Anne's POV

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– Eu sou mesmo bom...

– Claro. - Respondi debochada, assistindo-o levá-la até o berço e deixando-a lá. Ele me encarou outra vez. 

– É... - Comecei, tentando ver o meu próprio estado. Resumindo, eu estava toda vomitada e cheirando a leite azedo. 

– É. - Ele pontuou.

– Eu acho que seria bom me limpar...

– É, acho que sim. 

Ficamos em silêncio por um momento. 

– Então eu vou tomar um banho... 

– Ok.

– Vai ser um banho rápido. - Frisei. 

– Vou estar aqui. 

Ele se deitou na cama, encostando a cabeça nos travesseiros, e eu sabia que aquilo não ia dar certo. 

– Não durma. - Pedi, pegando a primeira peça de roupa limpa dobrada em uma pilha em cima da poltrona. 

– Ok. - Ele riu, colocando as mãos atrás da cabeça em posição de espera.

Corri para o banheiro e tomei um banho rápido, como prometido, mas ainda assim caprichado. Me esfreguei com o sabonete de camomila e usei meu shampoo habitual, fazendo bastante espuma para tirar qualquer resquício de leite dali. Me sequei sem muito cuidado e vesti a única peça de roupa que havia trazido comigo: Um casaco com zíper verde escuro de Bruno, três vezes maior que eu. Me penteei rapidamente e passei meu creme de amêndoas nos ombros e no peito, querendo deixá-lo mais excitado mesmo. Estava pronta para ter a minha "primeira noite" com ele outra vez, o que, depois de algum tempo de abstinência, estava me deixando bobamente ansiosa. 

Deixei o casaco um pouco aberto, propositalmente caído em um dos ombros - minha ridícula tentativa de ser sexy -, e depois de dar uma última olhada no espelho (me certificando de que todos os defeitos que deveriam ficar escondidos estavam escondidos e que o que poderia ser mostrado estava à mostra), saí confiante do banheiro. Mas ao entrar no quarto mergulhei em um ambiente escuro e silencioso. 

Só consegui ver a silhueta de Bruno esparramado na cama. As luzes estavam apagadas, enquanto ele e Valentina dormiam tão profundamente quanto mortos. Puta que pariu... Suspirei, não conseguindo conter a tristeza. Eu poderia acordá-lo a socos e exigir que ele cumprisse com seus deveres de marido. Também poderia acordá-lo com beijos e já deixá-lo "pronto" para a nossa noite. Mas eu não faria isso. Sabia o quanto ele vinha trabalhando, e por mais que achasse que Bruno deveria sentir até mesmo mais falta de sexo do que eu, eu não seria desagradável a ponto de interromper seu descanso de um dia trabalhoso para saciar minha vontade. 

Me arrastei desanimada de volta ao banheiro, pegando um elástico qualquer e prendendo os cabelos em um rabo-de-cavalo mal feito. Subi o zíper para proteger minha pele ainda úmida do frio do quarto, vesti uma calcinha confortável e dei uma última checada em Valentina, como fazia todas as noites. Por fim, escalei a cama enorme e me deitei derrotada, virando de lado e esperando que o sono chegasse. 

– Ficou com sono de repente? - Ouvi sua voz ao pé do meu ouvido no escuro e pulei de surpresa. Seu braço deu a volta pela minha cintura e seu corpo se moldou às minhas costas. Ele beijou e mordeu minha orelha com pouca força, e isso fez com que meu corpo todo tremesse.

– Eu pensei que você estivesse dormindo... - Falei, tentando disfarçar o tremor na voz. 

– Eu disse que não ia dormir. - Sua mão alisou minha coxa e subiu para minha barriga por dentro do casaco. Respirei fundo. 

– Mas eu pensei...

– Acho que vou ter que te acordar de novo. - Ele falou com uma voz estupidamente sexy, e no mesmo segundo sua mão que antes brincava na minha barriga foi parar dentro da minha calcinha. 

De repente, amorOnde histórias criam vida. Descubra agora