Anne's POV

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Encontrei um vaso e o enchi de água, colocando as flores nele. Quando ia sair para guardar meu desenho em algum lugar - e procurar por Bruno -, o telefone tocou.

– Alô? 

– Oi, querida! Feliz aniversário! Que você seja muito feliz! 

– Oi, Hérica! Muito obrigada! 

– Daqui a pouco estamos aí pra te dar um beijo pessoalmente! 

– Ah... Sim! Claro! É que eu acordei um pouco tarde, então talvez o almoço demore um pouquinho... - Comecei a correr pela cozinha, pegando algumas travessas na esperança de ajudar o trabalho de Emma a andar mais rápido. Ela bateu com uma colher na minha mão como se eu estivesse sendo mal educada. 

– Ah, eu posso ajudar vocês...

– Nem pensar! Você não vem pra comemoração do meu aniversário pra ajudar a arrumar as coisas! Onde já se viu?

Valentina entrou outra vez na cozinha saltitando com Babalu no colo. Aparentemente, as duas tinham feito as pazes. 

– Mãe!

– E qual o problema? Você sabe que eu gosto de ajudar... 

– Mãe!

– Pera um pouquinho, amor. - Falei carinhosamente para minha filha - Hérica, não precisa. Emma e eu damos conta do recado. 

– "Você" uma ova! - Emma replicou.

– Mãe! Babalu começou a pular nas minhas pernas de novo. 

– Valentina, sua cachorra tem molas nas patas? 

– Ok, ok. Eu levo a sobremesa então. - Hérica falou pacientemente - E não se preocupe se o almoço atrasar. 

– Mãe! 

– Ok, Hérica, obrigada mesmo! Um beijo!

– Mãe! 

Desliguei o telefone, virando para Valentina logo em seguida e cutucando-a da maneira mais insuportável a cada palavra: 

– Oi. Oi. Oi. Oi. Oi. 

Ela riu. 

– Viu como é chato? - Perguntei, colocando o telefone no lugar.

– É que você não me respondia... 

– Eu estava falando com a vovó no telefone. Agora pode falar. 

– É que o papai chegou. Ele pediu pra chamar você lá no jardim.

– Por quê? 

– O seu presente tá lá. 

Considerei sua resposta por algum tempo. 

– E por que ele não traz aqui? - Perguntei.

– Porque não cabe. - Ela riu. 

Congelei. 

– Oh-oh... - Emma soltou. 

Puta que pariu, Bruno...

– Vem! - Ela falou, agarrando minha mão e me puxando para fora. Segui com ela para o hall, já traçando planos de como castigar Bruno pelo que quer que ele tenha feito. Qualquer coisa grande o suficiente para não caber dentro daquela cozinha enorme o classificava como "culpado". 

Quando chegamos no jardim, fechei os olhos lentamente e respirei fundo. Valentina soltou a minha mão e saiu correndo para o Mini Cooper preto estacionado na frente da garagem, com as portas abertas.

De repente, amorOnde histórias criam vida. Descubra agora