C A P Í T U L O 125

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SAMANTHA PRICE

     Oi, Sam! — Amanda sorri e levanta a mão, acenando para mim.

     Até então, eu estava apenas olhando para Christian. Lentamente, eu também olho pra ela, e seu sorriso perfeitamente branco não ajuda na melhora do meu humor. Preciso exaltar meu enorme esforço para não surtar feito uma maluca.

     Christian olha para a mais nova amiga íntima, meio que balançando a cabeça negativamente. Parecendo entender, Amanda arregala os olhos azuis, e, como é pálida, fica toda vermelha. Nos segundos seguintes, ela apenas encara o chão com vergonha.

     Volto a olhar para Christian.

     — Christian — Diz Donna, a voz arrastada e preguiçosa. —, quem é essa garota?

     Ele respira, depois olha para a mãe.

     — Uma amiga. — Responde

     Quando olho para Donna, ela está revirando os olhos verdes. Ela apoia uma mão na mesa para se levantar, e ainda leva a taça de vinho consigo. Hoje parece estar bem... não sei, cansada? Parece cansada.

     — Deus, dai-me paciência. — Donna murmura — Vou levá-las até a porta. — Depois olha para mim e minha mãe.
     — Acho que a Sam deveria ficar. — Minha mãe comenta sugestiva ao se levantar também. — E eles deveriam... conversar.

     Donna franze as sobrancelhas castanhas, obviamente confusa e curiosa com o que minha mãe quis dizer. Christian não deve conversar sobre mim com a mãe dele, do mesmo jeito que converso com a minha mãe sobre ele. É claro que isso não é um problema, considerando como Donna é no papel de mãe fria e calculista.

     — Não. — Digo friamente — Eu quero ir embora.

     Desço da cadeira decidida a atravessar a cozinha, passar por Christian e Amanda na porta, e ir embora. Achei que estaria pronta para conversar com Christian no momento em que ele chegassem em casa e me visse em sua cozinha – porque eu tinha certeza de que isso ia acontecer –, mas agora, vendo Amanda com ele, sei que não estou pronta. A briga foi ainda hoje de manhã, e minha cabeça ainda não está fria o suficiente para "bater um papo amigável" com Christian.

     Como pensei, tento passar por ele e Amanda, mas sinto sua mão me agarrar pelo cotovelo e me puxar para trás. Levanto a cabeça para trás, para olhar cara a cara com Christian. Tento demonstrar minha expressão mais puta o possível, enquanto ele faz o mesmo, contraindo a testa duramente.

     Lá fora, um trovão alto faz as janelas da casa tremerem – até mesmo os vidros panorâmicos da cozinha. Um segundo depois, como se uma porta tivesse sido aberta, a chuva desaba com força. Todo mundo olha pela janela panorâmica, menos Christian e eu, que só perlongamos ainda mais a troca de olhares.

     — Me solta. — Exijo
     — Não. — Christian pressiona os dedos com mais força no meu cotovelo. — Fica. A gente precisa conversar.
     — Depois de me ignorar o dia inteiro na escola?

     Christian passa a língua nos dentes, e olha para a cozinha por um breve segundo.

     — Você também me ignorou. — Ele diz — Não pode falar nada de mim.
     — E você tá brincando com a minha paciência. — Mexo a cabeça bruscamente em sua direção, igual a um cão raivoso.

     Christian me segura pelo outro cotovelo, me afastando um pouco para trás. Olhando para Amanda, ele diz:

     — Melhor você ir embora.
     — Hum-uhum. — Ela concorda com a cabeça. — Agora mesmo. Tchau!

All For Love ✓2Onde histórias criam vida. Descubra agora