Ainda brincando com seus dedos em mim, ele se forçou contra o meu corpo unicamente com o propósito de mostrar o quão excitado estava. Joguei minha mão livre para trás, agarrando-o e o apertando mais contra mim.
– Peça ao seu noivo pra não se atrasar! Ele sabe onde é. Esperamos vocês lá. - Ela falou, desligando logo em seguida.
Atirei o celular em qualquer lugar e me virei para ele, segurando-o pela gola da camisa.
– Em quanto tempo temos que sair? - Ele perguntou de maneira provocante, como se meu corpo não estivesse completamente em chamas e como se ele não estivesse perfeitamente ciente disso.
– Depende. Em quanto tempo você consegue me comer? - Respondi, já empurrando-o para o sofá. Ele sorriu daquela maneira diabólica e linda que só ele sabia fazer, me puxando para si em um beijo furioso e nos deixando cair nas almofadas.
Uma hora depois, já pronta e esperando Bruno terminar de se arrumar, sentada na ponta da cama, fui tirada dos meus devaneios por braços fortes em volta da minha cintura, uma boca quente no meu pescoço e uma mistura maravilhosa de perfume, shampoo e pasta de dente. Pisquei algumas vezes ao voltar para a realidade, parando de encarar meu anel enquanto pensava em coisas desagradáveis.
– Já se arrependeu? - Ele brincou, mordendo o lóbulo da minha orelha.
– Se você está esperando por isso, pode esquecer. - Falei, sorrindo de volta, embora não estivesse completamente confortável. E ele reparou nisso.
– O que houve?
Me virei em seus braços para encará-lo de frente, tentando parecer casual.
– Sobre o que aquele rapaz queria falar com você na festa do seu pai?
Ele piscou algumas vezes, segurando uma das minhas mãos. Desejei, por tudo quanto fosse mais sagrado, que ele não mentisse.
– Por que você é tão curiosa? - Ele perguntou, sorrindo vagamente.
– Só sou curiosa quando minha intuição me manda ser. Me diz... O que ele queria?
Bruno suspirou, segurando agora minhas duas mãos nas suas.
– Ele queria me dar um recado. Da Lauren.
Ouvir aquele nome saindo da boca dele fez com que meu peito repentinamente doesse. Eu não sabia dizer se Bruno havia notado o quanto aquilo me afetou, mas no segundo seguinte ele já estava explicando tudo:
– Ele é primo dela... Eu a conheci por ele, já que sempre fomos amigos... Mas isso não interessa.
– Qual era o recado? - Perguntei, e desejei profundamente que ele largasse minhas mãos. Bruno estava calmo, quase indiferente, e por isso mesmo o frio e o tremor nas minhas mãos se tornavam óbvios contra as mãos firmes dele.
– Que ela estava sozinha. E que se arrependeu de ter me deixado. E que queria tentar outra vez comigo...
Eu já sabia de tudo aquilo, e achei que fosse o suficiente para não perder a calma. Mas estava enganada: Quando Bruno parou de falar, apenas para respirar, notei que estava incrivelmente nervosa, enjoada e, além de tudo, chorando.
– O que você respondeu?
– Eu te pedi em casamento. O que você acha que eu respondi? - Ele completou, secando uma lágrima, com um sorriso simples no rosto. Continuei imóvel e muda, querendo ouvir tudo da boca dele.
– Eu disse a ele pra mandar Lauren me esquecer. Porque ela já não existe mais pra mim. Deixou de existir desde que te conheci. E pedi pra ele dizer a ela que eu nunca estive tão feliz como agora, porque encontrei alguém que realmente vale a pena. Alguém muito mais interessante, muito mais decente e muito melhor do que ela, em todos os aspectos. Alguém que virou o meu vício, muito mais poderoso e tentador do que ela jamais poderia ter sequer pensado em ser. Alguém que me faz muito, muito mais feliz do que ela um dia foi capaz de fazer.
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De repente, amor
Romance♦ De repente, amor. Bruno é um jovem homem de negócios, embora não saiba nem do que se tratam os contratos que assina. Anne é uma prostituta de luxo, que apesar de se sentir extremamente mal por isso, não encontra uma saída para mudar de vida. Como...