C A P Í T U L O 174

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•Para uma melhor experiência deste capítulo, ouça Material Girls.

SAMANTHA PRICE

     Estou fazendo uma pesquisa para um trabalho da escola, na biblioteca que também fica na escola. O lugar é simplesmente enorme. Tem dois andares, sendo o primeiro com o maior espaço disponível com mesas e sofás para os alunos sentarem e "estudar" – passamos mais tempo fazendo nada, do que de fato estudando. A construção lembra um galpão, mas é feito de concreto.

     O trabalho é da aula de história americana, e é sobre a Guerra da Secessão. Estou procurando livros que falem sobre a matéria. O corredor em que estou está vazio, e toda a biblioteca está bem quietinha, mas mesmo assim não escuto quando alguém se aproxima de mim...

     — Sam! — Christian exclama num sussurro, e isso me assusta ao ponto de deixar um livro bem grosso cair no chão.

     Alguém lá embaixo murmura um "shhh", e eu escuto porque a biblioteca é mesmo muito, muito silenciosa.

     Me agacho para pegar o livro caído no chão.

     — Você quer que eu tenha um treco?! — Brigo com Christian, mas baixinho.
     — Merda, desculpa. — Ele se aproxima, mantendo os braços atrás do corpo o tempo todo. — Eu não achei que fosse assustar você.
     — Mas assustou! — Bufo com irritação, esperando que meu coração pare de bater forte.
     — Desculpe, linda.

    Christian estica o pescoço para baixo, e toca a boca na minha bochecha para um beijo demorado de desculpas. Só por isso deixo de estar brava com ele.

     — Como você me achou aqui em cima? — Pergunto enquanto ponho o livro de volta na estante. Não era o que eu estava procurando mesmo. — Nem disse onde eu estava.
     — Mas disse para Beth. E a Beth disse pra mim, e agora eu estou aqui. — Christian abre um sorrisão que diz "estou aprontando".
     — Tá, e o que você quer?
     — Meu Deus, está de mau humor? — Ele faz uma careta exagerada.
     — Digamos que não tem como ficar feliz depois de levar um susto da porra.
      — Já pedi desculpas.

     Sem avisar saio andando para dar a volta na estante. Christian vem na minha cola, parando junto comigo, e girando o corpo para ficar de frente para mim.

     — Vai minha linda, não foi minha intenção. — Ele murmura num tom aveludado e sedutor.

     Estou mexendo na estante sem olhar para ele, me fazendo de difícil, mas dentro de mim várias coisas acontecem quando Christian desliza minha mão pelo pescoço. Os dedos dele cravam no meu cabelo, e seu polegar acaricia minha bochecha.

     — Desculpa? — Pede outra vez

     O olho de canto. Está tão perto, que preciso até levantar discretamente a cabeça, porque Christian tem 1,80 de altura, não dá pra ficar cara a cara olhando reto. Há um brilho intenso em seus castanhos esverdeados, e um sorriso leve e pequeno, porém extremamente sexy, preso em seus lábios tentadores.

     Engulo em seco, curvando parcialmente a cabeça para trás.

     — Tudo bem. — Sussurro, sorrindo em seguida. — Já entendi. Agora já pode parar de invadir meu círculo de privacidade, por favor? Tá me deixando claustrofóbica.
     — Como se você tivesse claustrofobia. — Christian ri soprado, fazendo um som mais ou menos parecido com "pft".
     — Diz logo o que você veio fazer aqui em cima. — Balanço de leve a cabeça, voltando a mexer na estante enquanto Christian decide se afastar como pedido.
     — Ok. Advinha só o que eu tenho nas mãos.

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