Anne's POV

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– E quais são as chances de erro? - Ele perguntou, realmente interessado. 

– Muito baixas. - O dr. Carlos pontuou. 

– Ótimo. Pode pedir junto com os outros exames então. - Bruno finalizou a questão, com seu mais novo ar de "chefe de família". 

O médico consentiu, anotando tudo em vários papéis. 

– Bom, Ninha. Quero fazer alguns exames simples com você agora. Pode tirar suas roupas e colocar o roupão no banheir... 

– Como? - Bruno interveio, e eu podia jurar que estava a ponto de agredi-lo fisicamente caso ele não parasse com aquele ciúme exagerado e desnecessário. O dr. Carlos parecia confuso. 

– Eu tenho que fazer alguns exames nela... - Ele começou. 

– E ela precisa tirar a roupa pra isso? - Bruno perguntou, mas pelo menos seu tom de voz não era rude. Ele sabia ser educado, mesmo puto.

– Bom, eu tenho que checar se há algum nódulo... 

– E ela precisa tirar a roupa pra isso? - Ele repetiu. 

– .Bruno? - Chamei-o, um pouco inquisitora. 

– Está tudo bem. - O dr. Carlos riu e olhou para. Bruno, como se estivesse pedindo permissão para fazer alguma coisa - Mas gostaria de pelo menos checar os lugares mais importantes. Ela pode manter a roupa. Tudo bem? 

Como ele iria tocar em mim, e isso não tinha nada a ver com nenhum outro corpo, me achei no direito de responder. 

– Tudo bem. - Respondi, já levantando e caminhando para a outra sala, onde ficava a cama para exames e equipamentos específicos. O dr. Carlos surgiu logo atrás de mim, me ajudando a subir até a cama alta e me deitando lá. 

Naturalmente, Bruno já estava ali, assistindo tudo com os braços cruzados afastado de nós, ainda na porta. O médico apalpou meu pescoço com cuidado, à procura de nódulos, e simplesmente foi fazendo isso em muitas articulações e quase todas as juntas do meu corpo, se prolongando nos seios, debaixo dos braços e na área da virilha. Por vezes, eu olhava para .Bruno, que parecia em cólicas, mas ainda assim acompanhava o movimento das mãos dele no meu corpo com um traço de preocupação, como se estivesse atento a qualquer reação estranha do médico. 

– Tudo bem. - Ele finalmente falou, me ajudando a levantar. - Você parece ótima. Mas quero que o seu ginecologista faça um exame apurado em você. Vamos acompanhar isso direito. 

– Claro. - Concordei, ficando de pé e seguindo outra vez para o escritório, com Bruno e o dr. Carlos atrás de mim. O resto da consulta foi preenchido com explicações do médico relacionadas à minha alimentação, dando ênfase nos alimentos que eu deveria evitar. Além disso, fui informada do que poderia ou não poderia fazer, além da frequência com a qual eu deveria manter as visitas ao obstetra, e alguns exercícios físicos aconselhados e os proibidos. 

– Conforme você for ficando maior - Ele começou, rindo -, eu vou ficando mais chato com a gravidez. Ok? 

Não sei por que demorei tanto para me lembrar de um pequeno detalhe, até então completamente ignorado não só por mim, como também por Bruno e até mesmo por Duda. 

– Nós vamos viajar. - Falei, sem me preocupar se aquela informação parecia repentina ou fora de contexto - Vamos nos mudar... Pra Londres. 

Encarei Bruno, perguntando-o silenciosamente porque ele não havia lembrado aquilo. Ele me olhou distraído no início, mas quando se deu conta de que eu estava certa, suspirou audivelmente e se recostou na cadeira. 

De repente, amorOnde histórias criam vida. Descubra agora