CAPÍTULO 162 - Chegou o grande dia!

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E até que enfim! A Igreja e o festão!! Confiram se não está tudo de bom esse casório... 

Para fechar com chave de ouro, uma surpresinha do Bola na saída da Igreja, que... Só podia ser do Bola mesmo ;-)

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**Camila**

Entrei na igreja de braço dado com meu pai. Uma capela tradicional, linda, próxima à casa dos meus sogros, nem tão grande, nem tão pequena, mas esplendorosa. Parecia de sonho...

Eu sei que o lugar tava perfeito, afinal, dona Valentina elevou seu próprio sarrafo, que já era altíssimo, na preparação do nosso casamento.

Mas... Confesso que caminhei pelo tapete vermelho, sem condição alguma de prestar atenção a qualquer outra coisa que não fosse o altar imponente, lá na frente, um padre em sua veste impecável bem no centro dele e, no canto direito, aquele par de olhos que nem sei como conseguia emitir um brilho ainda mais intenso, acompanhado do sorriso mais lindo do mundo. Ambos inteiramente pra mim...

Alguns rostos conhecidos surgiam ao redor, mas não houve meios de registrar nada além de flashes.

A cerimônia foi muito bonita. Meus irmãos tavam com meus pais no altar, meus sogros, além da Luiza, mais duas amigas e uma prima de São José, que crescemos juntas; Bola, Cabeça, Kibe, Califa, Manguá, Baiacu, todos lindos, cheirosos, de smoking, gel no cabelo, espalhados pra um lado e outro do altar. Afinal, os amigos dele tinham virado meus amigos também e não havia ninguém casado ainda, além da gente. O que nos permitiu agrupar os pares do nosso jeito.

Minha mãe e dona Valentina choraram baldes inteiros. Por toda a cerimônia. Eu segurei o máximo. Mas, em alguns momentos não fui capaz, como na troca de alianças, por exemplo, o meu ponto fraco.

Depois que os padrinhos e nossos pais saíram do altar, chegou a nossa vez. Ele segurou firme a minha mão, e, após outro sorriso perfeito junto a um beijo carinhoso na testa, me conduziu até o início da passarela que atravessava a igreja. Paramos diante dos convidados. E, agora mais tranquila, pude identificar outros sorrisos familiares em meio aos incontáveis rostos iluminados que nos fitavam admirados.

É algo realmente mágico. De arrepiar a espinha mesmo.

Descemos os dois degraus do altar e logo tomamos a passarela. Meu marido me conduzia com o andar confiante. Dava pra ver a alegria dele em poder deslizar pelo tapete vermelho a passos firmes... Como tinha idealizado quando decidiu fazer a cirurgia.

Assim que saímos da Igreja, lá estava uma surpresa dos meninos. E tinha que ser o Bola liderando a bagunça mesmo...

O fusca bala azul-calcinha era o carro que nos aguardava ao final da escadaria de vinte degraus. Cheio de balões esvoaçantes amarrados, inclusive na antena, luzinhas de Natal contornando os vidros, latas penduradas no parachoque traseiro e mensagens as mais variadas possíveis dos amigos, espalhadas pela lataria inteira do pobre fusca.

Dá pra acreditar?

Pois é...

Após a chuva de arroz, descemos os degraus de mãos dadas.

— Senhora Nunes... — o Bola abre a porta do passageiro pra mim.

— Não acredito que me aprontou essa, Juliano!

— Foi aqui que tudo começou... Não podia deixar a bolha de fora. — e me sorriu lisonjeiro.

— Tem razão. — dei um abraço apertado nele. — Obrigada por tudo, Bola...

— Que isso, anjinho...? Sempre por aqui. Pro que der e vier...

Enquanto isso, os outros meninos azucrinavam meu marido em frente a porta do motorista, impedindo que ele entrasse.

Eu sentei desajeitada com meu vestidão e o véu. Ficou tudo bem empaçocado dentro da bolha. Inevitável.

Meu marido ocupou o banco do motorista e assim fomos, até a casa dos meus sogros, de fusca-bala azul calcinha, decorado à moda do Bola e Companhia.

— Seus amigos não existem, Cristiano...

— Não... — ele sorria incansavelmente, enquanto beijava minha mão que não soltou em todo trajeto. Nem pra trocar a marcha.

— Você sabia disso?

— Não tinha a menor ideia.

— Onde tava o fusca afinal?

— Acho que com o Bola. Ele me pediu o carro. Disse que o caseiro dos pais dele queria comprar... Deve ter ficado lá o tempo todo.

— Meu Deus... Que figura esse Juliano...

— Nem fala.

O fusca tava nos trinques. Limpinho, brilhando... Até a pintura foi toda refeita por dentro e por fora. A única coisa que parecia não ter solução era o cheiro de enxofre do catalisador.

A hora que o odor medonho tomou conta do fusca, eu e meu marido caímos na risada, só de lembrar do chilique Bola, a primeira vez que saímos de bolha azul pra balada.

— Feliz...?

— Nem sei se isso chama felicidade. — os olhos brilhando pra mim. — Acho que quando chegasse nesse nível, devia ter outro nome.

— Concordo...

(COMPLETO) Meu mundo é dela! - A história da Mila e do Kiko...Onde histórias criam vida. Descubra agora