Syd Barrett #3

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Agora, estou atendendo ao pedido da amarilis_Rose eee espero que gostee <3 <3 <3

✨ 𝐓𝐡𝐞 𝐘𝐞𝐚𝐫 𝐎𝐟 𝐎𝐮𝐫 𝐋𝐢𝐯𝐞𝐬 ✨

31 de Dezembro, 1967

Aquele era, com toda a certeza, o fim de ano mais frio que S/N já havia presenciado em seus 20 anos de vida. Ela observava com preocupação enquanto a neve furiosa e o vendaval se espalhavam pela noite escura e faziam o vidro da janela pelo qual a moça olhava através ranger.

A mulher estava apreensiva porque ela e o noivo, Syd, haviam combinado de passar a virada com seus amigos, mas, devido a tempestade de neve, ela estava começando a pensar que não conseguiriam participar da festa.

Na verdade, ela até tinha falado que, apesar da tempestade, eles podiam tentar ir. Mas o homem, como ela já esperava, disse que não era uma boa ideia eles saírem no meio daquela nevasca com ela grávida daquele jeito.

Sim, S/N já estava entrando em seu oitavo mês de gravidez. Estava mais difícil para se locomover, os mal-estares estavam mais frequentes... Syd usou como argumento que, se ela começasse a passar mal fora de casa, ficaria muito difícil voltar com as estradas cheias de neve.

A mulher respondeu que estava bem e que na festa de Natal não havia passado mal, mas, diferente daquela noite, não estava aquela tempestade de neve louca no dia 25. Então, ela acabou concordando com o namorado. Se, por ventura, a tempestade diminuísse, ela ia tentar persuadi-lo a irem para a festa, mas por hora, ela se encontrava parada em frente à janela de seu apartamento, assistindo aos flocos de neve furiosos despencarem do lado de fora, acariciando nervosamente a própria barriga...

Até que ela sentiu um toque suave em seu ombro, fazendo-a virar... E lá estava Syd, um sorrisinho engraçadinho estampado nos lábios e uma das mãos erguidas para cima, que, ela percebeu um momento depois, segurava um ramo de azevinho. Aquilo a fez rir de forma anasalada, cruzando os braços, olhando pra ele de forma divertida.

-- Syd, azevinho é uma parada de Natal, não tem nada a ver com ano novo... -- Ela comentou, mas o noivo continuou segurando o raminho entre os dois, com as sobrancelhas arqueadas de forma convencida.

-- Bem, Natal ou não, você conhece as regras... -- Ele respondeu, fazendo a mulher soltar mais um riso e olhar para ele de forma derretida.

-- É bom o Papai Noel não ficar sabendo disso... -- Comentou S/N, aproximando-se do homem e segurando gentilmente o rosto dele antes de beijá-lo. A mão livre dele logo a puxa pela cintura, a outra, mesmo ainda estando com o azevinho entre os dedos, ele repousa no rosto dela. Porém, por causa da enorme barriga, os corpos pareciam distantes, de forma que um certo vento frio passava entre eles.

Está aí uma coisa que a mulher sentia muita falta: sentir o corpo de Syd totalmente colado ao seu. A barriga tornava isso muito difícil, mas, em compensação, ela adorava ver o noivo todo babão alisando seu ventre.

Quando eles se soltam do beijo, os dois trocam sorrisos, ainda com as mãos um no outro.

-- Amor, encontrei algumas coisas na geladeira que podemos usar para fazer nossa própria ceia de ano novo... -- Comentou Syd, acariciando as costas de sua noiva.

-- Ah, Syd, mas, olha só... Acho que a tempestade de neve vai parar logo, aí podemos ir nos encontrar com nossos amigos... -- A mulher retrucou, virando-se de frente para a janela novamente, adquirindo um tom chateado ao perceber que, na verdade, a tempestade não parecia nem perto de parar. Syd se aproximou dela por trás e a abraçou, apoiando o queixo no ombro dela e correndo as duas mãos por sua barriga.

-- Amor, mesmo que a tempestade pare, as estradas estão todas fechadas e perigosas... -- Ele respondeu baixinho, bem perto do ouvido dela. Ele a apertou mais nos braços. -- Sei que você estava ansiosa para a festa de ano novo, mas... Podemos nos divertir só nós dois, também... Digo, três...

Ele soltou um risinho apaixonante e deu um beijo suave e gentil na área à mostra do pescoço de S/N, que sentiu um arrepio pelo toque macio dos lábios dele em sua pele.

-- Sim, Syd... Eu sei... Eu sei... -- Ela respondeu, a voz ainda soando um pouco desanimada.

-- Então, qual é o problema? -- Syd tornou a questionar. S/N, então, soltou um suspiro e se virou para ele, pegando as mãos dele nas suas.

-- Syd, meu bem, não quero que pense, de jeito nenhum, que não vou me divertir estando só com você... Muito pelo contrário, prefiro estar com você onde quer que seja do que sem você... É só que... Essa seria a última festa que eu iria antes de virar mãe, de fato... E, bem... Eu tenho medo de que, depois que o bebê nascer, eu não consiga mais sair com nossos amigos... -- A mulher espremeu um pouco os lábios, indicando sua angústia. Syd apertou as mãos dela.

-- Oh, querida... Claro que não! Quer dizer, talvez fique um pouco difícil no começo... Mas, isso não quer dizer que você vai deixar totalmente de ter uma vida social... Com o tempo, vamos conseguir conciliar as duas coisas, você vai ver!

-- Sim, sim, concordo com você! Eu só... Tenho medo de ficar chata depois de virar mãe... -- Ela comentou, sentindo vontade de chorar, apertando mais os lábios, percebendo os olhos encherem-se de lágrimas. -- Tão chata que nossos amigos não vão mais querer saber de mim!

Syd não aguentou e começou a rir, a abraçando apertado, deixando-a chorar em sua blusa enquanto ele acariciava-lhe os cabelos. Ele havia se acostumado com a sensibilidade extrema da mulher durante a gravidez. Na verdade, em certas ocasiões - na maioria -, acabava sendo fofo.

-- Meu amor, claro que não, oh meu Deus... Tenho certeza que você continuará a mesma, nossos amigos continuarão te amando, única diferença é que você vai ser mãe e, posso dizer uma coisa? -- O músico perguntou de forma suave, sentindo ela assentir ainda com a cabeça encostada em seu peito. -- Isso só vai te tornar mais incrível do que já é!

-- Oh, Syd... -- S/N olhou para ele, as lágrimas ainda correndo. -- É que... Eu vou ser a primeira a ser mãe no nosso círculo de amizade... E tenho medo de que isso talvez possa me afastar deles...

-- Eu já acho o contrário... -- Syd sorriu para ela, fazendo carinho na bochecha dela com o polegar. -- Porque, pensa só... Nós seremos os primeiros ali a ser pais, certo? Mas, ao mesmo tempo, sabemos que, muito provavelmente, não vai demorar para que nossos amigos tenham filhos também... Então, quando isso acontecer, pra quem é que eles vão pedir dicas sobre maternidade? Você, claro! E, se tem alguém nesse mundo que saberá as melhores dicas sobre ser mãe, esse alguém é você!

S/N sorriu para ele, emocionada. Ela deu uma fungadinha.

-- Você acha?

-- Tenho certeza! -- Syd respondeu, segurando o rosto dela agora com as duas mãos, limpando algumas lágrimas insistentes. -- Por isso, pare de se preocupar, ok? Nós temos muito o que comemorar esse ano novo...

-- Você tem razão... -- Respondeu S/N antes de ter seus lábios roubados pelos de Syd.

Depois disso, os dois - três - organizaram uma pequena ceia com tudo que tinha na geladeira das sobras do Natal, encheram duas taças com suco de uva e fizeram a comemoração particular deles. Colocaram vários discos para tocar no decorrer da noite, dançaram juntos, conversaram, se divertiram, riram e choraram juntos...

E então, chegou a hora da virada. Com um brinde em frente à janela da sala, com a neve caindo de fundo de forma impiedosa, os dois trocaram um beijo apaixonado e cheio de esperança, a mão de S/N pressionando a de Syd contra o próprio vente, onde era possível sentir uma breve movimentação.

O ano de 1968 chegou, e o casal sabia que aquele seria um dos mais importantes de suas vidas e que, naquele momento, eles só tinham o que comemorar.


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Mais um imagine saindo do forno para vocês!! Espero que estejam gostando!! É isso, beijão <3 <3 <3

Too much, an imagine book! (Livro de Imagines - Astros do Rock)Onde histórias criam vida. Descubra agora