CAPÍTULO 156 - Festão de casamento à vista!

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E olha quem está dando as caras... Será que alguém faria dona Valentina desistir de dar uma festa de casamento para seu único filho? Essa até eu DU-VI-DO... ;-)

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**Cristiano**

Segunda-feira, de volta à Automatique, liguei pro Jeff.

Conversamos por um bom tempo, em termos profissionais. Contei que acabei descobrindo o envolvimento do meu pai na empresa.

Jeff me pediu desculpas pro-forma. Mas a real é que ele tá cagando pros meus problemas com o dr. Alberto. Eu também nem entrei nesse mérito. Afinal, pra um típico americano, negócios são negócios, dinheiro é dinheiro, acima de tudo. E o resto é o resto.

Eu me comprometi a tocar a implantação da Automatique até encontrar uma pessoa pra me substituir. Jeff lamentou minha decisão, mas, no fim, a grana era praticamente inteira do meu pai. Então, o CEO tava bem tranquilo que eu não faria merda nessa transição. E mesmo se fizesse, dr. Alberto sempre tava por perto pra limpar a minha barra.

É tragicômico cada vez que me dou conta disso...

Meu pai me ligou no fim do dia perguntando se a decisão era essa mesma.

Confirmei. Ele me pediu ajuda pra encontrar meu substituto. Não seria moleque de jogar tudo pro alto. Apesar de vontade não faltar.

Perguntou também o que eu resolvi da vida. Confessei que ainda não tava decidido. Mas, assim que tomasse a decisão, ele seria um dos primeiros a saber.

***

Minha mãe, que de boba não tem nada, depois do rolo com a Automatique, se agarrou à Camila como um náufrago num pedaço de tábua e carregava minha mulher pra baixo e pra cima, dia e noite, enquanto eu fazia a passagem de bastão na empresa, com o Lázaro, um dos caras de confiança do dr. Alberto que ele arrumou pra botar no meu lugar.

A Mila sabia o que tava por trás da atitude da sogra dela. Mas, boa de coração, não cortou dona Valentina.

E desse grude, nem preciso dizer, ressurgiu a ideia do casamento no religioso e da festa megalomaníaca que minha mãe sonhava em dar pra gente.

— O que você acha, gatinho?

— Sei lá... Diz você... Essas coisas são mais da mulher que da gente.

— É verdade... — minha esposa sorriu, encabulada, linda, do jeito dela de sempre. — Eu não ligo pra isso. Você também não. Mas a sua mãe...

— Eu sei.

— Atrapalhar não atrapalha em nada. A gente já é casado. — e ergueu os ombros.

— É verdade. — levantei a cabeça do colo dela pra deixar um beijo na boca.

— E sua mãe faz uma questão...

— Tô ligado.

— Você ainda é filho único...

— Nem me lembra disso. — mal a Mila sabe o tamanho do trauma que eu tenho dessa porra. Principalmente depois das últimas...

Ela riu.

— Por mim, linda, se você topar, eu tô dentro. A decisão tá na sua mão.

— Isso é uma absoluta sacanagem! — esbravejou — Porque a vontade é da sua mãe e a mãe é sua!

— Eu sei. Mas, se ela já come na mão da nora dela, imagina depois dessa...

— Não fala assim! Você diz isso como se eu me importasse.

— Eu sei que você não se importa. E é por isso que dona Valentina tá bem aqui. — esfreguei o dedo na palma da mão dela, que eu segurava dentro da minha.

A Mila riu, sem jeito.

— Acho uma puta papagaiada inútil. Mas se dona Valentina quer...

— Ela quer, Kiko. Você não faz ideia do quanto.

— Também não deixa de ser um jeito de segurar a gente aqui por mais um tempo.

— É verdade... Mas você pensa em ir embora?

— Não agora. Vamo esperar você terminar a faculdade. A transferência pra San Diego já foi um puta stress.

— Nem me fala... Fora que quase perdi o ano na EIM por causa disso.

— Pois é... Vamo dar uma sossegada e pensar com calma o que fazer da vida. Tem um ano e dez meses pra gente resolver, até você se formar.

— Tá certo... Mas você pensa em voltar a trabalhar, né?

— Claro. Só tô planejando com cuidado onde.

— Seu pai vai deixar?

— Dessa vez parece que sim. Ele até ofereceu ajuda com uns conhecidos dele.

— Quero só ver... — ela não tava acreditando muito. 

Confesso que eu também tinha meu pé atrás. Mas dr. Alberto não tinha mais créditos pra gastar. Era ele cumprir a palavra ou cumprir, dessa vez. 

— Mas, voltando ao casamento...

— Já resolvi. A decisão tá com você, linda.

— E eu tô perdida com esse marido que deixa a bomba armada no meu colo.

Ela sempre me faz rir.

— Bom... Se você não tem objeção e eu também não... Vamos arrumar uma ocupação pra sua mãe. E dar uma alegria pra ela.

— Não anda merecendo muito, mas...

— Não fala assim! Ela tentou fazer a parte dela. Mas seu pai sempre tem que ser o vilão da história...

Eu rio pra caralho quando a minha esposa surge com as tiradas dela.

— Tem razão, linda.

Só eu sei o quanto é foda segurar essa carência dos meus pais sozinho. Sorte que eu tenho a Camila na minha vida.

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Curtindo, lindas? Se sim, não deixem de votar, por favorzinho... ;-) Obrigada!

(COMPLETO) Meu mundo é dela! - A história da Mila e do Kiko...Onde histórias criam vida. Descubra agora