– Gostou da ideia? - Ele perguntou, apertando o abraço na minha cintura e parecendo realmente interessado na minha resposta.
– O que você achou? - Insisti, querendo saber qual era a opinião dele sobre aquilo. Eu não casaria sozinha.
– Contanto que a noiva esteja lá, eu sinceramente não tenho objeções. - Ele falou sorrindo de uma maneira simples.
– Eu... - Comecei, virando outra vez para Hérica e Jhulie e tentando formular a frase certa - É perfeito! Absolutamente perfeito...
Elas riram satisfeitas e piscaram uma para a outra.
– Senhores... - Jhulie começou, empregando um tom de discurso político às suas palavras para todos sentados àquela mesa - Temos um casamento Coolin pra aprontar. Que comece a festa!
Ainda era um pouco difícil acreditar que tudo aquilo era verdade, mas todo mundo parecia disposto a me convencer da realidade. Eu tinha uma semana para ver meu sonho ser realizado, e com a ajuda dos Coolin, principalmente Hérica e Jhulie, meu sonho não só seria realizado como eu tinha uma certa impressão de que acabaria sendo melhor do que eu imaginava.
– No meu casamento, eu lembro de quase ter pirado. E olha que planejei tudo com um ano de antecedência. - Jhulie falou animada, quando sentamos pela primeira vez com um bloco de papel à nossa frente e canetas de cores diferentes. Hérica estava tão animada que parecia ter voltado à adolescência, e então, ironicamente me dei conta de que as pessoas menos agitadas ali eram eu mesma e Bruno, que insistia em estar presente em cada escolha que tomássemos.
– Vamos lá. A primeira coisa que precisamos saber é: Quais vão ser as cores? - Hérica perguntou, o lápis já em posição de escrita para minha resposta.
– Cores de quê? - Perguntei, um pouco distraída.
– Da decoração.
– Pensei que seria branco. - Bruno falou ao meu lado, fazendo cara de dúvida.
– Claro que vai ser branco, seu cabeçudo. - Jhulie se pronunciou enquanto Hérica ria, e agradeci por ter sido ele a falar aquilo, e não eu - Mas os detalhes normalmente são de outras cores.
– E se eu quisesse que o meu casamento tivesse os detalhes brancos? - Ele perguntou mal humorado, dando ênfase à palavra "meu".
– Você não tem o que querer. Você é só o noivo. É a Ninha que decide.
– Você quer tudo branco? - Perguntei baixinho perto do rosto dele.
– Não tenho preferência. Você pode escolher. - Ele respondeu com um sorriso torto enquanto colocava uma mexa de cabelo atrás da minha orelha.
– Eu achei que detalhes em tons de verde clarinho ficaria bonito... Você sabe, já que vamos fazer no jardim... Acho que combinaria.
– Viu só porque homens não têm que se meter em preparativos de casamento? - Jhulie disse sorrindo e piscando para o irmão, enquanto Hérica já anotava a minha ideia. Olhei para Bruno apenas para ter certeza que aquela escolha não o havia desagradado. Ele sorria de forma simples.
Foi necessário o sábado inteiro para colocar no papel algumas idéias "iniciais", segundo Jhulie. Discutimos sobre as várias possibilidades de arrumação pelo jardim, contatos de músicos, fotógrafos e garçons, eventualidades como chuva torrencial e frio intenso, modelo dos convites, entre outras coisas. Bruno opinava em cada uma das decisões, mas parecia estar ali unicamente para me fazer companhia, já que tudo que eu decidia era prontamente aceitado com um sorriso nos lábios. Deixei coisas menos importantes para depois, embora Jhulie insistisse que os mínimos detalhes eram essenciais. Me recusei a discutir coisas como cor e textura dos guardanapos, tecido do forro das cadeiras e tamanho dos copos que fariam parte da festa. Deixei claro que esse tipo de coisa poderia ser escolhida por Bruno, caso ele quisesse. Mas ele não parecia querer, e no final das contas, essas decisões acabaram sendo de responsabilidade das duas.
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De repente, amor
Romansa♦ De repente, amor. Bruno é um jovem homem de negócios, embora não saiba nem do que se tratam os contratos que assina. Anne é uma prostituta de luxo, que apesar de se sentir extremamente mal por isso, não encontra uma saída para mudar de vida. Como...