CAPÍTULO 138 - Casamento Civil

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E tem o casório no civil, em que finalmente "nasce" a Sra. Camila Nunes... Agora a gente espera que seja pra sempre né? 

E pra comemorar, festa de quebrar tudo, daqui há pouco, cheio de casaisinhos se ajeitando aqui e ali... Curtam, comentem e aproveitem os instantes finais da Mila e do Kiko... ;-)

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**Camila**

Terceira sexta-feira de Janeiro, véspera do nosso casamento civil, a gente conversava na cama, enroscados, quando ele me surge com uma pergunta inesperada.

— E você... Tá preparada pra ser uma senhora casada... Pra valer...?

— Não sei.

— Hum... — e torceu a cara numa feição desconfortável. — E continuar sendo só minha...?

— Por quê? Tá pensando em me dar um vale-um-mês-de-farra pra eu explorar novos horizontes?

Só vejo o sorriso morrer nos lábios dele.

— Nem morto, Camila! Nunca! Em hipótese alguma! — e se põe sobre meu corpo, cuspindo fogo. Os olhos de ira saltariam da face, se não tivessem grudados.

— Hum... Que nervosinho...

— Sou capaz de te trancar aqui dentro, se você ventilar, de longe, essa ideia.

— Hum... Que possessivo...

— É sério, linda.

— Eu tô só brincando, Kiko. Mas não entendi porque você perguntou.

— Nem eu. — e nós rimos.

Depois, ele me abraçou.

— Você já pensou nisso? — ele não ia mesmo deixar o assunto morrer.

— Em quê?

— Que eu sou seu único... — nitidamente apreensivo.

— Claro que já!

— E...?

— Pra mim é perfeito, Kiko. Não podia querer nada mais da vida, além de você...

— Jura?

— Desde que você não tenha outro acesso de Pinóquio. É claro...

Ele riu a valer.

— Já te prometi isso, mas não custa reforçar... Eu nunca mais vou mentir pra você, Camila. Isso é o nosso pacto de sangue.

— E eu vou cobrar, hein?

— Pode cobrar com juros e correção.

Eu ri outra vez. Mas ele ainda tava desconfortável...

— E você não precisa ficar encanando com esse assunto. Tô casando de livre e espontânea vontade, com o homem da minha vida, porque amo você. Afasta essas minhocas da sua cabeça de vez.

— Vou tentar...

— Isso se chama sorte de principiante.

— Como?

— Acertei de primeira. Vou fazer o quê? — e ergui os ombros. — Quem tá na chuva... corre o risco de se molhar...

Finalmente consegui desfazer a cara de bode dele em um sorriso aliviado. Ele me abraçou forte e sussurrou "amo você, linda" em meu ouvido de forma séria e definitiva. Impossível não achar que era pra valer.

***

Um sábado quente, ensolarado. Terceiro fim de semana de janeiro.

Eu acordei radiante, debaixo de uma chuva de beijinhos.

— Pronta?

— Se perguntar de novo, eu saio correndo.

Ele riu muito. Ainda bem que levou na brincadeira meu acesso de "noiva em fuga".

Nos amamos feito doidos. Ainda com mais intensidade e paixão...

Assim que levantei da cama, coloquei o vestido que minha mãe mandou fazer na costureira dela. Era branco, de renda — dona Lúcia queria me ver de branco de qualquer jeito. — porém curto, no meio das coxas, pra combinar com o momento, já que o casório seria no final da manhã e não tinha nada de igreja.

— Vamo lá? — o Kiko segura a minha mão pra gente deixar o quarto.

Ele tava lindo de morrer. A camisa que eu dei de aniversário pra ele, calça social, barba feita, gel no cabelo, o perfume suave e o sorriso esplêndido que ele guarda só pra mim. Um homem sério, ao mesmo tempo que transbordando alegria. E decidido. Muito decidido.

Enquanto a gente atravessava o longo corredor, eu me dava conta que, quando pisasse ali de novo, seria uma mulher casada... Oficialmente. Uau! Nem queria mais pensar nisso senão, a vontade de sair correndo gritando feito uma louca descontrolada poderia criar vida.

Na sala, meus pais e irmãos nos esperavam.

Os pais do Kiko aguardavam a gente no Cartório.

Assim que chegamos, esperamos um tempo até tar na nossa vez.

O regime escolhido por ele foi comunhão parcial de bens. Estranhei. Cheguei a questionar, mas ele fez questão de deixar claro que, a partir daquele dia, tudo que é dele, seria meu também. Meu, dele e dos nossos filhos. Enfim... Nosso...

Ainda me surpreendo com o tanto que ele pensa em mim. Na gente... Em todos os aspectos.

Até estar ali, diante do juiz, com a caneta na mão, juro que pensei que algo ruim ainda pudesse acontecer. Principalmente do meu sogro, com algum plano mirabolante pra separar a gente.

Cheguei a falar com o Kiko sobre essa encanação dias antes. Ele, óbvio, se dobrou ao meio de tanto rir da minha cara e repetiu pela enésima vez que dr. Alberto, apesar de tudo, não tem nada contra mim. E, no episódio do sequestro, ele agiu a favor da doida da Samara e não contra mim. Aliás essa maluca era outro foco de pesadelo, que invadia meu sono a noite. 

Graças a Deus, tudo não passou da mais pura piração da minha cabeça. 

Desde o momento que o juiz proferiu as primeiras palavras, em menos de vinte minutos eu era a senhora Camila Nunes.

Caramba! Minha barriga congelou assim que assinei meu nome de casada pela primeira vez. O peso da responsabilidade de carregar aquele nome e tudo o que havia por trás, que não dá pra calcular. Mas eu tô preparada pra enfrentar... Por mim... E pelo Kiko principalmente e mais que tudo.

Ele beijou minha mão assim que terminamos de assinar os papéis, depois minha testa com um carinho tão especial, que foi capaz de arrancar suspiros chorosos da minha mãe e da minha sogra ao mesmo tempo.

Saímos direto pro restaurante chiquetésimo que minha sogra reservou, comemorar o casório com as duas famílias, já que a noite era dos amigos, numa festa de quebrar tudo, literalmente, segundo nosso melhor amigo da onça, o danado Bola.

(COMPLETO) Meu mundo é dela! - A história da Mila e do Kiko...Onde histórias criam vida. Descubra agora