CAPÍTULO 127 - De volta ao sapo-com-potencial

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**Camila**

Dia seguinte ao barzinho com surpresa estragada, flashback e pedido de casamento esquizofrênico, tô eu em cima dos livros, concentrada, estudando, quando a campainha do meu ap. ecoa pelo espaço pequeno.

Sem o porteiro interfonar... Esquisito...

Dei um pulo de susto e corri até a porta. Quando abro, lá está o cidadão de mochila no ombro, travesseiro no braço e o cabide do terno na mão. Além do sorriso. Sempre. Único. Escancarado pra mim.

— Isso não vai funcionar... — abano a cabeça.

— Sem tentar, não da pra saber. Me ajuda? — e estende o cabide pra mim.

Quando ele deu o derradeiro passo pra dentro de casa, enterrei o último suspiro do projeto de mulher independente, só dez dias depois de ter vindo ao mundo.

Sinceramente, não sei se ria ou chorava...


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**Cristiano**

Deitados de lado na cama, depois do sexo, eu não conseguia parar de olhar pra ela, hipnotizado pelo sorriso recatado, os olhos verdes receosos, mas intensos, fixos em mim. A típica contradição.

Tão linda, tão meiga, tão doce, tão minha. Completamente minha...

Os braços tavam encolhidos na frente dos peitos, o dedo na boca. Parecia com medo de mim. Mas não deixava de me encarar um segundo sequer.

— Que foi, linda?

— O quê?

— Essa carinha aí?

Ela sorriu meigo, sem tirar o dedo da boca.

— Fala pra mim.

— Não vai dar certo, gatinho.

— O quê?!

— Isso... A gente... Assim... Desse jeito.

Merda! Outra vez, merda!

— Diz pra mim qual o problema?! Todos, se possível... — e me coloquei por cima dela, prendendo seu corpo contra o colchão, segurando o pescoço pra ela não escapar de mim. — Hein, Camila?!

— Eu não consigo lidar com você... — e deu um suspiro sentido. — Com o Kiko talvez, mas o outro... Outros... — a voz não saía direito. E nem precisava.

— Me escuta, Mila, com atenção. Tá prestando atenção?

Ela balança a cabeça.

— Eu. Vou. Ser. Quem você quiser que eu seja. Tá claro?

— Não é isso...

— Então é o quê?

— Você não pode deixar de ser quem é.

— Eu posso fazer o que quiser da minha vida! A gente pode mudar de país, se você quiser. Ou posso passar o resto da vida aqui, com você.

— Seu lugar não é aqui.

— Meu lugar é do seu lado, Camila!! No céu, no inferno, na PQP, onde for, meu lugar é com você! Não existe Kiko, Cristiano Nunes ou qualquer outro que você pensar, sem a Camila. Deu pra entender?!

Ela, nem preciso dizer, já segurava o choro.

— Hein, Mila?

O beicinho tremia. Mas eu não podia recuar. Não naquele ponto.

— Se você me disser que não me ama mais, acho que não sobrevivo uma semana. Duas talvez. Mas tudo bem... Essa é a vida e eu vou ter que aceitar. Salvo esse motivo, a não ser que me dê outro tão ou mais convincente, eu não vou concordar em perder você.

Ela suspirava sentido.

— Você não vai dizer nada?

Ela tremeu a cabeça negando. Tava muito assustada, mas eu precisava passar esse risco no chão.

— O que você decidir eu vou te seguir, qualquer que seja o caminho.

Nada... Nenhuma reação além de tremer.

— Eu preciso da sua resposta, linda. Pra eu me adaptar. Adaptar minha vida à sua decisão.

Silêncio, só rompido pelos suspiros do choro que ela tentava segurar.

— Hein, Camila?!

— Você tá me pondo contra a parede.

— Tô! Tô mesmo! Eu sei que você odeia isso. E que tá sofrendo... Com medo de mim, mas não dá pra ficar desse jeito mais. Se você disser que não me ama, eu pego minhas coisas, vou embora e você nunca mais escuta falar de mim.

Ela mal conseguia me encarar.

— Você me ama, Mila? — nunca senti tanto medo quanto quando fiz a pergunta. Minha existência dependia dessa resposta.

(COMPLETO) Meu mundo é dela! - A história da Mila e do Kiko...Onde histórias criam vida. Descubra agora