C A P Í T U L O 155

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•Para uma melhor experiência deste capítulo, ouça Lose Control – MEDUZA, Becky Hill, Goodboys.

CHRISTIAN ANDERSON

     Desligo o celular depois de falar com o Nate, que prometeu ir atrás da Sam pra mim. Ela está bem bêbada, e geralmente eu a acharia engraçada e divertida, mas não estou por perto para ajudá-la a não extrapolar os limites.

     — Ok. Que conversa toda foi essa? — Raven me pergunta assim que guardo o celular no bolso da calça.

     Ela está sorrindo, segurando uma risada. Eu estava sentado do seu lado o tempo inteiro enquanto falava com a Sam sobre os peitos dela – da onde ela tirou que eu prefiro peitões?

     — É só a minha namorada sendo bêbada... — Afasto a franja da testa com a mão, e sorrio de canto para a Rae.
     — E ela fala sobre peitos quando está bêbada? — Raven franze a testa, erguendo uma sobrancelha ao mesmo tempo.
     — Não... cada vez que ela fica bêbada, é um assunto aleatório diferente. — Dou uma risadinha — Mas depende do estágio embriagado em que ela estiver.
     — Como assim?
     — Tipo, no primeiro estágio, a Sam começa a beber e vai se soltando cada vez mais que o álcool entra. — Conto, com base nas vezes que tive o prazer de ver a Sam bêbada. — No segundo estágio, depois que ela se solta, ela fica muito sexy. — Sorrio soprado, pensando nela rebolando pra mim na Festa do Beijo Na Boca. — No terceiro estágio ela fica com fogo no cu, querendo transar. — Penso naquela festa de novo. — E no quarto ela ficar mais engraçada e divertida. Só vi ela alcançar um quinto estágio uma vez.

     No caso, o quinto estágio seria passar mal, quase caindo de embriaguez. Quando isso aconteceu a culpa foi da Tess, que chamou a Sam em casa sem que eu soubesse, e a fez beber tequila feito uma viciada em álcool. Depois disso, a Sam nunca mais passou mal de tanto beber, e eu nunca vou deixar isso acontecer de novo, porque é horrível.

     — E como é o quinto estágio? — Raven pergunta com curiosidade.

     Desvio o olhar dela, e bebo um gole da minha terceira garrafa de cerveja. Se eu pegar mais uma, vou ficar bêbado, o que é exatamente o que quero e preciso agora.

     — Nada demais... — Minto em seguida

     Antes da Sam me ligar, nós dois estávamos falando exatamente sobre ela. Contei um monte de coisas sobre a Sam, sobre como ela é uma artista incrível e talentosa, sobre ela ser divertida, sobre ela ser muito estressadinha. Contei como nos conhecemos, e também contei porque não chamei ela pra sair durante os últimos quatro anos. Falei sobre nosso primeiro beijo, tendo o cuidado de especificar os mínimos detalhes. Raven até riu quando eu disse que a Sam acertou meu saco com o joelho, quando tínhamos 13 anos, e que mesmo assim continuei louquinho por ela.

     Eu poderia passar a noite inteira falando sobre a Sam, e mesmo assim ainda não me enjoaria. No caso, eu seria enjoativo para as outras pessoas, aquelas que não suportam um casal brega e grudento como eu e a Sam – tentamos mudar, mas somos sim bregas e grudentos.

     — Pelo o que você me contou, sua namorada parece muito divertida. — Raven diz, bebendo sua cerveja também. — Vocês devem se dar muito bem.
     — É...nem sempre. — Dou de ombros — Como eu disse, ela é muito estressada, e tem dias que ela fica pior. Nesses dias a gente costuma brigar um pouco, mas depois ficamos bem. — Muito, muito bem, penso com malícia.
     — Acho que nenhum relacionamento é perfeito... — Raven sussurra, tão baixo que ela provavelmente não queria que eu escutasse.

     Eu olho para o lado, fazendo a gentileza de fingir que realmente não escutei. Talvez ela esteja passando por um momento difícil no relacionamento dela, e eu não quero constrange-la por isso – se quisesse me contar, já teria feito isso.

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