CAPÍTULO 37 - Barzinho com as amigas

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Bom... Pra quem queria que a Mila tocasse a vida pra frente e aproveitasse um pouco... Finalmente chegou o momento dela! Pelo menos de uma tentativa, né?

E vamos ver como ela se saiu...

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**Camila**

A Lu tinha passado a semana insistindo pra me levar pra dar uma volta. Uma balda, um barzinho, uma festa de amigo... Qualquer coisa.

Ela tava obcecada em me fazer sair de casa pra ver gente, conhecer pessoas, extravasar... Sei la...

A real é que eu não tinha a menor condição. Minha única vontade, quando chegava da aula, era de me enterrar no colchão e chorar até desidratar todas as células do corpo.

Sexta-feira era aniversário da Amanda, também conhecida na turma como Nanda. Ela reservou uma mesa num bar bacana e chamou meia-dúzia de amigas. A ideia era sair direto da aula.

Por ser pouca gente, tava morrendo de dó de não ir, mas eu não tinha como encarar essa festinha, por mais que a gente fosse muito amiga.

Quando fui entregar o presente, antes da primeira aula começar, a Nanda surtou dizendo que não ia admitir que eu não fosse.

Eu tentei argumentar, tendo em vista a minha situação de fossa à enésima potência, mas a hora que ela se juntou com a Luiza pra falar na minha orelha, não tive como não ceder.

Saímos da aula direto pro La Guardia, o tal do barzinho.

Pelo menos ficava no Itaim, perto do meu ap. Se quisesse ir embora logo, eu pegava um táxi e em quinze minutos tava em casa — o que era o mais provável que acontecesse.

O bar era legal, agitado, cheio de gente bonita. Mas era impossível entrar no clima da balada, na fossa em que me encontrava. Pedi uma caipirinha de saquê só pra acompanhar as meninas e fiquei lá, num esforço supremo pra não contaminar a festa da Nanda com meu baixo astral.

Num determinado momento, do nada, um cara se aproximou, puxou a cadeira vazia da mesa do lado e sentou quase que no meu colo.

Asssutei!

— Oi! Sou Tiago... E você?

— Como assim?!

me apresentando. Já disse meu nome. Agora é sua vez de dizer o seu. — e me passou o gabarito, como se eu não tivesse ouvido.

— Tiago... Eu não bem pra conversar hoje. Quem sabe numa próxima... — e tentei dispensá-lo com educação.

— Mas essa é uma ótima notícia!

— Oi?!

— Eu vim aqui exatamente pra resolver o seu problema.

— Que problema...?

— Esse que você tem. Qualquer que seja...

E me escapou um sorriso que queria a todo custo ter evitado. Não tinha a mínima intenção de dar esperança pra ele.

— Me diz seu nome, princesinha. Só pra gente começar bem...

Ele não ia desistir.

— Camila.

— Prazer, Camila. — e avançou, me roubando um beijo na bochecha.

Assustei ainda mais! Arregalei os olhos, fiz uma cara de espanto.

— Tiago... Eu não quero ser mal-educada, mas te juro que hoje não é um bom dia.

— Eu até entendo, Camila. Mas também, não é todo dia que tenho a sorte de me deparar com uma donzela tão graciosa quanto a senhorita. — e tentou me dobrar com as palavras elegantes.

Realmente a noite vai ser loooooonga...

Eu não tava a fim. Não tinha gostado dele de cara. Aliás... Acho que nunca mais vou conseguir olhar pra outra pessoa que não seja o meu "finado" gatinho. Mas não podia negar que o Tiago era engraçado.

Ele perguntou do machucado na testa, do braço imobilizado. Expliquei por cima. Não queria conversar do acidente.

Corrigindo... Não queria conversar com ele de jeito algum. Mas não achava meios de tirá-lo de cima de mim.

Sem se tocar dos foras que eu tentava dar nele, o infeliz começou a falar um monte de bobagens, interagir com as minhas amigas, fazendo a mesma inteira rir. Até eu não consegui evitar umas risadas das besteiras que ele soltava.

Quando eu já tinha até me acostumado com ele ali, do nada, surgiu uma mulher e agachou ao lado dele. E era bonita. Uma loira tingida, vestida de forma meio vulgar, mas daquelas que chamam atenção.

Ela começou a cochichar sem parar no ouvido do Tiago. A música alta e os burburinhos ao redor não me permitiram escutar uma palavra, mas, pela feição dele, a loira dizia coisas incríveis, maravilhosas, surreais...

O homem tinha arregalado os olhos a ponto de não caberem na cara. E sorria feito bobo.

Depois de um tempo escutando a loira falar, ele simplesmente levantou da cadeira...

— Camila, meninas... Foi um prazer inenarrável conhecer vocês. Espero ter a oportunidade de encontrá-las em alguma outra ocasião por aí. — e sumiu com a loira de perto da gente.

Ficamos olhando pra ele, completamente perdidas.

— Quem era afinal? — a Lu perguntou.

— Não faço ideia. — e dei de ombros.

— E você não curtiu ele? Era bonitinho... Gente boa... Engraçado... — e ficou relacionando as qualidades do Tiago que, no fim, eu até concordei em partes.

— E se tivesse gostado...? Tinha como competir com a loira pistoleira que colou ali do lado...? — e dei uma invertida na Lu pra fazer o assunto morrer.

Ela sorriu sem-graça.

— É... — ficou sem saber o que dizer por instantes. — Não era pra ser ele, amiga... Mas não vamos desistir! — e tentou me encorajar de toda forma. Essa Luiza é uma brasileira nata mesmo... Não desiste nunca!

Seguimos com a nossa conversa, dessa vez sem outras interrupções.

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E aí, meus amores?! O que acharam? Pelo menos a Camila tentou né? 

Agora bora descobrir o que essa loira pistoleira foi fazer ali na mesa... 

(COMPLETO) Meu mundo é dela! - A história da Mila e do Kiko...Onde histórias criam vida. Descubra agora