CAPÍTULO 112 - Chilique na porta do prédio

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E precisava desse chilique todo! Realmente o ser não se controla... Vejam só o que rolou...

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**Camila**

Dia seguinte, sábado, quando o despertador tocou, parece que eu havia dormido uns quinze minutos. Saí me arrastando da cama pra me arrumar.

Heitor, um conhecido a quem pedi carona pra voltar pra São José, chegou às dez em ponto no meu prédio.

Mal entreguei minha mala pra ele ajeitar dentro do carro e meu telefone começa a berrar dentro da bolsa.

— Onde você vai? — nem bom dia, nem nada, praticamente gritando no ouvido como se fosse meu dono.

— São José.

— Fica aí que eu vou mandar o Chico te pegar.

— Ficou maluco, Cristiano???!!! — e foi minha vez de cuspir fogo. — Eu vou de carona com o meu amigo!

— Se você entrar nesse carro, Camila, eu autorizo te arrancarem à força.

Cadê o homem lindo e cavalheiro que me deixou em casa ontem a noite?

— Você não faria isso...

— Quer testar?!

Passo o olho em volta. Quatro brutamontes de terno, em cerco, olhando fixo pra mim, fones de ouvido saindo pelo colarinho, só na espreita aguardando ordens. 

— Pra que ser tão idiota, hein?! — parecia uma louca no meio da rua, gesticulando, mas ainda controlava a voz pra não assustar o Heitor.

— Eu não vou deixar, linda...

— E quem é você pra mandar alguma coisa na minha vida?!

Silêncio.

— Entra no carro e veja o que acontece.

— Eu não acredito nisso!

— Mila... Eu tô te dando o tempo que você pediu, mas não faz isso comigo. Por favor... — e abrandou o tom do discurso. 

— Pra que isso, Kiko? — lágrimas de ódio queimavam meu rosto, mesmo que eu tentasse a todo custo resistir. 

— Por você, meu amor... Por mim... — e repetia sua explicação sem coerência.

Heitor voltava até mim, sorrindo, após ter ajeitado minha mala.

Fechou o semblante no mesmo segundo que notou meu olho escorrendo.

— Você tá bem, Caca?

— Desculpa, Heitor. Uma amiga foi hospitalizada. Acabei de saber. — ia falar o que pra ele?

— Nossa...! Aqui em São Paulo?

— É.

— Quer que te leve até o hospital?

— Não precisa. Uma conhecida tá vindo me pegar.

— Ah... — ficou sem-graça. — Tiro sua mala do carro?

— Por favor.

E lá foi ele. Tadinho... 

Solícito, havia saído do outro lado da cidade pra me buscar e eu ainda apronto uma dessas.

Assim que Heitor foi embora, eu me sentei na beira da calçada, a mala do lado, sem saber o que fazer. 

Precisava ir pra casa de qualquer jeito, conversar com meus pais, explicar sobre o sequestro. Pessoalmente, era o modo menos pior de contar sobre o absurdo que me aconteceu.

(COMPLETO) Meu mundo é dela! - A história da Mila e do Kiko...Onde histórias criam vida. Descubra agora