C A P Í T U L O 100

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•Para uma melhor experiência deste capítulo, ouça Witchcraft – Frank Sinatra.

CHRISTIAN ANDERSON

     Se a Sam está nervosa, imagine eu. Nunca pensei que, a essa altura do campeonato, estaria apresentando minha namorada para o restante da família – só uma parte dela, e a parte paterna, mas ainda é muita pressão.

     Quero que tudo dê certo. Quero que minha família goste da Sam tanto quanto eu a amo. Quero que meus avós tenham o melhor aniversário da casamento da vida deles. Acho raríssimo comemorar 55 anos de casamento, ainda mais no século onde você encontra o divórcio a cada esquina de uma rua – não é reclamando, até porque alguns divórcios fazem bem para certos "casais", onde há apenas agressão e o abuso, e não amor.

     Segurando minha mão, Sam me para antes de entramos no corredor que leva até a sala, onde está todo mundo reunido.

     — O que foi? — Pergunto, olhando preocupado para ela.

     Sam parece tensa – os ombros encolhidos, as sobrancelhas enrugadas para baixo –, e não para de olhar para o corredor como se tivesse visto um bicho papão. Eu acaricio seu rosto numa tentativa de acalma-la, e isso parece funcionar, porque ela suspira baixo.

     — Só...sei lá. — Sam morde a boca. — Estou nervosa. Um pouquinho. Não, muito... muito nervosa.
     — Linda, relaxa. — Sorrio — É só um jantar com a minha família, e não com o presidente. Eles não são que nem meus pais, então não tem com o que se preocupar.

     É meio hipócrita eu dizer isso, sendo que posso estar mais nervoso que ela? Sim, é meio hipócrita. Mas meu nervosismo se dá mais pelo fato de que Sam vai conhecer meu avô, e embora eu saiba que ele vai gostar dela de qualquer jeito, estou ansioso para ver qual é a reação.

     Devorei dois sacos de jujubas de gelatina só hoje de manhã, de tão ansioso que eu estava – e ainda estou.

     — Mesmo? — Sam sorri, pequeno, mas sorri. — Acha que eles vão gostar de mim?
     — Não, não acho. — Balanço a cabeça, franzindo a testa. Sam faz uma careta. — Tenho certeza. — Solto uma risadinha quando ela revira os olhos, relaxando. — Agora vamos lá, não podemos adiar mais.

     Acho que nosso estado de ansiedade e nervosismo são pelos motivos diferentes. Sam tem medo que dê tudo errado e que ninguém goste dela. Já eu, só quero que ocorra tudo bem e que o mais rápido possível, pois quero ver como vai ser depois que a virem. Fora isso, tenho quase 100% de certeza de que vão gostar dela. Se meus pais não gostam, é porque o restante da família vai gostar.

     A beijo rapidamente, e então atravesso com ela pelo corredor, minha mão apertando a sua e vise versa.
   
     A primeira coisa que vejo quando entramos na sala, é a forma como minha família está espalhada por todo canto. Não é muita gente, já que Seattle fica longe demais para vir toda a família, por isso os que estão aqui hoje são apenas os mais "chegados".

     Contando com os que vieram hoje, temos minha tia Cora, irmã gêmea do meu pai; os pirralhos dela, Danny, Dan e Danielle (Dan e Danielle também são gêmeos, porque minha família por parte de pai tem uma bendita maldição genética); o marido insuportável da tia Cora, Trevor; meu outro tio, Newt, que é o mais velho entre meu pai e tia Cora; o esposo dele, Carter, que provavelmente veio a força, porque meus pais tem um preconceito enorme com ambos, tanto que meu pai e tio Newt não se falam nem por um caralho. E por último, temos meu tio-avô e irmão do meu avô, Stanford. Ah, é, não posso esquecer da minha própria irmã gêmea, que está largada no sofá usando um vestido roxo berrante, toda puta porque foi obrigada a usar isso.

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