Bruno's POV

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Aquilo era muito, muito bom. Ao anular minha visão, meus outros sentidos - principalmente o tato - ficaram muito mais aguçados. A sensação da boca dela em mim parecia muito mais prazerosa, muito mais intensa. Era como se ela tivesse evoluído muito na arte de fazer aquilo, mas eu sabia que era impossível: Ela já sabia fazer aquilo de uma forma perfeita. A culpa só podia ser da venda nos meus olhos. 

– Caralh... Espera... 

– Não está bom? - Ouvi-a perguntar, afastando sua boca do meu membro.

– Está! - Falei, tentando parecer menos ofegante do que realmente estava - Mas... 

Ela voltou a me chupar, e eu não consegui continuar raciocinando. Eu queria pedir para que ela fosse mais devagar. Não queria gozar tão rápido, e não queria fazer isso na boca dela. Mas eu sequer conseguia pronunciar alguma palavra direito, e quando quase voltei a pensar de forma coerente outra vez - quando Anne parou de me chupar por alguns segundos -, me dei conta de que a trégua havia acontecido unicamente para que ela tivesse tempo de pegar a vasilha e derramar mais daquela porra daquela calda fria em mim. E então eu desisti de ser racional. Afinal, me tirar do sério era exatamente o que ela queria. Só me restava parabenizá-la por ser tão bem sucedida na sua tentativa, como ela sempre era quando queria alguma coisa. Sua boca voltou a lamber e chupar meu pau de um jeito enlouquecedoramente bom, e tudo o que fiz foi aceitá-la. Não importava de quantas formas ela ainda tentaria me deixar louco, ela sempre acabaria conseguindo. 

– Eu vou g... Amor, eu vou...

– Goza. 

E depois disso, é claro que eu gozei. Instantaneamente. Sua boca permaneceu ali, me envolvendo calmamente enquanto as últimas gotas saíam a cada latejada que meu membro dava. Meus olhos estavam doendo, tamanha era a força com que eu os mantinha fechados. Os nós dos meus dedos também pareciam duros, e imediatamente afrouxei o aperto em volta dos fios dela, com medo de que estivesse a machucando. Quando senti o colchão se mover mais uma vez, esperei por mãos atrás da minha cabeça para desatar os nós que mantinham a venda envolvida nos meus olhos, mas isso não aconteceu. Ao invés disso, tudo que senti foram seus lábios me dando selinhos simples no pescoço, trilhando um caminho até minha orelha. Quando sua boca chegou ali, escutei perfeitamente o barulho que sua garganta fez ao engolir o que ela ainda mantinha na boca propositalmente. Como se fosse refrigerante. 

– Você vai me matar... - Falei com uma voz fraca, ainda muito abalado pelo orgasmo recente. 

– Eu não faria isso. - Ela respondeu, ainda ao pé do meu ouvido - Eu sei até onde posso brincar com você. 

Senti a venda ser puxada de maneira delicada do meu rosto, apenas para revelar Anne ali, na minha frente, me encarando com aqueles olhos brilhantes e aquele sorriso inocente nos lábios. 

Virei a cabeça instintivamente para o lado à procura da vasilha, e ao notar que ainda havia um pouco do líquido gelado lá dentro, sorri maliciosamente para ela outra vez. 

– Minha vez. - Falei, me sentindo o dono da situação pela primeira vez naquele dia. Sem dar a ela tempo para responder qualquer coisa inteligente, tomei-a em um beijo talvez um pouco efusivo demais. A barriga estava atrapalhando a nossa proximidade, e por isso nos virei com cuidado na cama, mantendo-a agora deitada no colchão, no mesmo lugar em que eu estava antes. 

– Mas é o seu aniversário... É você que tem que receber toda a atenção... - Ela começou entre um beijo e outro, tentando falar mas sendo impedida pela minha boca. Segurei a vasilha de qualquer jeito e despejei aos poucos algumas gotas de chocolate no peito dela. Ela tremeu em resposta à temperatura do líquido, mas se aquilo a estava deixando tão excitada quanto me deixou, eu sabia que o desconforto com o frio seria o menor dos problemas. 

De repente, amorOnde histórias criam vida. Descubra agora