E ai, meus amores?!
Preparadas??! Porque esse gatinho da Mila vai passar mal bocados ainda. Agora... quero só ver vocês aguentarem vê-lo sofrer...
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**Camila**
Voltei pra São Paulo domingo à noite.
Por sorte, meu pai conseguiu que o seguro liberasse um carro alugado. Fui dirigindo, mesmo com o braço parcialmente imobilizado, pois precisava do veículo pra retomar minha rotina pirada.
Segunda-feira, minha licença do trabalho expirou.
E lá fui eu, me representar à minha chefe boçal, às nove da manhã daquele começo de semana tenebroso.
Era uma loucura continuar com a jornada dupla do estágio e faculdade, mas, ao menos, eu tinha uma razão genuína pra ocupar a cabeça e afastar os pensamentos traíras que me levavam direto pro meu "finado" gatinho na menor distração.
O dia se arrastou lentamente, assim como as aulas na escola à noite.
E o tempo todo as ligações não paravam.
Era dia, tarde e noite... Recados incontáveis e o sofrimento de não conseguir tocar minha vida em frente com a ausência dele consumindo a alma por dentro.
Na saída da escola, eu dei um jeito e fui embora por uma porta alternativa, evitando a possibilidade de encontrá-lo.
Mas, sinceramente... Nem sabia se aquele desalmado ainda tava indo até lá...
***
Quarta-feira, eu fazia uma reunião de rotina com a Alícia, minha "digníssima" chefe, na mesa dela, quando seu Torres, diretor geral do Banco, convoca uma reunião extraordinária com todos os gerentes e diretores.
Alícia voltou vinte minutos depois com a pior notícia que poderia.
— Amanhã às duas, temos uma visita de investidor.
— Já tava programada?
— Lógico que não, né, Camila?! Se tivesse, eu saberia. — superazeda e se sentindo profundamente ofendida, dado que ela se achava a sabe-tudo por dentro de toda e qualquer informação oficial e oficiosa, que percorria o Venture de cima a baixo.
Nem preciso contar que a tal visita de investidor era a perfeita combinação do caos.
Receber um pica-das-galáxias do dia pra noite, a toque de caixa, sem o mínimo de antecedência pra que as áreas conseguissem se preparar era pior que ver o inferno engolir a Terra, ainda mais no estado em que eu me encontrava.
Seu Torres, nosso diretor geral, sem novidades, declarou "Estado de Sítio" no Venture. E lá fomos nós parar tudo o que fazíamos pra preparar a casa pro tal do pica-das-galáxias.
Me disseram ser normal receber três ou quatro dessas por ano. Mas, pra minha "sorte", eu tava no estágio há menos de dois meses e já passava pela segunda visita-hecatombe.
...Isso tudo pra completar o fatídico período das trevas que combinava um acidente recém sofrido, um rompimento de namoro do mais traumático e um estado de absoluta fossa que não me abandonava nem quando eu dormia.
Indo direto ao plano de guerra propriamente, pra que visita fosse o sucesso absoluto, tudo o que tínhamos que fazer era:
**sumir com os cacarecos de cima da mesa — deveríamos mostrar organização;
**atualizar os quadros e painéis de gestão à vista das paredes — deveríamos mostrar produtividade;
**deixar o trabalho mais desafiador pra ser feito no momento da visita. Geralmente sua planilha excel mais bonita ou sua apresentação de power point mais pirotécnica — deveríamos mostrar que éramos foda;
**e, por último, a mais importante regra de todas: durante a visita, estagiário que se preze não deve olhar pros lados, se mexer na cadeira, atender o celular e nem respirar se conseguir.
Eu, o Vitor e os "estags" das outras áreas éramos a mosca-do-cocô-do-cavalo-do-bandido na hierarquia do banco. Por isso, em regra, deveríamos ser quase transparentes.
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(COMPLETO) Meu mundo é dela! - A história da Mila e do Kiko...
RomanceEm meio a um ginásio lotado e duas torcidas adversárias em guerra, surge uma visão inebriante atrás do gol. Algo inexplicável, que mexe com todos os sentidos... Impossível de definir ou... descrever. Sem pensar duas vezes, Cristiano abandona os co...