C A P Í T U L O 115

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SAMANTHA PRICE

     A semana passa, e eu continuo morando com minha mãe. O único problema disso, é que eu passo horas pensando sobre o que meu pai disse, que abriria um "processo" contra ela se eu não voltasse pra minha "casa se verdade". Eu não sei como isso funciona, se meu pai pode arrancar dinheiro da minha mãe só por causa de uma merda dessas, mas isso está me deixando aflita.

     Para piorar, já ouvi minha mãe discutindo com ele por telefone. Eu tenho certeza de que era ele, porque ela sempre citava meu nome, sempre dizendo "não é o que ela quer". Fora que ela disse "vai tomar no cu, Howard" mais de uma vez, em intervalos de 5 minutos de conversa por telefone.

     Também ouvi minha mãe dizer que a guarda é compartilhada, e que por isso ela tinha todo direito de decidir quanto tempo ficaria comigo. O que não é entendo, é que, se a guarda é compartilhada, por que meu pai fica dizendo que é ele quem tem minha guarda e não minha mãe? Sinceramente, isso faz meu cérebro fritar. Tento perguntar para minha mãe sobre o que tanto ela berra no telefone com meu pai, mas ela diz que não é pra de preocupar e que eu deveria deixa-la resolver sozinha. Tá, mas resolver o quê exatamente? Será que meu pai realmente vai processar minha mãe, e ela já sabe?

     O engraçado, é que nem na época do divórcio foi tão complicado assim dividir minha guarda. Eles simplesmente decidiram que seria assim, e eu não tive local de fala.

     Saindo da última aula antes do almoço, começo a pensar nessas coisas de novo. É vicioso demais pensar nos problemas. Os problemas são as novas drogas. O que é usar craque comparado com o vício de pensar diariamente em nossos problemas pessoais? Mas é sempre bom garantir uma clínica de reabilitação mais o próximo possível, e a minha é o Christian. É brega? Super hiper mega ultra brega. Mas ele me deixa sóbria da vida.

     Carrego meu lanchinho saudável comigo até a mesa de pedra no pátio, nem olhando para a mesa popular para saber se Christian está lá. Já sei que ele está me esperando na mesa de pedra, junto com Nate – tem sido assim a semana inteira.

     Eu escorrego para seu lado no banco, pondo meu pote com salada em cima da mesa. Com os ombros encostados com os de Christian, eu olho para ele e ele olha para mim, sorrindo pequeno antes de me dar um beijo.

     — Eca, eu tô aqui ainda. — Nate faz uma careta. — E não vou ficar de vela, porra.
     — Você sempre diz a mesma coisa, Nathaniel. — Suspiro

     Nisso que solto um suspiro, Christian olha para mim, ao mesmo tempo em que rouba um tomate-cereja de dentro do meu pote com salada.

     — Você está bem? — Ele pergunta — Parece...avoada.
     — É... só um pouco cansada. — Faço um esforço para sorrir para ele. — As provas de hoje estão acabando comigo.
     — Eu colei geral. — Nate se intromete — Saca só na agilidade do pai.

     Ele levanta as mangas do casaco moletom azul e da camiseta xadrez, mostrando um monte de rabiscos nós dois braços. Christian ri, e eu arqueio a sobrancelha.

     — Você vai ser pego. — Digo — Sabe disso, não é?
     — Porra nenhuma. Não joga praga. — Nate olha para Christian, e aponta um dedo acusador para mim. — Sua namorada tá implicando comigo de novo.

     Christian ri de novo, passando o braço ao redor dos meus ombros para beijar minha bochecha.

     — E eu tô adorando. Pode continuar, linda.
     — Owwwt, que bonitinho. — Nate debocha — Ele deu um apelidinho carinhoso pra a namoradinha dele. A cada dia que passa, tenho me sentido cada vez mais atraido por vocês. Não querem tentar um trisal?

All For Love ✓2Onde histórias criam vida. Descubra agora