Jim Morrison #3

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Atendendo aqui ao pedido da anniemattos_ e da Beetle04 aqui!! Espero que gosteeem!!

✨ 𝐅𝐚𝐥𝐥𝐢𝐧𝐠 𝐅𝐨𝐫 𝐘𝐨𝐮 ✨

Era outono de 1969. Assim que o marido saiu de casa pela manhã, S/N percebeu que ele havia esquecido - muito provavelmente propositalmente - o saco com o almoço dele. Com certeza era mais uma desculpa para que ele não comesse e trabalhasse incessantemente na produção do novo disco do The Doors.

S/N balançou a cabeça estalando a língua. Aquilo não ia ficar assim, ela iria até o estúdio durante o horário de almoço dela e levaria para Jim o almoço dele, assim, ele não teria para onde correr!

Portanto, durante o intervalo da hora do almoço, a mulher, que trabalhava como professora de Artes, colocou o plano dela em prática. A escola em que dava aulas ficava bem próxima do estúdio do marido, por isso, ela decidiu ir à pé. Precisava aproveitar qualquer oportunidade de fazer exercícios, agora que era mãe e não tinha mais tempo livre para se dedicar a atividades físicas.

Além disso, o clima outonal estava extremamente agradável, era a estação predileta de S/N, que respirava profundamente o ar frio, sorrindo ao soltá-lo. Tudo ficava tão bonito no outono... O céu, as árvores... Até as construções pareciam ficar de cara nova!

S/N olhava para tudo enquanto caminhava pela rua, como se não quisesse perder nenhum detalhezinho da paisagem outonal que ela tanto amava. Acontece que ela perdeu, sim, um detalhezinho: uma pedra solta bem no meio da rua.

Sem percebê-la ali, a mulher tropeçou naquela bendita pedra e, com um susto, se desiquilibrou. Tentou jogar o corpo para frente pra recuperar o ponto de apoio, mas, como estava em uma rua íngreme que descia, aquilo só serviu para que ela fosse com tudo para o chão. Se apoiou nos cotovelos e foi se arrastando pelo asfalto. O saco de almoço do marido amassou-se inteiro e, além do sangue que brotou das partes do corpo que S/N havia ralado, a mulher sujou toda sua roupa com molho de macarrão.

Para o azar - ou sorte - da moça, não havia viva alma descendo aquela mesma rua e ninguém viu o tombo que ela levou. Grunhindo de dor, ela se levantou, sentindo-se dolorida por inteiro. Ainda estava meio em choque por conta do susto, mas, aos poucos, foi se situando. Bateu as mãos pela saia riscada que usava, limpando-a das pedrinhas do asfalto, e viu que havia rasgado sua meia calça sobre os dois joelhos que, agora, encontravam-se ensanguentados. Praguejou ao ver a mancha vermelha de macarrão em sua camisa de babados branquinha e permitiu-se suspirar aliviada ao ver que, pelo menos, a manga de seu terninho de tweed havia se salvado, apesar da dor que estava sentindo em ambos os cotovelos. Apesar de não terem se ralado, ela sabia que dali a pouco estariam roxos. Para finalizar, S/N percebeu que havia ferido a palma de uma das mãos, onde uma pedrinha pontuda do asfalto havia se enfiado.

-- Que ótimo... -- Ela falou com sarcasmo, sentindo seus machucados arderem, franzindo a testa numa careta.

Apesar de não ter mais o motivo de ir até o estúdio do The Doors levar o almoço de Jim - já que este se encontrava parte esparramado pelo chão, parte espalhado pela roupa de S/N -, a professora decidiu que tal destino estava mais próximo que a escola em que trabalhava, além de que, talvez fosse menos vergonhoso aparecer dessa forma diante do marido e dos amigos de longa data do que ser vista por inúmeras crianças, adolescentes e colegas de trabalho sérios. Portanto, sem pestanejar, ela se recompôs para terminar de caminhar o que faltava para chegar ao estúdio.

Estava mancando, claro, mal aguentava firmar a perna no chão sem sentir uma fisgada de dor. Apesar disso, não demorou para que a moça chegasse diante da imponente construção na qual Jim se encontrava, gravando um novo disco. Ela cumprimentou o porteiro que, ao ouvir a voz conhecida de S/N, nem sequer ergueu o rosto da revista que estava lendo e apenas a cumprimentou com um "oi" desinteressado. É bom que nenhum ladrão tente assaltar esse prédio hoje, pensou S/N com sarcasmo, se arrastando até as escadas. Respirou fundo para criar coragem e começou a subir os degraus, segurando com a mão boa no corrimão, ajudando com esta a dar impulso para cima.

Too much, an imagine book! (Livro de Imagines - Astros do Rock)Onde histórias criam vida. Descubra agora