CAPÍTULO 141 - Plano B... Ativar!

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E agora, hein, bonitas?! Será que esse Cristiano levará seu plano adiante...?

Só lendo mesmo para descobrir... ;-)

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**Cristiano**

Cheguei em casa, puto. A cabeça fervendo, o coração acelerado. Enfiei a cara debaixo da torneira pra ver se ajudava a esfriar. Nem sabia o que fazer direito. 

Pra piorar, minha esposa não tava em casa. Tinha arrumado um curso de finanças pra fazer, antes das aulas recomeçarem na faculdade.

Ela chegou perto do almoço e veio direto ao escritório. Dona Cleusa deve ter falado pra ela que eu tava lá.

— Oi, gatinho... Que houve? — tava assustada.

— Senta aqui comigo. — ajeitei ela no colo e desembestei a falar o que tinha rolado de manhã na Performer.

— Não é possível, Cristiano. Seu pai não quer a gente junto... Ele me odeia... Eu te falei isso antes da gente casar...

— Não tem a ver com a gente, linda. Fica sossegada... — até que eu tentava, mas tava difícil fazer a Camila acreditar nisso, depois da sucessão de merdas do meu velho. — De qualquer forma, não dá pra eu continuar lá, de pau-mandado, à mercê dele. 

— Por que não vai trabalhar em uma daquelas empresas que a Performer controla?

— Já pensei nisso. Mas não resolve o problema que eu tenho com meu pai, Mila. Enquanto dr. Alberto não tomar um susto grande, ele não vai me respeitar.

Ela suspirou alto. Pelo jeito que me olhava, ela também concordava, mas seu olhar denunciava apreensão.

— Por que não trabalha em outra empresa qualquer? Você tem um currículo incrível.

— Já tentei. Não rolou.

— Como assim?!

— Eu briguei com ele ano retrasado e tentei arrumar trabalho em outro lugar. Dr. Alberto conhece gente em tudo quanto é canto, Camila. Descobriu onde eu tava concorrendo a vaga e ligou pros caras pedindo que não me contratassem.

— Meu Deus...

De novo, era foda escancarar quem é meu pai de verdade, mas eu não tenho o direto de esconder nada dela.

— Vou pensar em algo. Se puder, me ajuda também...

— Vou tentar, mas nem sei por onde começo, Kiko. Com um pai desse...

— Eu sei. Mas não posso desistir.

— E não vai, gatinho. Eu não deixo. Prometo. — sorriu pra mim, me dando um abraço acolhedor, depois um selinho. Mesmo no caos, ela sempre tá ali, do jeitinho dela, junto comigo pro que for. 

***

Dia seguinte, nove e meia, eu ainda debaixo da coberta com a minha mulher e o telefone toca.

— Não vem trabalhar?

— O que você acha?

— Deixe de ser infantil, Cristiano!

— Eu não vou, pai! Não vou! Só me liga pra falar de trabalho quando essa vagabunda não tiver mais aí! — e bati o telefone na cara dele.

***

Sem emprego, pelo menos até segunda ordem, era hora de arrumar um plano B. Ou melhor, viabilizar o plano B.

Tempo ocioso até que tem sua utilidade. Dá pra resolver as merdas que a gente nunca resolve, justo porque não tem tempo... Pensar... Organizar ideias... Por a cabeça no lugar...

E foi isso que eu fiz. Além de poder passar mais tempo com a minha esposa, é óbvio.

***

Uma semana depois, sem arrefecimento de ambos lados, eu pedi um horário com dr. Alberto, na Performer mesmo. Não queria ter aquela conversa em casa, muito menos na casa dele.

— Tomei uma decisão e vou me mudar com a Camila daqui.

— Para onde?

— San Diego ou Miami.

— Qual o plano? — me interrogava sem alterar a voz. Apesar de eu saber que ele desmoronava por dentro.

Relatei os detalhes de como seria a mudança, em que eu iria trabalhar, como sustentaria minha família, que ainda se resumia a Camila, a transferência de universidade pra ela concluir o estudo. Enfim, tava tudo mapeado.

— Já avisou sua mãe?

— Ainda não. Quero marcar um jantar com ela amanhã.

— Vai levar a Camila em casa?

— Não.

— E quando é a viagem?

— O quanto antes...

— Saiba que não tem meu apoio. Em nada. — que novidade!

— Não foi isso que você combinou comigo, pai, no dia que comprou meu depoimento a favor da Samara. — e acertei uma no meio da cara dele.

— O cenário não era esse.

— Eu sabia que você ia dar pra trás, dr. Alberto. Mas não se preocupa que meu plano já considerava essa possibilidade.

— Algo mais...?

— Não. — e já entendi que era o sinal pra eu vazar dali.

Como previsto, não alterou a voz, a intensidade da respiração, a postura impassível. Mas eu sabia o quanto ele morria por dentro.

Eu não blefei. A decisão tá tomada e só seria revogável se algo muito maior estivesse em jogo. A Performer não tem esse peso pra mim. Pelo contrário. A consideração que tô tendo pelo meu pai e pelo amor que ele tem à essa empresa é exatamente a mesma que ele teve por mim e pela minha esposa, quando colocou meu casamento em risco, me obrigando a livrar a cara da Samara no desfecho do sequestro.

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(COMPLETO) Meu mundo é dela! - A história da Mila e do Kiko...Onde histórias criam vida. Descubra agora