Bruno's POV

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Me mantive sentado, olhando para a porta fechada, pensando qual atitude seria melhor: Deixar que Anne esfriasse a cabeça e chegasse à conclusão que não valia a pena me matar, ou ir atrás dela e tentar acalmá-la, correndo risco de vida. 

Tudo bem, eu era um perfeito ignorante sobre sexo na gravidez. Não sabia porra nenhuma de bebês, afinal, eu era um homem solteiro que nunca pensou em ter um filho. Mas aquela gravidez havia me pego de surpresa, e confesso que não pesquisei muito sobre o assunto depois de saber que seria pai. Sim, era provável que eu estivesse sendo patético. Aliás, se fosse tomar como referência a reação de Anne à minha confissão, eu tinha certeza que estava sendo MUITO patético. Mas eu admitia ser suficientemente burro sobre aquele assunto, por isso não sabia se corria algum risco de cutucar a nossa filha. Tudo que me restou, então, foi me privar de um pequeno prazer. Ok, de um prazer importantíssimo. 

Mas agora, sentado ali, ainda na mesma posição, comecei a me achar realmente idiota. Não sei por que nunca havia conversado com ela sobre isso. Talvez temesse que ela não entendesse, ou me achasse um completo ignorante. De qualquer forma, não havia desculpas.

Me levantei, tomando a decisão de ir atrás dela e esclarecer algumas coisas. Mas não cheguei a dar um único passo, porque Anne já entrava no quarto bufando, com seu celular na mão e os olhos esbugalhados. Ela era mais ou menos como um Ursinho Carinhoso puto, e isso seria adorável caso eu não estivesse com medo. 

Quando ela estendeu o aparelho para que eu pegasse, desviei involuntariamente, pensando que ela me daria um murro no nariz. Quando entendi o que ela queria, peguei o celular de sua mão e trouxe o aparelho à orelha. 

– Alô? 

– Uaaahhh... Ah, boa noite, Bruno. É o dr. Carlos. - Ouvi-o dizer, disfarçando o bocejo. 

Olhei para Anne e constatei que seu olhar ainda tinha um brilho incrivelmente assassino. Por isso, mesmo me sentindo mal em interromper o sono do médico - ainda que tenha sido ela a ligar e acordá-lo - continuei falando com ele ao telefone. 

– Ah... Boa noite, doutor. 

– Anne me ligou e contou que vocês conversaram. 

Pela cara que ela fazia, provavelmente ele já sabia de tudo que havíamos conversado.

– É... Nós conversamos... Mais ou menos.

– Ela me disse que você tem algumas dúvidas quanto à possibilidade de manter relações sexuais no período da gravidez.

Ele estava sendo educado, e eu sabia disso. Tinha certeza que Anne havia contado a situação para ele de uma forma muito menos suave, com alguns palavrões e xingamentos. 

– É, eu... Eu não sei direito se posso...  

Anne bufou na minha frente de repente, e outra vez me mexi de forma involuntária para longe dela.

– Bruno, veja bem... A primeira coisa que quero deixar claro é que você não é o único a ter essa dúvida. Muitas pessoas acham que sexo durante a gravidez pode afetar o bebê de alguma forma e prejudicar a formação do feto, mas escute bem o que vou dizer: Não há o menor problema em se manter relações durante a gestação. A filha de vocês está bem protegida no útero, e o seu órgão sexual não pode, de forma alguma, tocá-la. Não há a menor chance de você machucá-la. Mas é claro que eu aconselho que vocês deixem um pouco de lado práticas como sexo selvagem e posições mais desafiadoras do Kama Sutra. O importante é deixá-la confortável em qualquer posição que ela quiser.  Repito: Não há como você fazer mal ao bebê. Ao contrário, tudo que sua filha sente é reflexo de como Ninha se sentir. Se ela estiver bem, sua filha estará bem também. Por isso, faça com que sua mulher relaxe. Sexo ajuda bastante nessa parte, além de fortalecer os músculos do períneo, o que ajuda na hora do parto. "E se ainda há dúvidas sobre outros métodos, deixe que eu te explique: Não há problema com sexo oral ou anal, com ou sem ejaculação, contanto que haja higiene sempre. Masturbação também é liberado, e não se preocupe quanto aos seios dela. Você pode fazer com eles tudo que fazia antes normalmente, mas como estão mais sensíveis, só tome cuidado pra não machucá-la. 

De repente, amorOnde histórias criam vida. Descubra agora