Mais um tantinho da ceninha de ciúmes. Será que ela cede dessa vez? Ou o Kiko vai ter que ir embora com outra companhia pra casa?! Huuummm... Mistério...
..........................................................
**Camila**
Entramos no carro. Outra vez ele tava sozinho, sem o Chico.
Eu muda, parecia que tinha decretado vaca-amarela* e não tava a fim de perder...
— Vai ficar de biquinho comigo até quando?!
Sem resposta.
— Qual o problema, Mila? — ha, ha! E preciso responder?
— Pro Leopoldo, semana passada, eu era sua esposa. Pra essa sirigaita, uma indigente. Qual é a sua Cristiano?
Ele riu uns dez segundos antes de conseguir dizer qualquer coisa.
— Eu tô tentando essa resposta de você faz uma semana, linda.
Desanimei... Tava difícil chegar a um consenso mesmo...
— Ficha comprida essa sua, hein?! Imagina se eu resolvesse investigar pra saber a extensão.
— Já te disse, Camila. Meu passado só existe antes de você. — sério, sem nenhum tom de brincadeira.
Mas, antes que eu pudesse replicar...
— E meu futuro só depende de você pra existir. Ou não... — eu podia ter passado sem essa. Mas não deixava de ser verdade, com uma vagabunda querendo dar pra ele a cada esquina.
Chegamos na porta do meu prédio.
Ele virou o corpo no banco, de frente pra mim, tomou minha mão e beijou carinhoso.
Arrepiei em cada vértebra da espinha.
Mas ele tava arredio. Mais que nos outros dias. Eu também não tomei a iniciativa.
— Preciso ir... Tô cansada.
— Eu sei... — parecia calmo. Sem um pingo da ansiedade da noite anterior. Estranhei...
— Vai pra casa?
Ele riu.
— Direto.
— Sozinho? — não aguentei.
— A não ser que você queira ir comigo.
— Ainda não é a hora.
— Tudo bem... — tava esquisito de tão resiliente.
— Você não tá me escondendo nada, né? — outra vez a língua foi maior que a boca.
Ele expirou um riso.
— Tirando a alegria de saber que ainda tenho um anjinho ciumento pra me defender?
Gente... O que eu faço com esse homem...? É impressionante a capacidade dele me nocautear em um segundo. Nada mais. Um segundo é só o que o Cristiano precisa...
— Durma bem, meu anjo... E sossegada. Porque seu Kiko aqui é só seu mesmo. — e deixou um selinho demorado na minha boca, mão alisando o cabelo.
— Você também, gatinho. — retribui com outro selinho e um beijo na bochecha, quase chorando de alegria de escutá-lo dizer aquilo.
Puxei a maçaneta da porta pra abrir. Mas antes de por meu salto na calçada...
— Você não vai me beijar? — nem acredito que a pergunta escapou da minha boca.
— E você quer?
Estiquei os lábios, sem-graça de ter pedido.
Ele ergueu as sobrancelhas pra mim, me lançou seu sorriso mais despretensioso e veio pra cima numa fúria que levei uns cinco segundos pra entender o que acontecia.
Retribui o beijo ansioso e cheio de paixão com ainda mais vontade. Era um fato que meu corpo dependia do dele. Mutualismo. Sem chance de sobrevivência à distância.
Depois de perder a referência do tempo e do espaço...
— Deixa eu subir com você...? — ele me traz de volta do espasmo pós-pegação com o pior pedido que poderia fazer.
— Eu não sei... — disse a verdade. Em cima do muro mesmo, que era exatamente onde eu tava.
— Não precisa responder. Eu vou atrás de você. Qualquer coisa, bota a culpa em mim. Diz que eu invadi seu ap. Sei lá... — é inacreditável o quanto esse homem me conhece. Chega a me dar raiva!
E só me restou rir.
Desci do carro aliviada por saber o quanto ele ainda é meu e derrotada por saber o quanto eu sou dele também. Atada, dependente... Completamente rendida a ele...
***
Entramos no ap.
Mal fechei a porta e ele me espremeu contra ela, enfiando sua língua sem pedir licença dentro da minha boca.
Começou a subir meu vestido.
— Pára, Kiko...
— Sem chance... — e foi adiante, arrancando minha roupa com raiva. Os gestos bruscos, determinados... Urgentes...
Espremia meu mamilo por entre os dedos. Depois deslizou a mão pra dentro da calcinha. Única peça de roupa que ainda persistia.
— Não é possível que você não tem vontade, linda. — um dedo estimulava o clitóris, enquanto outros dois iam e vinham dentro de mim, o nariz afundado no meu pescoço, respiração ofegante, intermitente... Prestes a explodir.
— Morro, gatinho... Mas não devia... — mal conseguia falar.
Ele esticava os lábios, enquanto me beijava, malandro, e continuava ignorando meus argumentos.
Mais dois minutos, eu já tava de quatro sobre o sofá com ele metendo pra dentro com uma fúria descabida. Parecia que ia me atravessar com aquela coisa.
E lá se foram meus planos pelo ralo, junto com o juízo que simplesmente evaporou no ar, com ele me tendo daquele jeito.
______________________________________
Significado das gírias e expressões do texto
Vaca-amarela - é uma brincadeira tradicional do folclore brasileiro. Consiste de um desafio para que todos fiquem calados.
VOCÊ ESTÁ LENDO
(COMPLETO) Meu mundo é dela! - A história da Mila e do Kiko...
RomanceEm meio a um ginásio lotado e duas torcidas adversárias em guerra, surge uma visão inebriante atrás do gol. Algo inexplicável, que mexe com todos os sentidos... Impossível de definir ou... descrever. Sem pensar duas vezes, Cristiano abandona os co...