CAPÍTULO 124 - Casamento esquizofrênico

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Tem muita culpa, mágoa, medo, receio, insegurança, risco (para os dois), mas não deixa de ser deles e pra eles em momento algum.

Espero que gostem e, por favor, não esqueçam de dividir comigo suas opiniões e anseios.

Bjs mil e mais uma vez obrigada por estarem comigo até aqui... ;-)

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**Cristiano**

Enquanto o elevador não chegava, fui obrigado a escutar os gritos de dor dela. Minha linda chorava de soluçar. Mas eu não podia ajudá-la. Nem voltar atrás. Era a vontade dela. Ela pediu por isso.

Caralho! Mas a culpa é minha! Minha e do filha-da-puta do meu pai! Toda merda que deu com a gente, o culpado sempre fui eu. E sou eu quem devia, pelo menos, tentar consertar a cagada.

Voltei pro ap. O rosto dela inundado. Sentei no sofá com ela no colo, nua como a deixei.

— Eu não consigo ficar longe, mas não posso voltar pra você, gatinho.

— Eu sei, linda. Vamo levando desse jeito esquizofrênico até achar a solução.

Ela ainda conseguiu rir.

— Topa um casamento esquizofrênico?

— Casamento não... Um rolo esquizofrênico.

— Nada feito!

— Não me pressiona que você não tá em posição de pedir nada...

— Eu sei. Mas me pede tudo menos isso.

— Você é um caso perdido, Cristiano.

— E você é o fim da linha pra mim, Camila. Ou é você ou o abismo.

— Isso é responsabilidade demais pra jogar nas minhas costas, sabia? — ria e chorava ao mesmo tempo.

— Eu sei. Mas é a verdade.

Ela afundou o nariz no meu pescoço.

***

Quando já tava mais calma...

— Deixa eu por isso em você? — tirei o anel de casamento do bolso, que andava comigo por onde fosse, e ajeitei no dedo de onde nunca deveria ter saído.

Desceu uma lágrima pelo canto do olho dela, que peguei com a língua antes de escorrer pela bochecha.

— Por que fez isso? — acho que ela não esperava pela lambida.

— Não quero te ver chorando mais.

— Nem de alegria? 

— Não.

— Para com isso, vai... Aliança no dedo sempre foi meu ponto fraco.

Eu devolvi um meio-sorriso pela confissão.

— Topa ser minha esposa, Mila?

— De novo?

— De novo...

— Posso pensar?

— Pode. Só não tira mais isso. — e beijei o anel. Era a minha vida nas mãos dela outra vez. — Promete pra mim?

— Você não tá merecendo promessa alguma minha. Já que não compre nenhuma das suas...

— Concordo, linda. Mas nem sempre é por vontade própria.

— Eu comendo na sua mão e você na do seu pai. Quando isso vai ter fim, hein?

Apesar de não concordar, tava difícil de contradizer...

— Eu como mais na sua que na dele, Camila... Pode ter certeza.

— Vou fingir que acredito.

Calei a minha boca. Esse é "o assunto" pra fazer a gente brigar. Tenho que conseguir deixar dr. Alberto pelo menos um segundo longe da nossa vida.

***

Fiquei com ela até ter certeza que ela tava tranquila.

— Vou te colocar na cama, depois vou embora.

Ela não reagiu. Só me encarava, sorrindo.

— Mas amanhã eu tô de volta...

Nada... Só sustentava o sorriso.

— Você vai abrir a porta pra mim?

— Hum... Deixa eu pensar? — no segundo que virou os olhos, ataquei minha esposa sem dar brecha.

Carreguei no colo até a cama e enterrei meu pau nela pra gastar mais um tanto da vontade que chegava a causar delírio, da falta que fazia. Que ela me fazia...

E assim, o caminho pra gente foi reaberto de vez...

Eu prometi pra mim que nada ia dar errado. 

Custe o que custar, eu vou cumprir minha palavra de tocar a vida, com ela do meu lado.


(COMPLETO) Meu mundo é dela! - A história da Mila e do Kiko...Onde histórias criam vida. Descubra agora