CAPÍTULO 10/ Parte II - FDS separados

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..**Camila**

Quando acordamos, no sábado...

— Você vai sozinha pra São José? — parecendo preocupado.

— Claro.

— Sempre vai sozinha?

— Às vezes, de carona, às vezes levo uma amiga, mas na maioria, sozinha. Por quê?

— É perigoso você pegar estrada sem companhia. E se acontece alguma coisa?

— Chamo um guincho. — na maior tranquilidade...

— Linda. Não é tão simples assim.

— Como não??! Eu tenho um celular. A estrada tem socorro 24 horas.

— Ainda vou pensar em algo, mas não quero você dirigindo por aí sem companhia.

— Gatinho, acostumada. De verdade. A pista é ótima e são só cem quilômetros.

— Tudo bem, mulher independente. Mas tenta arrumar pelo menos uma amiga.

— Pode deixar... — concordei pra não ficar dando trela praquela neurose.

Nunca vi tanto preciosismo desnecessário...

Depois de uma hora, saímos juntos do ap. Cada um pro seu destino.

***

— Mãe?

— Oi, lindinha.

— Tenho uma coisa pra contar... — falei baixinho, enquanto tomávamos o cafezinho que ela passou pra gente, no balcão da cozinha.

— Diga, meu amor.

namorando.

— Ai!!! Não acredito, filha!!! Que alegria!!! — e o grito escandaloso da dona Lúcia ecoou pelos quatro cantos da casa.

Shiuuuu!! Não queria que meu pai soubesse ainda.

— Por que não, lindinha?

— Ai, mãe... É meu primeiro namorado. Nem sei se o papai preparado.

— Tem razão. Deixa que falo com ele com calma.

— Depois que eu voltar pra São Paulo.

— Combinado. Depois que você voltar... Mas, me conta quem é ele.

— Ai, mãe... apaixonada. É o homem mais fofo que já conheci na minha vida. — e fiquei lá, dando a ficha completa do meu gatinho pra dona Lúcia.

Ela, me conhecendo como ninguém mais, logo sacou que eu totalmente na dele. Sem volta...

— Meu amor, quero marcar um horário na doutora Elba pra você.

— Que isso, mãe???!!!

— Agora que está namorando sério, é melhor fazer os exames e já começar com algum contraceptivo.

Fiquei vermelha na hora. Não consegui disfarçar o desconforto de falar sobre esse assunto, mesmo que fosse com a minha mãe.

— Ai, mãe...

— Filha minha, não tem nada de mais. É natural que isso aconteça entre vocês. Se é que já não aconteceu... Não é mesmo?

Estágio dois do rosto pimentão! E aquele nó no estômago me embrulhando por dentro... Ai que coisa sem-jeito pra conversar com a mãe...

— Quando você vem pra cá de novo?

— Acho que daqui duas semanas.

— Ótimo! Eu vou tentar um horário com a doutora Elba, segunda-feira. E veja se consegue trazer o Kiko, hein?! Quero muito conhecê-lo.

— Vamos por partes, mãezinha. Primeiro o papai. Depois a ginecologista. Na seqüência, o Kiko. É muita emoção pra mim, tudo de uma vez.

— Está certa, meu amor... Vamos devagar. — e deu um sorriso lindo de mãe, me enchendo de beijinhos.

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**Cristiano**

Quando a Mila foi embora pra cidade dela, me dei conta do quanto não faz mais sentido minha vida sem ela. É assustador o que acontecendo, mas não tenho como lutar contra.

Minha vida é dela agora. Irrevogável... Irreversível...

Depois de conhecê-la a valer, mesmo que por pouco tempo, não tenho dúvidas que ela é tudo o que eu quero. E muito mais que esperava...

O fato de eu ter tido outras garotas, seja de rolo ou namorando, só me deu a certeza que não existe nada como a Camila.

Minha preocupação agora é ela...

Eu fui o primeiro homem dela; o primeiro namorado e vou fazer tudo que tiver ao meu alcance pra ser o último.

Mas... Será que o sentimento dela é recíproco? Mesmo sem ter com que me comparar...?

Sei lá...

Confesso que essa insegurança me tira o sono, literalmente.

Por mais idiota que seja...

aqui, nesse sábado, deitado na cama, pensando em todas essas merdas.

Se não fosse tarde, ia buscar a minha linda lá em São José.

— Oi, meu anjo.

— Oi, gatinho.

— Já tava dormindo?

— Ainda não. O que houve? — preocupada.

— Nada... Liguei só pra escutar sua voz.

— Jura?

com saudades.

— Eu também... Mas fica tranquilo que segunda-feira eu aí.

— Não consegue vir amanhã? — silêncio do outro lado da linha.

— Vou falar com a minha mãe.

Hum...

— Explicar que tenho um gatinho lindo e carente, se sentindo abandonado em São Paulo.

— O que não deixa de ser verdade.

Ela riu.

morrendo de saudade também, Kiko. — e percebi sinceridade, o que me acalmou.

— Eu também. Volta pra cá logo.

— Combinado. Eu te digo amanhã, assim que falar com a minha mãe.

— Beleza. Fico aguardando... Ansioso.

— Não precisa... Eu ligo logo.

bem. Durma com os anjos... E sonha comigo.

— Você também.

— Não dá!

— Oi?!

— Meu anjo não aqui. Vou ter que dormir abandonado mesmo.

— Ai, ai, ai, que gatinho carente, não...? Veja se posso com isso...

— Te amo, Mila.

— Te amo também, Kiko.

— Boa noite. Beijo.

Pra você também. Beijo.

E finalmente consegui dormir sossegado.

(COMPLETO) Meu mundo é dela! - A história da Mila e do Kiko...Onde histórias criam vida. Descubra agora