CAPÍTULO 122 - E tava demorando mesmo...

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Mais um tantinho da ceninha de ciúmes. Será que ela cede dessa vez? Ou o Kiko vai ter que ir embora com outra companhia pra casa?! Huuummm... Mistério...

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**Camila**

Entramos no carro. Outra vez ele tava sozinho, sem o Chico.

Eu muda, parecia que tinha decretado vaca-amarela* e não tava a fim de perder...

— Vai ficar de biquinho comigo até quando?!

Sem resposta.

— Qual o problema, Mila? — ha, ha! E preciso responder?

— Pro Leopoldo, semana passada, eu era sua esposa. Pra essa sirigaita, uma indigente. Qual é a sua Cristiano?

Ele riu uns dez segundos antes de conseguir dizer qualquer coisa.

— Eu tô tentando essa resposta de você faz uma semana, linda.

Desanimei... Tava difícil chegar a um consenso mesmo...

— Ficha comprida essa sua, hein?! Imagina se eu resolvesse investigar pra saber a extensão.

— Já te disse, Camila. Meu passado só existe antes de você. — sério, sem nenhum tom de brincadeira.

Mas, antes que eu pudesse replicar...

— E meu futuro só depende de você pra existir. Ou não... — eu podia ter passado sem essa. Mas não deixava de ser verdade, com uma vagabunda querendo dar pra ele a cada esquina.

Chegamos na porta do meu prédio.

Ele virou o corpo no banco, de frente pra mim, tomou minha mão e beijou carinhoso.

Arrepiei em cada vértebra da espinha.

Mas ele tava arredio. Mais que nos outros dias. Eu também não tomei a iniciativa.

— Preciso ir... Tô cansada.

— Eu sei... — parecia calmo. Sem um pingo da ansiedade da noite anterior. Estranhei...

— Vai pra casa?

Ele riu.

— Direto.

— Sozinho? — não aguentei.

— A não ser que você queira ir comigo.

— Ainda não é a hora.

— Tudo bem... — tava esquisito de tão resiliente.

— Você não tá me escondendo nada, né? — outra vez a língua foi maior que a boca.

Ele expirou um riso.

— Tirando a alegria de saber que ainda tenho um anjinho ciumento pra me defender?

Gente... O que eu faço com esse homem...? É impressionante a capacidade dele me nocautear em um segundo. Nada mais. Um segundo é só o que o Cristiano precisa...

— Durma bem, meu anjo... E sossegada. Porque seu Kiko aqui é só seu mesmo. — e deixou um selinho demorado na minha boca, mão alisando o cabelo.

— Você também, gatinho. — retribui com outro selinho e um beijo na bochecha, quase chorando de alegria de escutá-lo dizer aquilo.

Puxei a maçaneta da porta pra abrir. Mas antes de por meu salto na calçada...

— Você não vai me beijar? — nem acredito que a pergunta escapou da minha boca.

— E você quer?

Estiquei os lábios, sem-graça de ter pedido.

Ele ergueu as sobrancelhas pra mim, me lançou seu sorriso mais despretensioso e veio pra cima numa fúria que levei uns cinco segundos pra entender o que acontecia.

Retribui o beijo ansioso e cheio de paixão com ainda mais vontade. Era um fato que meu corpo dependia do dele. Mutualismo. Sem chance de sobrevivência à distância.

Depois de perder a referência do tempo e do espaço...

— Deixa eu subir com você...? — ele me traz de volta do espasmo pós-pegação com o pior pedido que poderia fazer.

— Eu não sei... — disse a verdade. Em cima do muro mesmo, que era exatamente onde eu tava.

— Não precisa responder. Eu vou atrás de você. Qualquer coisa, bota a culpa em mim. Diz que eu invadi seu ap. Sei lá... — é inacreditável o quanto esse homem me conhece. Chega a me dar raiva!

E só me restou rir.

Desci do carro aliviada por saber o quanto ele ainda é meu e derrotada por saber o quanto eu sou dele também. Atada, dependente... Completamente rendida a ele...

***

Entramos no ap.

Mal fechei a porta e ele me espremeu contra ela, enfiando sua língua sem pedir licença dentro da minha boca.

Começou a subir meu vestido.

— Pára, Kiko...

— Sem chance... — e foi adiante, arrancando minha roupa com raiva. Os gestos bruscos, determinados... Urgentes...

Espremia meu mamilo por entre os dedos. Depois deslizou a mão pra dentro da calcinha. Única peça de roupa que ainda persistia.

— Não é possível que você não tem vontade, linda. — um dedo estimulava o clitóris, enquanto outros dois iam e vinham dentro de mim, o nariz afundado no meu pescoço, respiração ofegante, intermitente... Prestes a explodir.

— Morro, gatinho... Mas não devia... — mal conseguia falar.

Ele esticava os lábios, enquanto me beijava, malandro, e continuava ignorando meus argumentos.

Mais dois minutos, eu já tava de quatro sobre o sofá com ele metendo pra dentro com uma fúria descabida. Parecia que ia me atravessar com aquela coisa.

E lá se foram meus planos pelo ralo, junto com o juízo que simplesmente evaporou no ar, com ele me tendo daquele jeito.

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Significado das gírias e expressões do texto

Vaca-amarela - é uma brincadeira tradicional do folclore brasileiro. Consiste de um desafio para que todos fiquem calados.

(COMPLETO) Meu mundo é dela! - A história da Mila e do Kiko...Onde histórias criam vida. Descubra agora