– Posso ajudar em alguma coisa?
– Não precisa, meu bem. Está tudo praticamente pronto.
– Tem certeza? Nenhum detalhe...
– Mãe, Ninha sabe fazer uma sobremesa espetacular. - Bruno me interrompeu, e eu corei.
– Realmente, não precisa ter trabalho à toa, querida.
– Não é trabalho! - Falei de uma vez - Eu gosto de cozinhar.
– Porra, vocês se merecem. - Arthur disse, levantando da cadeira e indo para a sala.
Hérica pegou os ingredientes que eu precisava e então repeti a receita preparada no dia anterior, no apartamento de Bruno.
Robert pediu licença para se retirar, indo se juntar a Arthur na grande sala de estar. Hérica parecia muito interessada no modo de preparo da minha sobremesa, então expliquei tudo nos mínimos detalhes para que ela decorasse. Quando o forno apitou com um dos pratos da ceia dentro, ela se afastou de mim.
Eu estava esfarelando os suspiros quando senti a respiração leve no meu pescoço.
– Vou conversar com meu pai sobre alguns assuntos relacionados à empresa. Vai ficar bem aqui?
– Vou. - Suspirei, já sentindo a pele de meu pescoço arrepiada pela aproximação.
Ele também sentiu, e no momento seguinte beijou suavemente o lugar arrepiado, se afastando em seguida e me deixando sozinha na cozinha com Hérica.
Não demorou muito até que Jhulie chegasse outra vez, agora vestindo um vestido azul curto e com babados combinando com sandálias muito delicadas. Ela toda lembrava uma borboleta.
– Jhulie, você tem algo pra dizer? - Hérica perguntou de forma simples, enquanto regava o pernil com molho de abacaxi.
– Mãe, essa sua percepção exagerada estraga com todas as minhas surpresas.
– Bom, não precisa falar agora. Só queria saber se realmente tinha alguma coisa.
– Você sabe que tem.
Observei as duas conversarem, e me perguntei se Hérica e Jhulie tinham algum tipo de comunicação por telepatia.
Minha sobremesa foi levada à geladeira, e então fui ajudar Jhulie com os talheres, copos e pratos. Ela foi organizando a grande mesa da sala de jantar de um lado enquanto eu a imitava do outro. Depois que todos os magníficos pratos enfeitavam toda a extensão da mesa, Hérica foi informar ao resto dos Coolin que a ceia de Natal estava pronta, e segundos depois todos já estavam se sentando em seus lugares.
Me sentei na frente de Bruno, nos assentos posicionados no meio da mesa. O jantar foi tranquilo e divertido, sendo recheado por vários contos de Arthur sobre assuntos aleatórios. A cada palavrão, Hérica o repreendia. Jhulie o chamava de troglodita e Bruno só ria. Todos pareceram gostar da minha sobremesa, e no final tive que recitar a receita também para Jhulie. A família conversava entre si, então fiquei sabendo um pouco sobre cada um dos membros Coolin.
Robert era o poderoso chefão. As empresas espalhadas pelo mundo eram dele, e talvez fosse isso que ajudava a dar aquele ar de poder a ele. Construiu sua família com Hérica nos Estados Unidos, e quando todos já estavam criados e bem de vida, decidiu se mudar para a Inglaterra. Arthur se mudou para a Alemanha, ficando responsável pela principal filial da empresa de seu pai por lá. Jhulie havia conhecido Diego ainda nos Estados Unidos quando tinha dezoito anos, e dois anos depois, ao se casar com ele, se mudou para o país de origem do marido, desempenhando na França o mesmo papel que Arthur. Bruno, como eu já sabia, havia ficado por Los Angeles. Hérica era a dona de casa que tinha que lidar com a pressão de ser a sra. Coolin, mesmo sem entender absolutamente nada de publicidade.
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De repente, amor
Romantizm♦ De repente, amor. Bruno é um jovem homem de negócios, embora não saiba nem do que se tratam os contratos que assina. Anne é uma prostituta de luxo, que apesar de se sentir extremamente mal por isso, não encontra uma saída para mudar de vida. Como...