Inconscientemente, tirei a mão esquerda, que apoiava meu corpo no colchão, e deslizei para dentro do seu robe, fazendo movimentos circulares em uma de suas coxas.
— Quero... — falei, tentando conter um mínimo de firmeza na voz, ainda respirando em seu pescoço. Protestei quando ela se afastou, levantando-se e caminhando até o banheiro. Fiquei encarando a porta, feito uma criança abandonada, mas, para minha felicidade, segundos depois ela estava de volta, trazendo um frasco de um líquido cremoso. Meu membro latejou dolorosamente com a aproximação de um desejo intenso.
Anne me girou um pouco, de forma que meus pés tocassem o chão fora da cama, como se eu estivesse perfeitamente sentado em uma cadeira. Posicionando uma perna de cada lado do meu corpo, ela sentou no meu colo, me encarando com um olhar que conseguia ser doce e provocante ao mesmo tempo. Então, certamente com o objetivo de me matar, ela desfez o nó em seu robe e o puxou para baixo, deixando-o deslizar pelas minhas pernas e cair no chão. Ainda me encarando, Anne segurou uma das minhas mãos e espremeu uma gota do conteúdo do frasco em minha palma, enquanto eu tentava controlar minha respiração.
— Passe em mim.
Ela realmente achava que eu ia conseguir passar aquela merda nela? Ela não podia achar isso. Eu mal conseguia raciocinar e parecia estar debilmente congelado, enquanto meus olhos varriam seu corpo de cima a baixo e eu tentava arquitetar um plano de como tirar todas as minhas peças de roupa em menos de um segundo e me enterrar dentro dela tão fundo que meu orgasmo viesse na primeira investida. Finalmente, ela pareceu entender que aquilo era um pouco demais para minha mente alcoolizada, então segurou firmemente minha mão e a trouxe até seu peito, espalhando ali o líquido perfumado. Como um adolescente na puberdade, quase explodi de tesão ao admirar como minhas mãos meladas deslizavam nos seios dela de uma forma hipnótica, e no momento o único medo que eu tinha era de estar, literalmente, babando.
Então meu cérebro captou aquele perfume, agora sendo espalhado por toda a extensão de seu corpo. Era incrível como aquele perfume me trazia uma lembrança tão deliciosa. A lembrança dela. Não poderia haver perfume melhor em qualquer lugar do mundo. Aquele perfume era um afrodisíaco pessoal, e eu temia que, misturado com todas aquelas doses de whisky, eu acabasse em algum tipo de limbo. Meu Deus, que saudade dela.
— Nin...
— Sim? — ela disse, ainda me encarando com aquele olhar deliciosamente inocente.
— Eu posso... Por favor... — Tentava manter um raciocínio lógico, mas era praticamente impossível. Impossível porque aquele perfume estava muito forte para me permitir pensar. Impossível porque ela estava muito perto. Impossível porque eu a queria demais.
— Você me quer? — ela falou em um tom provocativo ao pé do meu ouvido.
— Muito... — Tentei dizer, mas tudo o que consegui foi suspirar a palavra, encostando a cabeça em seu ombro.
— Você pode fazer o que quiser. Eu sou sua essa semana, lembra? — ela falou, desabotoando minha camisa. Tentei ignorar a dor aguda que senti com a adição do "essa semana" à frase. Ela era minha por essa semana, e se eu não pagasse pela próxima, ela não pertenceria mais a mim.
Com suavidade, ela me empurrou para trás, me fazendo cair de costas na cama, enquanto ela se mantinha em meu colo. Com mestria, se desfez de minha camisa e começou a desabotoar minha calça. Novamente senti uma dor aguda ao pensar que sua mestria naquilo se dava pelo fato de Anne ter tido tantas outras experiências que lhe deram praticamente perfeição no que ela devia fazer. Doía saber que eu era só mais um naquele momento, aperfeiçoando suas habilidades.
De fato, eu era só mais um. Eu havia tido essa certeza hoje, e para ser sincero, vinha tendo essa certeza há algum tempo. Lembrar disso só fez com que eu me sentisse ainda menor e mais insignificante.
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De repente, amor
Romance♦ De repente, amor. Bruno é um jovem homem de negócios, embora não saiba nem do que se tratam os contratos que assina. Anne é uma prostituta de luxo, que apesar de se sentir extremamente mal por isso, não encontra uma saída para mudar de vida. Como...