Bruno 6

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Porque aquele tipo de situação era banal, mas por algum motivo que eu não sabia explicar, não conseguia ver nada de banal no que estava acontecendo naquele momento.

Senti o colchão embaixo do meu corpo afundar levemente, e então, pela segunda vez na noite, pulei de surpresa quando senti Anne beijar minha barriga.

Com delicadeza, ela foi subindo sua boca lentamente pelo meu tronco, até depositar beijos suaves no meu pescoço. Arfei ao sentir seu corpo completamente despido sobre o meu.
– Deus...

Aquilo estava exigindo demais do meu auto-controle, e a pior parte era que ela sequer havia me tocado ainda. Eu mal conseguia me conter enquanto ela me provocava com leves mordidinhas na minha mandíbula, migrando para meu pescoço e minha orelha, voltando para meu peito e descendo obscenamente de volta para minha barriga.

Com casualidade, ela abriu o único botão que permanecia preso na minha calça, movendo para baixo o zíper e retirando-a de mim juntamente com a cueca.
Eu não ousava me mexer, com medo de que no momento em que resolvesse tocá-la, minha calma, já abalada, fosse por água abaixo.

– Onde está? - Ela perguntou no meio da escuridão.
– Bolso esquerdo... - Respondi, mantendo os olhos fechados com muita força, mesmo sabendo que se eu os abrisse não conseguiria ver quase nada.

Perguntei a mim mesmo o motivo de tentar manter a calma e o controle, já que, inevitavelmente, em algum momento daquela noite tudo iria às favas e nós faríamos o que eu sabia que faríamos.
O pensamento de que não precisava continuar freando a mim mesmo deixou-me subitamente alegre, mas meu lado racional insistia em dizer que, durante toda aquela noite, a cautela era extremamente necessária.

Era necessária porque eu sabia da urgência que meu corpo tinha. Era patético, mas naquele momento eu a desejava com todo o meu ser, e sabia que ela estava frágil, para dizer o mínimo. Sabia que se não fosse cuidadoso, acabaria machucando-a mais.
E pior: Sabia que se não tomasse cuidado, acabaria me entregando a tudo, absolutamente tudo naquela mulher.

Senti Anne largar a calça que mantinha nas mãos, na busca frenética pelo preservativo. Já esperava pelo ruído baixo da embalagem sendo rasgada, mas isso não aconteceu.
– P-p-putaquepariu!

Não consegui conter o palavrão ao sentir a ponta da sua língua passar timidamente pela cabeça do meu membro, agora tão absurdamente firme que chagava a doer. Como se ela soubesse disso, começou a lambê-lo com muita suavidade sem usar os dentes. Depois de algum tempo, quando meu corpo já estava acostumado com seu toque, ela finalmente me tomou na boca de uma só vez, apenas deixando com que, novamente, meu membro se acostumasse com o calor e a maciez do que agora o envolvia.

Eu tremia violentamente, na tentativa desesperada de não explodir ali mesmo, mandar a cautela pro inferno e tomá-la com toda a força que me era possível. Finquei meus dedos no colchão macio da cama, procurando ao mesmo tempo me estabilizar e manter minhas mãos ocupadas.

Não funcionou.
Na terceira subida que sua boca fez em mim minhas mãos migraram com rapidez para sua cabeça, meus dedos entrelaçados em seus cabelos, reforçando o movimento de vai-e-vem que ela fazia.

Eu expirava com força, tentando disfarçar a angústia em meus gemidos. Meus olhos rolavam para dentro, e eu não conseguia ter um pensamento coerente sequer.
Seus movimentos agora começavam a ficar mais firmes. Ela apertava os lábios em volta do meu corpo, e quando chegava à ponta intensificava a força que fazia com a língua, chupando com vontade a parte mais sensível ali, para só então voltar a colocar meu pau quase que inteiramente dentro da boca outra vez.

– Aaahhhh... Eu... Eu vou gozar! Merda!

Não demorou nem cinco segundos.
Enquanto voltava do transe, começando a ouvir novamente o som da minha própria respiração ofegante na escuridão, senti a boca de Anne ainda me envolvendo, verificando se todo o sêmen já havia sido engolido antes de poder tirá-la dali.

De repente, amorOnde histórias criam vida. Descubra agora