Bruno 14

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No dia seguinte, cheguei na Casa por volta das 21h, quando uma música agradável e sensual tocava não muito alto, proporcionando o ambiente caloroso que eu procurava sempre que ia lá. Passei por alguns casais que já aproveitavam a noite, sem o menor pudor, enquanto se atracavam nos cantos, finalmente chegando no bar e pedindo minha já habitual dose de whisky. 

Olhei em volta procurando um rosto conhecido, e depois de algum tempo, quando não pude achá-lo, relaxei um pouco. Anne não deveria estar naquele ambiente, porque see stivesse, os homens presentes achariam que ela estava livre. E ela não estava, porque eu providenciei isso. Muito bem providenciado. 

– Olá, querido. 

Virei-me e encarei Rayana, com um sorriso um pouco forçado. 

– Olá. 

– Anne está no quarto dela, se você a está procurando. 

– Imaginei que ela estivesse lá - Respondi, dando um último gole em minha bebida e agradecendo a menina do bar que veio retirar o copo. 

– Bruno - Rayana segurou levemente meu braço, me olhando com mais significado do que o normal. O sorriso forçado não estava mais em seu rosto. 

– Posso te dar um conselho? 

– Sim? - Falei, um pouco surpreso com a intensidade de sua atitude. 

– Tome cuidado. 

Fitei-a por algum tempo, sem entender muito bem o que aquilo significava. Como se ela pudesse ler meus pensamentos, completou.

– Não a torne muito especial. 

Ainda não entendia muito bem o motivo daquilo, mas mesmo assim senti a necessidade de me defender. 

– Não estou tornando-a especial. 

– Não seja bobo. É óbvio que está. 

– Ela é uma boa amiga. 

Rayana me observou, sem falar nada. Depois de segundos, voltando do que parecia uma análise interna sobre mim, ela tornou a falar, se afastando logo em seguida. 

– É um conselho, meu caro. 

Fiquei imóvel, vendo-a caminhar para longe de mim, enquanto voltava a sorrir para alguns dos homens que brincavam com ela. Fiquei pensando em que ocasião manter uma amizade com uma das garotas da Casa prejudicaria alguém. Não seria o caso para mim, já que eu realmente gostava da companhia dela. 

Não seria o caso de Anne, porque, até onde eu sabia, ela também gostava de minha companhia, se eu fosse tomar suas próprias palavras como indicação disso. Também não seria o caso de Rayana, porque nada do que se passava entre nós atrapalharia seus negócios. 

Caminhei para as escadas que davam para o corredor dos quartos das meninas, enquanto ainda tentava entender o "conselho" que Rayana acabara de me dar. 

Não sei o quanto aquilo tudo afetava a ela, mas eu esperava que não afetasse o suficiente para que ela se sentisse no direito de interferir no relacionamento que Anne e eu tínhamos agora. Se ela tentasse fazer isso, nós teríamos problemas.

Cheguei à porta de seu quarto e bati, esperando por uma resposta. Uma voz abafada saiu de lá de dentro, me pedindo para que entrasse, então o fiz. 

Anne estava sentada na cama, com as costas apoiadas na cabeceira, segurando um livro agora fechado que eu identifiquei como sendo o mesmo livro que ela estava lendo há algum tempo. Vestia um short vermelho confortável e um moletom preto, tão grande nela que parecia pertencer a alguém três vezes maior. 

De repente, amorOnde histórias criam vida. Descubra agora