Anne's POV

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O tapete pelo qual eu passei não era vermelho, mas sim branco. O caminho era limitado por arranjos de bambus ocos de altura média, que serviam como vasos rústicos para flores brancas. Eles ficavam ao lado de cada banco, e pela matemática rápida que fiz mentalmente, havia seis ou sete fileiras deles. No outro lado do jardim, perto do chafariz, algumas mesas redondas e grandes estavam espalhadas, enquanto os convidados - quase todos desconhecidos para mim - conversavam animadamente, alguns de pé, outros sentados e mais alguns dançando ao som de uma banda de três ou quatro homens a um canto. 

Começava a anoitecer, e o jardim já estava iluminado pelos vários pontos de luz espalhados aqui e ali. Reconheci de longe Arthur e Julia dançando juntos, como se fossem do mesmo tamanho. Michael acompanhava Duda com Emily no colo enquanto sua mulher conversava com Robert. Hérica falava com algumas mulheres e Jhulie estava comendo qualquer coisa sentada a uma das mesas, com Diego ao seu lado. E Bruno havia sumido. 

Foi quando encarei minha aliança com um sorriso bobo no rosto que senti um casaco branco e fofo cobrir meus ombros e um abraço envolver a minha cintura por trás. 

– Você está um sonho. - Ele falou baixinho perto da minha orelha, respirando com força contra ela para que eu me arrepiasse - Um sonho muito cheiroso. 

– Meu marido deixou um chupão no meu pescoço. Eu tive que passar um creme. 

– Seu marido estava bêbado, tenho certeza que ele não fez por mal. Além do mais, deve ser muito difícil se controlar perto de você.

– Bom, espero que ele pelo menos consiga se controlar em público. - Falei, me virando para ele e deixando claro que o volume nas suas calças não havia passado desapercebido - Acho que me casei com um adolescente de 16 anos. 

Ele continuou me olhando em silêncio, prendendo o casaco branco nos meus ombros. 

– Acho que você é mesmo a coisa mais linda que eu já vi. - Ele disse com uma voz sexy, passando o indicador pela linha do meu queixo.

– Acho que você ainda não se olhou no espelho. 

Ele gargalhou alto, como se eu tivesse acabado de contar uma piada realmente boa.

– Você é engraçada. - Ele finalmente disse, me ajudando a vestir o casaco. Quando estava enfim agasalhada, prendi meus dedos nos fios da sua nuca e o beijei sem nenhum aviso. Não era um beijo sensual, mas sim gentil, suave. Ou, ao menos, essa era a minha intenção antes de Bruno começar a me agarrar de uma forma um pouco inapropriada. 

– Vai ser realmente bonito se um dos fotógrafos registrarem esse momento. - Debochei contra a sua boca, tentando segurar seus braços.

– Ainda bem que não foi a mamãe que veio chamar vocês aqui. - Arthur disse, saindo de trás de um arbusto e rindo feito uma criança - Ela ficaria constrangida. 

– Arthur, você vai ser SEMPRE o meu empata-foda? - Bruno falou meio puto. 

– Ei, só vim chamar vocês pra algumas fotos. Podem voltar pro matinho depois. 

– Não vamos voltar. - Falei de forma divertida - Não quero que minha noite de núpcias aconteça no fundo do jardim dos pais de vocês. Vamos. 

Puxei-o pela mão mas ele continuou parado. 

– Preciso de um tempinho aqui. - Ele se explicou, colocando a mão nos bolsos. 

– Vamos, Anninha. Meu irmão tem que desarmar a barraca. 

Depois de algum tempo, Bruno se juntou a nós outra vez. Recebemos mais desejos de felicidade de mais pessoas, todos me elogiando e o parabenizando pela "sorte de casar com uma moça tão bonita". Imaginei que grande parte daquelas pessoas fossem executivos que ele já conhecia por serem amigos de seu pai, e outros deviam ser apenas amigos de longa data. 

De repente, amorOnde histórias criam vida. Descubra agora