C A P Í T U L O 139

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SAMANTHA PRICE

     Até que o vôo não durou tanto. Também, é um voo de 1h40m, no mínimo; já era de se esperar que fosse rápido.

     O avião começou a abaixar quando eu menos esperava, mesmo depois do aviso do cinto piscar incansavelmente no teto que há sobre nossas cabeças. Assim como quando levantou vôo, eu também fiquei nervosa enquanto pousava. É meio estranho, principalmente porque o avião está em uma certa velocidade, as rodas roçando no chão, e depois ele precisa simplesmente parar.

     Dever ser uma loucura e tanto ser piloto de avião.

     Quando saí de dentro do avião, minhas pernas ficaram repentinamente moles outra vez. Eu disse que andar de avião era a mesma emoção do que andar num brinquedo de um parque; bom, a sensação de descer do avião é a mesma de descer de um brinquedo.

     Consigo respirar livremente enquanto caminhamos pelo aeroporto, indo pegar nossas coisas na esteira. Beth vai quase "guiando" a gente, doida para pegar o Conde de volta. A primeira coisa que ela disse quando saiu do avião foi: eu preciso pegar meu filho de volta.

     Acontece que, o aeroporto atrasa com a entrega dos bichinhos. Beth fica puta, e quase agarra um segurança pela gola da roupa e o ameaça aos berros. Quase. Ao invés disso, ela fica andando de um lado para o outro, resmungando o tempo inteiro. Charles tenta manter ela quieta, mas a bichinha é insistente.

     Por sorte, o aeroporto corrige o atraso, e logo a caixinha de transporte do Conde está nos braços de Beth. Ela fica quase uns cinco minutos parada com ele, falando com o cachorro através das grades, e usando os dedos para brincar com ele. 

     Esperamos Charles do lado de fora, enquanto ele vai pegar o carro que alugou para Nova York. Dessa vez, Nate deixa Beth ir na janela, poupando muita briga e algazarra. Ele senta no meio, e desse jeito consigo ficar na janela também. Ainda bem, porque estou empolgadíssima para dar uma olhada em Nova York, antes de irmos para Long Island.

     Estamos no Queens, Charles disse, o que significa que não vai dar pra ver as ruas e prédios que eu queria ver – mesmo que de longe, apenas para ver se reconheço os cenários de Gossip Girl e Friends. Mas não importa, porque continua sendo interessante demais olhar para Nova York.

     EU ESTOU EM NOVA YORK, PORRA!

     Eu colocaria Empire State Of Mind para tocar no meu celular, mas eu não quero tirar os olhos da janela para absolutamente nada, nem para mexer no celular.

     O Queens é mais cinza do que eu imaginava que fosse, mas, sendo o lar do Homem Aranha, pra mim está tudo bem. Pelo menos, as roupas coloridas do cabeça de teia deixa o lugar menos cinza – nos filmes né, porque o cara não existe.

     Passo quase o caminho inteiro com a cabeça colada na janela, atenta a cada centímetro de ambiente novo. É meio estranho, levando em consideração que estou acostumada com a cidade pequena, tranquila e bem verde de Bridgton. Aqui é tudo barulhento, cheio e pouco colorido. No entanto, a paisagem começa a mudar conforme nos aproximamos mais de Hamptons. Os prédios altos vão ficando para trás, dando lugar a pequenos centros com várias lojas e pontos de ônibus, que logo somem atrás das rodovias. Aos poucos, as construções antigas e clássicas vão aparecendo. As casas ficam distantes umas das outras, todas elas tem quintais grandes e bem cuidados, árvores velhas e são cercadas por moitas aparadas ou cercas. As casas maiores provavelmente são de gente rica.

     Atravessamos uma boa quantidade de cidades que terminam com a palavra "Hampton", até enfim chegarmos a Southampton. Charles começa a dirigir mais devagar, e isso facilita para que eu observe melhor. No início, há várias lojas e lanchonetes, e aos poucos isso vai se transformando em árvores e casas históricas.

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