E precisava desse chilique todo! Realmente o ser não se controla... Vejam só o que rolou...
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**Camila**
Dia seguinte, sábado, quando o despertador tocou, parece que eu havia dormido uns quinze minutos. Saí me arrastando da cama pra me arrumar.
Heitor, um conhecido a quem pedi carona pra voltar pra São José, chegou às dez em ponto no meu prédio.
Mal entreguei minha mala pra ele ajeitar dentro do carro e meu telefone começa a berrar dentro da bolsa.
— Onde você vai? — nem bom dia, nem nada, praticamente gritando no ouvido como se fosse meu dono.
— São José.
— Fica aí que eu vou mandar o Chico te pegar.
— Ficou maluco, Cristiano???!!! — e foi minha vez de cuspir fogo. — Eu vou de carona com o meu amigo!
— Se você entrar nesse carro, Camila, eu autorizo te arrancarem à força.
Cadê o homem lindo e cavalheiro que me deixou em casa ontem a noite?
— Você não faria isso...
— Quer testar?!
Passo o olho em volta. Quatro brutamontes de terno, em cerco, olhando fixo pra mim, fones de ouvido saindo pelo colarinho, só na espreita aguardando ordens.
— Pra que ser tão idiota, hein?! — parecia uma louca no meio da rua, gesticulando, mas ainda controlava a voz pra não assustar o Heitor.
— Eu não vou deixar, linda...
— E quem é você pra mandar alguma coisa na minha vida?!
Silêncio.
— Entra no carro e veja o que acontece.
— Eu não acredito nisso!
— Mila... Eu tô te dando o tempo que você pediu, mas não faz isso comigo. Por favor... — e abrandou o tom do discurso.
— Pra que isso, Kiko? — lágrimas de ódio queimavam meu rosto, mesmo que eu tentasse a todo custo resistir.
— Por você, meu amor... Por mim... — e repetia sua explicação sem coerência.
Heitor voltava até mim, sorrindo, após ter ajeitado minha mala.
Fechou o semblante no mesmo segundo que notou meu olho escorrendo.
— Você tá bem, Caca?
— Desculpa, Heitor. Uma amiga foi hospitalizada. Acabei de saber. — ia falar o que pra ele?
— Nossa...! Aqui em São Paulo?
— É.
— Quer que te leve até o hospital?
— Não precisa. Uma conhecida tá vindo me pegar.
— Ah... — ficou sem-graça. — Tiro sua mala do carro?
— Por favor.
E lá foi ele. Tadinho...
Solícito, havia saído do outro lado da cidade pra me buscar e eu ainda apronto uma dessas.
Assim que Heitor foi embora, eu me sentei na beira da calçada, a mala do lado, sem saber o que fazer.
Precisava ir pra casa de qualquer jeito, conversar com meus pais, explicar sobre o sequestro. Pessoalmente, era o modo menos pior de contar sobre o absurdo que me aconteceu.
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(COMPLETO) Meu mundo é dela! - A história da Mila e do Kiko...
RomanceEm meio a um ginásio lotado e duas torcidas adversárias em guerra, surge uma visão inebriante atrás do gol. Algo inexplicável, que mexe com todos os sentidos... Impossível de definir ou... descrever. Sem pensar duas vezes, Cristiano abandona os co...