SAMANTHA PRICE
Para o jantar, eu acabo me vestindo de forma simples, considerando que Beth pediu um "jantar chique". O que posso fazer? Não tenho muitas roupas chiques, vai ser o que tiver a disposição.
De frente para o espelho, fico encarando meu look de cima a baixo várias vezes, puxando para baixo a barra do vestidinho de tubinho, cuja estampa preto e branco são de várias pequeninas bolinhas, bem retrô anos 90. O decote é reto, o que não me ajuda em nada na minha falta de "airbags", principalmente porque estou sem sutiã – não dá pra usar sutiã com esse tipo de vestido, que marca tudo e tem alcinhas muito finas. O vestido em si está muito pequeno e apertado em mim, porque quase não o usei desde que comprei, e por isso fico puxando-o para baixo o tempo inteiro. Mas ainda é decente para um restaurante.
E como estamos no inverno e eu não surtei nesse nível ainda, por debaixo do vestido eu coloquei uma camiseta preta de mangas longas. Para completar, uma meia calça preta-transparente, para aquecer minhas perninhas finas.
O ideal mesmo seria uma calça jeans ou uma legging, com alguma camiseta de inverno tal como um agasalho, porque tem feito frio pra cacete nos últimos dias – nem sinal de céu aberto e ensolarado há semanas –, mas não quero parecer casual demais para um restaurante. Já não gostei muito do que estou usando agora – pareço uma adolescente grunge saindo direto de uma fanfic na Coréia do Sul.
Que ódio, não tenho nada pra vestir!
É incrível como roupa se torna a maior preocupação de uma garota na TPM (ou DDC, como Christian diz).
— Sam! — Minha mãe grita, provavelmente da sala. — Você já tá pronta?! Não demora muito aí, não!
— Já vou! — Grito de voltaParo de me "admirar" no espelho, e vou terminar de me arrumar rapidinho. Não lavei a cabeça, apenas fiz dois coques, um de cada lado da minha cabeça, para prender prender o cabelo sem soltar as Marias Chiquinhas. Resolvo deixar assim mesmo, porque ficou fofo. Depois me inclino sobre a pia do banheiro, atenta ao meu reflexo enquanto passo rímel nos olhos e depois um pouco de gloss rosinha nos lábios.
Minha mãe me grita outra vez, e eu me apresso de volta para o quarto. Calço as botas de inverno de cano curto que peguei emprestado da minha mãe há algumas semanas, pego o celular e então corro para a sala, onde a encontro me esperando pacientemente. Quer dizer, mais ou menos paciente.
— Que demora só pra se vestir, minha nossa. — Minha mãe reclama, olhando a hora no relógio de pulso.
— Uuuh... mamãe, que bonita!Sorrio largo, mostrando os dentes e a olhando de cima a baixo. Ela está usando um vestido preto longo, que bate até abaixo dos joelhos. O decote é aberto, num formato quadrado, e as mangas levemente estufadas, sem ser exagerado demais. Seu cabelo está solto, caindo em ondas sobre seus ombros e ao redor do rosto. A maquiagem é leve e simples como sempre, e, se não olhar muito, nem da pra perceber que ela está usando alguma coisa na cara.
Diga-se de passagem que eu puxei muito a beleza natural da minha mãe – a pele moreninha, as sardinhas no nariz e bochechas, o cabelo loiro acastanhado, quase mel (embora o dela seja mais claro), o sorriso, o formato dos olhos, etc. Eu só tenho a agradecer mesmo; abençoado seja a genética! A mesma genética que deixa minha bunda livre de estrias, algo que afeta 9 em cada 10 mulheres da minha família por parte de mãe.
— Bonita? Não exagere, estou arrumadinha. — Minha mãe desvia o olhar, sorrindo envergonhada enquanto suas bochechas e o pescoço coram lentamente. — Não quero parecer toda escacetada no restaurante.
— Uhum, o restaurante...sei. — Sorrio maldosamente — Tudo bem, mãe, estamos sozinhas; você pode admitir que está toda "arrumadinha" pra impressionar o médico sugar daddy.
— Samantha!
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All For Love ✓2
Novela JuvenilLivro #2 OBS.: Sinopse possui spoiler do livro #1 Samantha Price estava de coração partido. O garoto pela qual jurava estar apaixonado por ela havia cometido um erro - o erro que ela mais temia acontecer. Depois da terrível - e quase fatídica - no...