Eu pediria permissão para beijá-la, embora segurar a vontade de simplesmente invadi-la com a minha língua fosse quase impossível. Meus lábios já roçavam levemente nos dela, enquanto seu nome saía de minha boca, mas não foi necessário esperar muito mais, porque no segundo seguinte ela moldava seus lábios nos meus, sem pressa, sem desespero.
Senti a força da urgência e do desejo me tomando lentamente, mas lutava contra isso para manter aquele beijo do jeito que ela quisesse.
Não era difícil beijá-la com ternura, sentindo o doce e lento movimento que sua língua fazia na minha. O problema era desejá-la tão desesperadamente que a tarefa de não atacá-la como um animal no cio tornava-se a cada segundo mais difícil.
Para minha felicidade, o fogo que queimava em mim parecia agora queimá-la também, e seus movimentos ficaram mais urgentes e sensuais.
Como se tudo nela me convidasse. Como se nada além dela existisse.
Mas nada além dela existia.
Apertei-a com força contra meu corpo, enquanto a abraçava de uma forma possessiva e a trazia para cima do meu colo. Ela não tentou me impedir, e eu agradeci aos céus por tê-la retribuindo meu beijo e meu abraço com tanta vontade, enquanto eu deixava cada faísca de desejo me consumir aos poucos.
Lembrei que deveria estar sendo mais cuidadoso e gentil, porque eu sentia seus lábios levemente inchados da noite anterior e lembrava que havia deixado muitas marcas por toda a extensão de seu corpo.
Mas como diabos eu poderia manter meu controle naquele momento? Como poderia resistir minimamente a ela?
Puxei seu casaco - meu casaco - para cima, deixando-a parcialmente exposta.
Minha boca migrou automaticamente para um de seus seios, enquanto puxava-a contra mim com cada vez mais força. Me concentrei no calor que emanava do corpo dela e se chocava contra o meu, e desejei tê-la ali, daquela forma, para sempre.
Ela voltou a me beijar, agarrando-se em meus cabelos agora com mais desejo do que antes, então me permiti também perder o controle e tocá-la da forma que eu queria. Deslizei uma de minhas mãos para dentro da única peça de roupa que restava nela, e minha respiração tornou-se inconstante quando senti que ela já estava completamente pronta e úmida para mim.
Eu gostava de preliminares, mas como já estava quase a ponto de explodir, qualquer jogo de sedução ficaria para depois.
Virei-a na cama, deitando-a de costas no colchão, e sem cerimônias deslizei para baixo a calcinha que ela usava, enquanto admirava deslumbrado cada centímetro do corpo dela.
– Tira...
Fui pego de surpresa pelo som fraco de sua voz, e só depois de alguns segundos me dei conta do que ela estava falando. Sem muito jeito, tirei com pressa a calça do meu pijama, e voltei a me deitar sobre ela, que se mostrava completamente receptiva a mim.
Tomei-a em outro beijo furioso, e depois de algum tempo notei que nossos corpos já faziam, juntos, movimentos ritmados e ondulados, o que me despertou outra vez para o fato de que nenhum dos dois poderia aguentar aquela situação por mais tempo.
Ela havia sido mais rápida do que eu, e quando me dei conta, Anne já tinha aberto minha gaveta e tirado de lá um preservativo. Fui pego de surpresa por sua força quando ela conseguiu nos girar na cama, ficando em cima de mim enquanto abria a embalagem do preservativo e o desenrolava em meu membro já inchado e latejante.
Não demorou quase nada, e com uma descida rápida e decidida, seu corpo envolveu o meu de maneira quase brusca.
Me contorci com aquele movimento. Ela ficou imóvel por algum tempo, enquanto fazia com que nossos corpos se acostumassem melhor com o recente encaixe.
Segundos depois, ela começou a se movimentar de forma lenta e ritmada, tentando me moldar a ela, e durante todo esse tempo a única coisa que eu conseguia fazer era observar seus movimentos precisos. Embora toda aquela perfeição me fizesse lembrar o motivo pelo qual Anne era tão boa naquilo, não havia como negar a beleza da cena.
Ela era perfeita em cada movimento.
Quando consegui voltar a mim, segurei cuidadosamente com uma das mãos seus quadris, tentando não marcá-la mais ainda, e com a outra me apoiei no colchão, trazendo meu corpo mais perto do dela, enquanto me mantinha sentado.
Ela agarrou meus cabelos automaticamente, e por um momento odiei ver que algumas lágrimas ainda insistiam em cair pelo seu rosto, mesmo ela parecendo não se dar conta disso.
– Eu odeio você. - Ela falou de repente, encostando seus lábios nos meus. Antes que aquelas palavras me atingissem com a força que eu sabia que atingiriam, ela continuou - Odeio você, por tudo que me fez passar. Por ser covarde, por ser egoísta, por me fazer querer morrer sem você. Odeio você por não conseguir te negar, por não ser forte a ponto de ignorá-lo. Odeio precisar de você, odeio adorar me render a você. Eu odeio... Odeio você...
– Eu te amo.
Foi tudo o que consegui responder. Era a mais pura verdade, e eu esperava que ela acreditasse em mim, porque nunca na vida me permiti ser tão sincero, nunca me permiti estar tão submisso a alguém. Mas estar submisso a ela não era um castigo. Não era errado. Era tudo o que eu queria. Nossos movimentos ficaram fortes e bruscos, mas foi quando senti a urgência da sua língua na minha outra vez que me permiti parar de ser cuidadoso e me entregar a ela. Eu não queria machucá-la, mas era humanamente impossível não desejá-la de uma forma quase selvagem.
Eu sabia que me arrependeria no dia seguinte pela minha falta de cuidado. Ela estaria mais machucada, e a culpa seria toda minha. Mas ela não parecia se importar, e toda vez que eu tentava tornar mais fraco o aperto que minhas mãos faziam em seu corpo, ela apertava a si mesma com mais força contra mim. Não era aceitável, mas meu lado egoísta e possessivo me permitiu sentir prazer com o fato de que todas as marcas em seu corpo agora pertenciam a mim, e a mais ninguém. Eu ainda me odiava por feri-la, mas saber que homem algum a tocaria outra vez me fazia sentir um horrível homem das cavernas feliz.
Ela estava ali. Comigo. Ela me daria outra chance, e eu não precisava de nada além disso. Não seria fácil retomar sua confiança, e eu não podia julgá-la por isso. Mas se iria me dispor a morrer tentando por alguma coisa, seria para ganhá-la de volta. Seria como deveria ter sido desde o início.
Seria por ela.
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De repente, amor
Storie d'amore♦ De repente, amor. Bruno é um jovem homem de negócios, embora não saiba nem do que se tratam os contratos que assina. Anne é uma prostituta de luxo, que apesar de se sentir extremamente mal por isso, não encontra uma saída para mudar de vida. Como...