(COMPLETO) Meu mundo é dela! - A história da Mila e do Kiko...

CAPÍTULO 72 - Meu mundo é literalmente dela!

E tem mais surpresas do Kiko pro anjinho da vida dele chegando por aqui... Vejam só se não é um tudo esse homem?

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**Camila**

Terça-feira, meu gatinho chegou do trabalho umas quatro da tarde. Eu lia um livro esparramada na poltrona da sala de cinema.

— Camila?! — escuto um berro desesperado. Pulo da poltrona e corro até a sala de estar.

— Oi, gatinho?! Quê houve?

— Nada... Não tava te achando só.

— Se essa casa fosse um pouquinho menor, né? — e aproveito o ensejo pra uma cutucada de leve, fazendo-o se desmanchar num riso solto.

Depois de um tempo que a gente conversava...

— E como você tá? — ele me pergunta.

— Como assim?

— Até agora?

Contorci os lábios, virando os olhos.

— Quer saber mesmo?

— Claro

— Esquisita.

— Por quê?

— Pelo que aconteceu com a gente... Eu penso muito...

— Em quê?

— Em tudo.

— E?

— É esquisito...

— Mila... O que você precisa pra que "isso" passe a ser familiar pra você?

— Eu também não sei direito...

— O problema sou eu?

Arregalei os olhos.

— Pode dizer... Eu preciso entender onde eu tô falhando.

— Kiko... Você é a única coisa no meio disso tudo que é familiar pra mim. 

E ele me devolve aquele sorriso de fazer gelo derreter.

— Eu me sinto como se tivesse ilhada, sem nada ao redor. A exceção de você. E fico me pendurando em você pra tentar sobreviver... Você entende?

— Não.

— Kiko, eu não quero ficar me agarrando a você... e te sufocando, pra conseguir sobreviver nesse seu mundo...

— Linda da minha vida... Primeiro de tudo, você não tá me sufocando de forma alguma. Não se sinta mal por isso... Tamo alinhados até aqui?

Eu balanço a cabeça pra ele.

— Depois, não existe meu ou o seu mundo. Existe o nosso mundo agora. Você me entende quando quero dizer "nosso"?

Eu balanço a cabeça outra vez pra concordar.

— Por último, a responsabilidade é minha por a gente ter começado do jeito que começou e continua sendo minha em te ajudar a passar por essa interação. Pois sim, é você que eu quero do meu lado, pelo resto da vida, se você topar. E, se depois de tudo, a gente se convencer que aqui não é o lugar. Então, vamo procurar o nosso lugar até encontrar... Tudo bem?

Eu desvio o olhar pro lado.

— Tudo, linda?

Confirmo com a cabeça, ainda amuada.

— Além disso, tudo que tá ao redor da gente tem que ter a nossa cara. Não mais a minha, mas a nossa. Por isso, eu quero que você traga suas amigas pra cá, sua família e quem mais você achar necessário. A gente faz festa, churrasco, pizzada ou o que você quiser pras pessoas que importam pra você... Já que essas pessoas também vão ser meus amigos daqui por diante, assim como os meus, hoje, são seus amigos.

Só pude expirar um sorriso pela providência...

Não restava dúvidas que o Kiko ia fazer o impensável pra gente dar certo...

— E, aproveitando que tamo falando disso, eu nem te disse nada ainda, mas acho que tem haver com essa conversa. Minha mãe quer reformar o apartamento pra nós dois.

— Como?

— Ela quer deixar isso aqui com cara de... nas palavras dela... uma casa de família.

— Oi?

— Linda... Minha mãe quer que minha casa teja preparada pra receber uma família. A minha família. Que... no princípio de tudo... começa com você.

Eu suspirei, ainda não acreditando.

— Você me entendeu?

E não conseguia desfazer a minha cara abobalhada.

— Entendeu, Mila?

— Isso é um pedido de casamento disfarçado, gatinho...???

— O segundo, pra ser mais exato...

Meu estômago se atirou no chão.

— E aí?

— O quê?

— Você aceita?

— Me casar com você?

— Se casar comigo.

Respirei fundo...

De verdade... não sei o quanto eu tô preparada pra essa resposta...

— Eu aceito. 

— Graças a Deus, meu amor. — ele desfaz a cara de apreensão num suspiro aliviado, já avançando pros meus lábios pra me beijar até esgotar o ar dos pulmões. 

***

— Você pensa isso quando? — pergunto com receio.

— Quando você quiser. A decisão é sua.

— Como assim?

— Se quiser, a gente espera a sua formatura. Se quiser, só espera a minha... — e o frio toma conta da barriga, em pensar que isso tá a menos de dois meses de acontecer.

— Ou, se quiser, pode ser amanhã. Você é quem sabe.

— Não acredito que você vai largar essa responsabilidade na minha mão!! — e finjo indignação.

— Por mim, a terceira opção seria a minha pedida. Mas... com você debaixo do mesmo teto que eu, eu posso segurar as pontas e aceitar o seu tempo.

Eu sorri lisonjeada.

— Mas... Se quiser minha opinião...

— Já entendi. Amanhã eu sou uma pessoa casada.

— Exato.

Eu não disse mais nada.

— E aí? Qual a pedida?

— Desse jeito você me assusta, Kiko.

— Desculpa, linda. É a ultima coisa que eu quero. Mas queria que pensasse no que te disse. Promete que vai?

— Prometo.

— E não vai esquecer de me dar a resposta...?

— Eu nunca vou esquecer uma coisa dessas.

Era rápido demais, intenso demais, sufocante demais, mas eu não conseguia dizer não pra ele. Pode parecer piração da cabeça, mas eu o queria também. Muito. Infinitamente... Daquele jeito... Só pra mim... E pra sempre...

Sem pensar duas vezes, acabei me entregando de vez a nós dois e deixei-me levar...