Anne's POV

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Beijei-o apaixonadamente e nos virei na cama, tirando-o de cima de mim e me levantando. 

– Ei! Vai aonde? 

– Tomar outro banho.

– Mas eu nem te sujei... - Ele falou, fazendo uma careta e apontando para a camisinha ainda vestida. Ri da sua reação. 

– Você colocou a boca onde a sua filha põe também. Eu tenho que me lavar. - Cheguei perto dele de novo e mordi sua orelha de leve - Quer vir junto? 

Ele olhou para mim, depois para o preservativo, depois para mim outra vez. 

– Posso gozar fora? 

Fiz cara de reprovação, caminhando para o banheiro.

– Só estou te chamando pra um banho, Bruno. Não seja depravado. - Mas antes de sair da vista dele, voltei a falar: - E sim, você pode gozar fora. 

Obviamente, ele veio atrás de mim.

Valentina sorriu pela primeira vez no exato dia em que completou dois meses, e, é claro, por causa de Bruno. Ele estava determinado a fazê-la entender seus argumentos sobre música, o que aparentemente a divertia. 

– Então você concorda? - Ele falou animadamente, e ela sorriu outra vez. Estávamos na casa de Hérica e Robert, e os dois pareciam completamente admirados com a cena também. Ela passava a maior parte do tempo encarando Bruno com atenção absoluta, reparando nas caretas que ele fazia e em como mexia as mãos. Com mais algumas semanas, ela não só sorria como tentava imitar suas expressões faciais. Bruno se divertia muito com aquilo, e a desafiava a conseguir fazer as caras mais bobas que conseguia. A cena era adorável, mas frequentemente eu tinha que lembrá-lo de que ele acordava cedo no dia seguinte e que, por isso, o melhor a fazer depois de passar mais de três horas "conversando" com Valentina era dormir. 

Aos três meses ela já sorria tanto que eu não entendia como os músculos do seu rosto não ficavam cansados. Ela fazia isso para qualquer um que resolvesse falar com ela, fosse Bruno, eu, os avós, o pediatra ou alguém na rua. Era como se ela simplesmente adorasse todo mundo. Além de sorrir para as pessoas, Valentina gostava de conversar com elas. Bastava alguém falar algo com ela que se iniciava um debate. Se a pessoa continuasse com seus argumentos, ela se dispunha a balbuciar e fazer sons em resposta até que estivesse cansada. Às vezes, a palavra não precisava nem ser direcionada a ela. 

– Nossa filha é comunicativa, né? - Bruno riu abertamente, observando Valentina responder ao repórter no canal de notícias da tv a cabo. Foi nessa idade que os olhos dela começaram a mudar. Até onde podíamos ver, suas íris pareciam tender para o marrom, o que fez com que Bruno já começasse a cantar vitória, e eu, a me decepcionar um pouco. 

– Mas ela é toda a sua cara. - Argumentei. 

– Mas os olhos são seus. - Ele rebateu - E vão ser os olhos mais lindos do mundo. Mas conforme os dias passavam, algo começou a mudar. Simplesmente não parecia ser como deveria. 

– Amor. - Ele me chamou quando saí do banho - Vem cá. 

Estávamos em um sábado. Eram 9h da manhã, e o dia estava excepcionalmente claro e morno. Caminhei até a cama e encarei Valentina, que se divertia sozinha no colchão com Bruno sentado perto dela. Ela parecia estar conversando e rindo consigo mesma. 

– Que foi?

– Olha pra ela. 

Encarei-a e ela me encarou de volta, já sorrindo e emitindo sons de alegria. 

– Hum... - Soltei.

– Era pra ser assim? 

– Não sei... 

De repente, amorOnde histórias criam vida. Descubra agora