CAPÍTULO 62 - Pisando no mundo dele pela primeira vez...

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E aí, Mila???!!! Preparada pra encarar essa? Aproveita que trem bom desse aí, se parar na sua estação, é uma vez só... rs ;-)

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**Camila**

Depois de tanta insistência, finalmente tomei coragem e fui com ele conhecer o "meu verdadeiro gatinho".

Ai, ai, ai... Nem preciso contar o estado dos nervos e do estômago.

Pode até parecer loucura da cabeça, mas, pra mim, assim que eu pisasse no mundo dele, MEU Kiko tava morto de vez. E me sentia apavorada só de pensar no meu mundo sem o MEU Kiko.

Saímos de casa era umas dez da manhã, direto pra tal da casa dele.

Ele dirigia o mesmo Audi que usou desde que me revelou seu segredo cabeludo. Porém, a minha ideia de que talvez não fosse tão difícil quanto pensava encerrou-se no instante em que o Kiko embicou o carro no portão da garagem do prédio dele. De fato, ali eu comecei a ter uma breve noção de onde eu tinha me metido.

Ficamos alguns segundos parados, aguardando os dois portões gigantescos se abrirem. Um depois do outro.

Logo, ele foi conduzindo o carro calmamente pela garagem, que mais parecia um galpão industrial de tão grande. Quando estacionou e eu desci, percebi que todas as vagas ao redor eram do apartamento dele. Se ele morava sozinho... Logo... os cinco carros em torno da gente pertenciam àquele ser estranho, que eu mais que nunca tinha certeza que não conhecia.

Pelos Céus... O que é isso?

O fusquinha azul ocupava uma das vagas, mas a humildade parava por aí. Além do Audi, havia uma mercedes esportiva, um carrão largo com a mesma onça pulando do capô que tinha na direção do carro do Kibe, no dia que os meninos me sequestraram e, por último... nada menos que um cavalinho amarelo preso ao capô vermelho reluzente.

De verdade... Me custou a acreditar que o Kiko tem uma Ferrari... E com vinte e três anos!!

Agora sim... Eu tenho a real noção de onde tava me metendo. E aquilo ia me deixando mais e mais acuada.

Meu gatinho nem percebia minha angústia. Parecia anestesiado, com um sorriso bobo nos lábios que se escancarava ainda mais quando ele olhava pra mim.

Eu devolvia outro amarelo, só pra não deixá-lo sozinho.

Era até bonitinho de ver... Os olhos dele brilhando... E parecia aliviado também. Acho que por ter tirado o peso dessa farsa toda de cima das costas.

Entramos no elevador suntuoso que eu já conhecia e ele me abraçou forte com meu rosto enterrado no peito.

— Tudo bem, linda?

— Tudo sim... — disse pra tranquiliza-lo, mas na real, eu não tava nada bem. Me sentia intimidada por aquele lugar... Por ele... Ao mesmo tempo que aborrecida ao me dar conta, outra vez, de não existir qualquer traço do MEU Kiko, que me relacionei por seis meses.

— Aquele fusquinha meio fora do contexto ali, não...? — e comentei, enquanto o elevador não chegava no andar dele.

sim... Mas me apeguei a ele. Pelas boas lembranças...

— Sei.

— Principalmente quando olho pro banco do lado.

A mim só restava rir.

— Onde você arrumou?

— O fusquinha?

— Isso.

— Com o Jura. O porteiro aqui do prédio.

— E o que você vai fazer com ele?

— Sei lá... Ainda não tive coragem de me desfazer.

— Hum...

— Talvez eu devolva pro Jura.

— Mas ele já deve ter gasto o dinheiro.

pensando em devolver mesmo.

— Tipo doação?

— É... O cara foi muito brother quando eu cheguei nele, desesperado, precisando do carro.

Pra sua farsa. — e respirei fundo.

— Não fica assim, não, meu anjo. Não quero que você sofra mais por isso.

— Ainda é muito recente.

— Eu sei. Mas juro que passo o resto dos meus dias, se for preciso, te fazendo esquecer, se você me deixar.

Eu sorri, sem-graça.

A porta do elevador logo se abriu praquele hall enorme de paredes brancas e o chão de um mármore quase imaculado de tão brilhoso. No centro havia uma mesa solitária e, sobre ela, um único vaso com o arranjo de orquídeas mais lindo que já vi na vida.

Do teto, alinhado ao centro da mesa, descia um lustre de cristal imponente e no fundo, a porta dupla de madeira escura que nos levava ao apartamento propriamente.

— Amei as flores. — comentei, assim que passamos pelo arranjo.

— Confesso que eu ia me frustrar se você não reparasse. — ele se entregou, com um sorriso maroto.

— Pensou em mim quando escolheu?

— Faz seis meses que não penso em outra coisa, além de um anjinho lindo que caiu da nuvem no meu colo, bem na hora que eu passava embaixo.

E agora foi minha vez de retribuir o riso doce que venho recebendo sem economias...

(COMPLETO) Meu mundo é dela! - A história da Mila e do Kiko...Onde histórias criam vida. Descubra agora