar de vontade não faltar.
Perguntou também o que eu resolvi da vida. Confessei que ainda não tava decidido. Mas, assim que tomasse a decisão, ele seria um dos primeiros a saber.
***
Minha mãe, que de boba não tem nada, depois do rolo com a Automatique, se agarrou à Camila como um náufrago num pedaço de tábua e carregava minha mulher pra baixo e pra cima, dia e noite, enquanto eu fazia a passagem de bastão na empresa, com o Lázaro, um dos caras de confiança do dr. Alberto que ele arrumou pra botar no meu lugar.
A Mila sabia o que tava por trás da atitude da sogra dela. Mas, boa de coração, não cortou dona Valentina.
E desse grude, nem preciso dizer, ressurgiu a ideia do casamento no religioso e da festa megalomaníaca que minha mãe sonhava em dar pra gente.
— O que você acha, gatinho?
— Sei lá... Diz você... Essas coisas são mais da mulher que da gente.
— É verdade... — minha esposa sorriu, encabulada, linda, do jeito dela de sempre. — Eu não ligo pra isso. Você também não. Mas a sua mãe...
— Eu sei.
— Atrapalhar não atrapalha em nada. A gente já é casado. — e ergueu os ombros.
— É verdade. — levantei a cabeça do colo dela pra deixar um beijo na boca.
— E sua mãe faz uma questão...
— Tô ligado.
— Você ainda é filho único...
— Nem me lembra disso. — mal a Mila sabe o tamanho do trauma que eu tenho dessa porra. Principalmente depois das últimas...
Ela riu.
— Por mim, linda, se você topar, eu tô dentro. A decisão tá na sua mão.
— Isso é uma absoluta sacanagem! — esbravejou — Porque a vontade é da sua mãe e a mãe é sua!
— Eu sei. Mas, se ela já come na mão da nora dela, imagina depois dessa...
— Não fala assim! Você diz isso como se eu me importasse.
— Eu sei que você não se importa. E é por isso que dona Valentina tá bem aqui. — esfreguei o dedo na palma da mão dela, que eu segurava dentro da minha.
A Mila riu, sem jeito.
— Acho uma puta papagaiada inútil. Mas se dona Valentina quer...
— Ela quer, Kiko. Você não faz ideia do quanto.
— Também não deixa de ser um jeito de segurar a gente aqui por mais um tempo.
— É verdade... Mas você pensa em ir embora?
— Não agora. Vamo esperar você terminar a faculdade. A transferência pra San Diego já foi um puta stress.
— Nem me fala... Fora que quase perdi o ano na EIM por causa disso.
— Pois é... Vamo dar uma sossegada e pensar com calma o que fazer da vida. Tem um ano e dez meses pra gente resolver, até você se formar.
— Tá certo... Mas você pensa em voltar a trabalhar, né?
— Claro. Só tô planejando com cuidado onde.
— Seu pai vai deixar?
— Dessa vez parece que sim. Ele até ofereceu ajuda com uns conhecidos dele.
— Quero só ver... — ela não tava acreditando muito.
Confesso que eu também tinha meu pé atrás. Mas dr. Alberto não tinha mais créditos pra gastar. Era ele cumprir a palavra ou cumprir, dessa vez.
— Mas, voltando ao casamento...
— Já resolvi. A decisão tá com você, linda.
— E eu tô perdida com esse marido que deixa a bomba armada no meu colo.
Ela sempre me faz rir.
— Bom... Se você não tem objeção e eu também não... Vamos arrumar uma ocupação pra sua mãe. E dar uma alegria pra ela.
— Não anda merecendo muito, mas...
— Não fala assim! Ela tentou fazer a parte dela. Mas seu pai sempre tem que ser o vilão da história...
Eu rio pra caralho quando a minha esposa surge com as tiradas dela.
— Tem razão, linda.
Só eu sei o quanto é foda segurar essa carência dos meus pais sozinho. Sorte que eu tenho a Camila na minha vida.
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Curtindo, lindas? Se sim, não deixem de votar, por favorzinho... ;-) Obrigada!
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(COMPLETO) Meu mundo é dela! - A história da Mila e do Kiko...
RomanceEm meio a um ginásio lotado e duas torcidas adversárias em guerra, surge uma visão inebriante atrás do gol. Algo inexplicável, que mexe com todos os sentidos... Impossível de definir ou... descrever. Sem pensar duas vezes, Cristiano abandona os co...