CAPÍTULO 154 - O que não tem solução...

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Bom... Só resta conversar ou mandar matar... Sei lá... Tem horas que simplesmente não há o que seja feito. E, pra tudo que não tem solução... Solucionado está :-/

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**Cristiano**

— Bom dia, filho. — se aproximou de mim, esperando que eu me levantasse pra um abraço.

Só me dei o trabalho de estender a mão por educação.

— Você pediu uma reunião urgente. O que houve?

— Não sei. Me diz você...

Ele me encarava, a cara indefinida de sempre, enquanto tirava o casaco do terno e o pendurava na cadeira pra se sentar.

— Se não me disser a razão que o trouxe até aqui...

— Não faz nem ideia, dr. Alberto?

— Tenho algumas hipóteses.

— Por que você fez isso comigo, pai?

Ele respirou fundo. A mão direita em cima da mesa.

— Como soube?

— Não interessa!!!! Tudo que eu te pedi é que não se metesse na minha vida! Eu fui embora do país pra me livrar dessa sua mania insuportável de controlar a minha vida!! Por que de novo isso?! — confesso que tive que engolir uma vontade maior que eu de chorar. O nó fechando a garganta. Era tanto ódio, tanta indignação, que foi difícil não desabar.

Ele me olhava de lado, por cima do óculos. Depois desviou o olhar, levantou as sobrancelhas, mexeu a cabeça algumas vezes. Talvez pensando na melhor forma de me fazer sentir menos idiota.

— Tudo que eu queria era você perto da gente, filho. — começou... — Eu já estou velho. Daqui há pouco, terei que me afastar dos negócios... Posso vender isso aqui. Liquidar tudo. Recursos não faltarão para sua mãe e eu terminarmos a vida com conforto. Nem para você e sua família. — e fez uma pausa no discurso sentimental. — Mas, no fim, não é isso que importa. A única coisa que tem valor para mim é poder desfrutar dos anos que ainda me restam na companhia da sua mãe e na sua companhia, filho. Sua e da sua família.

Se isso é mais uma encenação do dr. Alberto, posso dizer que tirou nota máxima em interpretação de personagem.

— Eu não tinha intenção de me desentender de novo com você, pai. Eu só queria que você jogasse aberto comigo e fosse sincero em qualquer decisão que me envolvesse. Você não podia ter escondido isso de mim.

Ele baixou os olhos pro caderno em cima da mesa.

— Fiz papel de ridículo com o Jeff e os caras do meu trabalho. Porque, no fim, eu não passo de um riquinho idiota, que o pai banca o que for pra ele brincar de ser empresário. Isso é muito ruim, pai. E você acaba comigo agindo desse jeito.

— Desculpa, filho. Reconheço que foi uma medida um tanto unilateral, mas era o único recurso que me restava.

— Quando você acertou isso com o Jeff?

Ele se calou. Mal sinal...

— Hein, pai?! Não me esconde mais essa...

— Enquanto você procurava emprego, em San Diego.

— Não acredito... — enfiei a cabeça nas mãos, os olhos ardendo de raiva. Como eu sou ridículo!

— Eu pedi ao Jair para avaliar quais das empresas que você estava prospectando eram confiáveis. A Automatique é uma boa empresa, Cristiano. Estabelecida.

(COMPLETO) Meu mundo é dela! - A história da Mila e do Kiko...Onde histórias criam vida. Descubra agora