C A P Í T U L O 47

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•Para uma melhor experiência deste capítulo, ouça Lovers – Anna of the North.

SAMANTHA PRICE

     Hum, oi. — Sorrio meio sem graça para Christian, olhando para todos os cantos de seu rosto, menos seus olhos. Eles me deixam nervosa.
     — Eu...hum...o que ta fazendo aqui? — Christian cruza os braços, e eu percebo pela primeira vez que ele está sem camisa, só com uma das várias bermudas cinzas de algodão que ele tem guardado no closet, e ainda caindo pelos quadris. Limpo a garganta depois de encarar seu abdômen por alguns segundos.
     — Vim ver a Aly.

     Christian coca a sobrancelha e olha pra trás, como se fosse encontrar a irmã descendo as escadas. Depois ele volta a olhar pra mim.

     — Na verdade, ela saiu...foi ver a Lauren, eu acho.

     Suspiro e olho ao redor, tentando focar em algo que não seja o corpo perfeito dele.

     — Ela não tava de castigo? — Pergunto retoricamente. Christian até abre a boca para responder, mas eu o interrompo e continuo falando. — Tá...merda...fala pra ela que eu passei aqui, ok? Valeu.
     — Hã..  espera! — Christian estica os braços e eu paro quando estava me virando para ir embora, o corpo meio inclinado para o lado, olhando para ele com o coração acelerado. — Você pode esperar ela, se você quiser. Quer dizer...eu tô fazendo a janta, e você pode jantar comigo enquanto esperava Aly...de novo: se você quiser. — Ele começa a se embolar com as palavras, remexendo as mãos rapidamente e as encarando intensamente. — E se Alyssa demorar demais, você pode ir embora... não sei, tipo, é só um jantar entre amigos e tals, não precisa ter pressa...e eu tô fazendo macarrão...
    
     Suspiro e o interrompo de novo.

     — Tá. — Digo

     Christian pra mim e arregala os olhos, tão surpreso quanto no momento em que abriu a porta pra mim.

     — O quê? — Seu rosto está vermelho, e sua voz suave. Sorrio ao vê-lo todo envergonhado; é fofo.

     Não é nada Samantha, cala a boca.

     — Eu janto com você. Mas só porque estou com fome. — Viro o corpo completamente em sua direção, avançando para entrar na casa. Percebo quando Christian prende o fôlego, ao abrir espaço para mim, praticamente se encostando todo na porta. — E porque é macarrão.

     Ele sorri, umidecendo os lábios.

     — Tá, porque você ama macarrão. — Christian fecha a porta e passa direto por mim, indo em direção a cozinha. Eu o sigo.
     — É, eu amo macarrão. — Fico com água na boca ao sentir o aroma da comida circulando pela cozinha, uma mistura de tempero, com carne acebolada na panela. Meu estômago chega ronca um pouco; não sabia que estava com tanta fome até agora. Respiro o aroma bem fundo mais uma vez, sorrindo em seguida.

     Quando abro os olhos – que fechei sem nem perceber –, noto que Christian está olhando para mim com o mesmo sorrisinho. Ele rapidamente desvia o olhar, e tosse do jeito mais falso que eu já vi na vida. Me aproximo dele e do fogão.

     — Humm...o que tá fazendo aí? — Pergunto, tentando espiar a comida nas panelas. Christian ri e usa o corpo para tampar minha visão. — Ei, assim não vale.
     — Você vai ver quando estiver pronto. — Ele diz — Senta aí, vai, deixa de ser ansiosa, King.

     Reviro os olhos e lhe dou um soquinho no braço antes de ir me sentar, mas não porque ele pediu, e sim porque ninguém gosta de ficar tanto tempo em pé. Cantarolo baixinho a música que está tocando de em algum lugar da casa, provavelmente da sala, eu acho – eles tem um sistema de som impecável, mesmo que quase não usem.

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