(COMPLETO) Meu mundo é dela! - A história da Mila e do Kiko...

CAPÍTULO 92 - E o problema é meu?!

E dá só uma olhada na bomba que dr. Alberto ainda guarda pro filho. 

Com um pai desses, quem precisa de inimigo, não...?

..........................................................

**Cristiano**

Antes de sentamos na mesa, meu pai me chamou no escritório dele.

Tava só esperando uma brecha pra puxar a conversa de lado.

Deixei minha linda com a minha mãe e o acompanhei até o escritório.

— Eu conversei com o Arthur e vamos resolver o impasse de outra forma.

Só arqueei a sobrancelha.

— Arthur recebeu autorização da Justiça para vender os ativos da Muray e pagar as dívidas. Ele acredita que assim, seja possível saldar tudo o que deve. Existe uma oportunidade de abrir uma filial da Odin aqui no Brasil. — Odin é uma empresa sueca de automação residencial de um conhecido do meu pai.— E eu resolvi investir nisso, colocando o Arthur de sócio.

Contrariando a expectativa do meu velho, nem reagi. Ele conhece minha opinião sobre a incapacidade do tio Arthur de gerir qualquer coisa mais complexa que as despesas da família dele. Que, aliás, nem preciso dizer, sempre foram descontroladas. Tanto por parte da mulher, quanto da filha.

— O quê acha?

— E minha opinião vale alguma coisa a essa altura?

Ele pensou e, sabiamente, não respondeu.

— Quero que você seja o meu representante nessa sociedade e assuma a gestão da Odin.

— Pai? Qual foi a parte do "eu não quero contato com essa gente" que você não entendeu?

— Não fale assim comigo!

— Eu não vou fazer isso! E você tá cansado de saber!

— Quem você sugere? — e desiste de insistir.

— Talvez o Lima ou o João Pedro. Ou até o seu pau-mandado...

— O Jair não dá.

— Por quê?

— Não tem o preparo necessário.

— E o tio Arthur tem? 

— Não é o caso.

— Por que você insiste tanto no Arthur, hein?!

— Você sabe da minha história com ele.

— E daí, pai?! Você já ajudou na Muray. Enfiou rios de dinheiro naquela merda, mesmo sabendo que o barco ia afundar mais dia, menos dia. Qual é a sua?

— O Arthur é como um irmão pra mim, Cristiano. Além disso, a gente tem um pacto. O dia que você entender o que é uma amizade de verdade, vai saber do que eu falo.

— Pai. Eu tenho amigos que arriscariam a vida por mim, do mesmo jeito que eu por eles. 

— Não está em discussão minha decisão, nem minha relação com o Arthur. Converse com esses dois que você sugeriu, decida quem está mais preparado e mande o melhor para eu entrevistar. Eu preciso só que ele se reporte a você.

— Eu não vou aceitar.

— E por quê não? 

— Porque eu não confio no Arthur e, te conhecendo como conheço, sei que você vai enfiar meta de performance daquela merda em mim.

— A implantação não tem erro. Você sabe que a Odin é estruturada. Eles vão dar o gabarito necessário. Até uma criança toca aquilo lá.

— Ótimo! Já que não vai dar trabalho algum, cuida você pessoalmente e o infeliz que você puser pra aturar o Arthur. Mais alguma coisa?

Pelo olhar do dr. Alberto, nem precisava de resposta. Virei as costas e saí.

Pela primeira vez, eu tava plenamente seguro pra enfrentar meu pai de igual pra igual. Na verdade, pra enfrentar qualquer desafio na vida. E tudo isso por causa da minha esposa.

É impressionante o bem que a Camila me faz... Nem ela tem ideia do tamanho da força que me dá. Me sinto uma nova pessoa ao lado dela. Melhor... Mais corajoso... Seguro de mim e do que eu quero.

Eu juro que nada nem ninguém vai ser capaz de me afastar dela. Essa é uma promessa que eu fiz pra mim e pra ela e vou com isso até fim.

O clima do jantar não foi dos melhores. Mas com a empolgação da dona Valentina e minha mulher que não paravam de falar um segundo, até que deu pra preencher o vácuo entre eu e o meu velho.

Pesava a consciência discutir com ele naqueles termos. Mas não dá pra deixar a vontade dele prevalecer às minhas. Não desse jeito... Ainda mais, depois do plano bizarro de me juntar à maluca da Samara.

Confesso que senti um ódio do Arthur, como nunca tinha sentindo, por ele me jogar contra o meu pai.

Porque, no fim, foi isso que ele conseguiu. Botar meu velho contra mim...

Que bosta!